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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/09/2009 | Setecidades
Professor xinga alunos dentro de sala aula em São Bernardo
Os alunos da 8ª série F da EE Maria Iracema Munhoz, no Centro de São Bernardo, acusam um professor de Matemática de têlos xingado durante a aula na sexta-feira. As ofensas foram gravadas. No áudio, a que o Diário teve acesso, o professor diz que os estudantes são idiotas e covardes. Ao chamar os adolescentes de mal-educados, o educador justifica a ofensa dizendo que eles são filhos de vagabundos e, por isso, lhes falta educação.

Revoltadas, as mães dos estudantes procuraram o Diário na segunda-feira. Segundo as denunciantes, as gravações foram feitas no aparelho celular de uma das alunas. A diretora da unidade e o professor não quiseram se pronunciar.

O educador dava aula de Matemática, como professor substituto, na classe que é considerada uma das mais problemáticas da unidade de ensino.

Os alunos contaram que tudo começou após o intervalo, quando o professor chegou à sala para dar aula e flagrou um grupo de três ou quatro estudantes jogando baralho no fundão da sala.

Segundo o relato, o educador dirigiu-se aos jovens e tomou as cartas de suas mãos. "Ele chegou estressado e pôs o baralho no bolso", disse ao Diário, ontem, uma aluna de 14 anos.

De acordo com o ela, o professor tentou começar a aula fazendo com que alguns estudantes escrevessem a correção da lição de casa na lousa, para que o resto da turma copiasse. Porém, a classe inteira continuou conversando. "Não estava muito alto o barulho", garantiu outra estudante, também de 14 anos. "Mas pouca gente estava copiando a lição", admitiu.

Os alunos contaram que, de repente, o professor se enfureceu, apagou a lousa e saiu da sala. "Pouco depois, ele voltou gritando, xingando todo mundo e rasgou o baralho dos meninos", disse a garota.

Uma jovem de ascendência oriental contou que, nesse momento, o professor a xingou de "japonesa idiota". Então, a turma combinou de gravar as ofensas em um celular, e ela perguntou: "Idiota sou eu?."

Nas respostas que o professor deu aos alunos, sobrou até para o Conselho Tutelar da região, que foi mencionado de maneira, no mínimo, desrespeitosa. Ele disse que os alunos poderiam procurar o órgão para denunciá-lo.

Revoltada com a atitude do professor, a maioria dos jovens se retirou da sala. "Sobraram só uns dez", contou uma aluna de 14 anos,

Segundo os estudantes, enquanto a turma se retirava, o professor chamava todos de covardes e xingava suas mães de prostituta. O educador acabou saindo também da sala, e os alunos foram obrigados a voltar a seus lugares.

Eles contaram que uma coordenadora pedagógica da unidade veio para dar uma bronca na turma, mas que logo os alunos lhe mostraram as gravações. "Ela começou a chorar", disse uma estudante. Pouco depois, disse ela, a diretora da escola entrou na sala, dispensou a turma e foi ouvir as gravações.

Turma é considerada problemática

Formada no início do ano, com estudantes de várias turmas vindas da 7ª série, a 8ª F vem dando trabalho aos educadores da EE Maria Iracema Munhoz já há algum tempo. A classe é considerada por professores, funcionários e alunos uma das mais problemáticas da escola. Há cerca de quatro meses, a turma foi transferida para uma sala em frente à diretoria da unidade de ensino, para ser vigiada de perto.

"É uma sala pesada. Os professores têm pavor dessa 8ª F. Mas isso não é desculpa para um educador agir desta maneira”, disse a autônoma Karen Cristina Reps Tamaio, 37 anos, mãe de uma das estudantes que denunciaram o professor substituto. Ela contou que tem uma audiência marcada para amanhã com a Promotoria da Infância e da Juventude de São Bernardo para representar uma ação contra esse professor.

Karen disse que, ontem de manhã, quando ela foi falar com a diretora da unidade, o professor ainda circulava pela escola. “Chamei ele de covarde. Mandei ele repetir para mim o que tinha falado. Ele ficou calado. Ma me mandou procurar meus direitos e disse que isso não ia dar em nada.”

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação disse que vai mandar dois supervisores de ensino à escola hoje para verificar as denúncias. E que o professor pode ser afastado. A Diretoria de Ensino de São Bernardo informou que inicia hoje a apuração do caso.

Diretoria de Ensino começa a ouvir depoimentos nesta terça-feira

A Diretoria de Ensino de São Bernardo vai abrir sindicância para apurar a atuação do professor da Escola Estadual Maria Iracema Munhoz acusado de xingar os alunos durante a aula.

O professor prestará depoimento nesta terça-feira a uma comissão formada pela Diretoria de Ensino para explicar o que o levou a chamar alunos da 8ª série de “idiotas” e os pais deles de “vagabundos”. Nos próximos dias, alunos e pais envolvidos no caso também devem ser ouvidos.

A subsede de São Bernardo da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) foi informada sobre o caso ontem à tarde. No fim do dia, expôs a situação em um encontro na Diretoria de Ensino. “O contato que a gente tem até agora é o lado do professor. Ainda não ouvimos a comunidade nem os alunos que fizeram a denúncia. Não temos uma conclusão ainda. Seria leviano da nossa parte tomar partido nessa hora”, afirma Aldo Santos, integrante da diretoria executiva da Apeoesp.

Durante a semana, o professor deve ficar sem dar aulas, pois tem “aulas livres atribuídas”. Ele só pode ser afastado pela diretoria após o término da sindicância.

Procurado pelo Diário, o professor não quis dar entrevista. “Num momento de comoção, o cara pode falar alguma coisa de cabeça quente. É melhor esperar”, disse um integrante do sindicato que o acompanhava na reunião da Diretoria de Ensino.

Por Guilherme Russo e Tiago Dantas - Diário Online
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