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DATA DA PUBLICAÇÃO 01/07/2013 | Educação
Professores homens são raros no Ensino Infantil
Professores homens são raros no Ensino Infantil Foto:  Celso Luiz/DGABC
Foto: Celso Luiz/DGABC
Menos de 1% dos professores que atuam na Educação Infantil – com crianças com idade entre zero e 5 anos – na rede municipal de ensino do Grande ABC são homens. A grande maioria dos educadores que lidam com essa faixa etária de aprendizado, a primeira etapa da Educação básica, é mulher – 5.626 no total, espalhadas por cinco das sete cidades da região.

São várias as explicações para a disparidade observada em todas as cidades. A primeira delas é o aspecto cultural, explica o secretário de Educação de São Caetano, Daniel Contro. “Geralmente o professor homem tem mais dificuldade de trabalhar com essa faixa etária porque, culturalmente, a tarefa de cuidar dos filhos, como trocar fraldas, é da mãe”, diz. Na cidade, por exemplo, são 400 professoras neste ciclo escolar e nenhum homem.

Diadema é o município com maior quantidade de homens lecionando na Educação Infantil – 18 professores. Em contrapartida, são 915 professoras. Na cidade vizinha, São Bernardo, a rede de ensino direcionada a crianças entre zero e 5 anos tem 2.120 docentes mulheres e apenas 12 homens. Já Santo André apresenta quadro de oito educadores e 691 educadoras. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não responderam.

É importante destacar que não há restrição para que homens sejam contratados para exercer cargos na Educação Infantil dos municípios, tendo em vista que a seleção dos profissionais ocorre por meio de concurso público. De acordo com o secretário de Educação de Santo André, Gilmar Silvério, é notado crescimento no número de homens que se inscrevem para pleitear a carreira nos anos iniciais do magistério nos últimos anos. Para ele, a mudança mostra vitória em relação a preconceitos, identidade e questões de gênero.

BENEFÍCIOS

A presença de educadores homens no primeiro ciclo da Educação Básica é fundamental para que as crianças passem a ter referência masculina em seu dia a dia, explica Contro. “É curioso o fato de que as crianças têm convivência mais intensa com mulheres nesta fase da vida, seja em casa, porque ficam com a mãe, empregada ou babá, ou na escola, com professoras. É importante que elas aprendam que o universo feminino não é o único existente”, destaca.

Amor à profissão e aos alunos é capaz de superar preconceitos

“Para as crianças pouco importa se o professor é homem ou mulher”, destaca o educador do Ensino Infantil da rede municipal de Santo André, Fernando Detognin, 54 anos. Apaixonado pela profissão e pelos alunos, o educador revela que o preconceito geralmente é revelado por parte dos pais das crianças. “Eles têm medo que a gente seja bruto com os alunos e tem receio de pedofilia”, comenta.

Apesar de sempre gostar de crianças e dar aulas de reforço para colegas quando era estudante, a formação inicial de Detognin foi Educação Física. O magistério apareceu por acaso, após prestar concurso para atuar como monitor em creche. “Foi ali que vi a necessidade de fazer Pedagogia”, comenta o educador, que se especializou em Educação Infantil na USP (Universidade de São Paulo).

Na sala de aula, as diferenças entre homens e mulheres não interferem no aprendizado, garante Detognin. “Acho que as mulheres são mais detalhistas e mais mães dos alunos. Os homens já são mais práticos e trabalham o diálogo e a organização coletiva.”

E, de fato, para as crianças não há diferença pedagógica em ter professores homens ou mulheres. “Os dois são iguais para dar bronca, mas a prô mulher grita mais e o prô homem fala baixo”, considera a pequena Isabela Taketo, 5 anos, aluna da Emeief Airton Senna da Silva, em Santo André.

Estudante de Pedagogia planeja carreira com crianças

Diferentemente da maior parte dos colegas de sala, o estudante do 5º semestre do curso de Pedagogia da Anhanguera UniABC Daniel Terentim Baseggio iniciou o segundo curso superior porque deseja trabalhar na Educação Infantil.

Depois de se formar em Filosofia, o estudante diz que se viu influenciado pelo criador da psicanálise, Sigmund Freud, a atuar com crianças. “Acredito que meu interesse é mais pelo lado terapêutico. Além disso, não vejo dificuldade em lidar com os pequenos, como a maior parte das pessoas tem”, garante.

Para ele, a criança, que já está acostumada com a figura feminina busca no professor homem a aprovação masculina. “As crianças não apresentam um padrão, cada uma traz consigo uma característica familiar e isso é muito interessante”, completa o estudante.

Os alunos mais novos, que ainda estão na primeira etapa da fase escolar, geralmente são mais ativos e têm necessidade maior de se relacionar afetivamente com as demais crianças, explica o filósofo e participante de projeto de iniciação científica da instituição. “Acredito que os professores acabam aprendendo com as crianças”, diz Baseggio.

Para ele, o educador é peça fundamental para que o aluno consiga se sociabilizar e se desenvolver futuramente.

Por Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC
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