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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/06/2011 | Saúde e Ciência
Primeiro implante coclear do Grande ABC devolve audição a paciente de Diadema
Após mais de 8 anos sem poder ouvir, Willa Costa Monteiro recuperou a audição. Aos 32 anos, o morador de Diadema, no ABC Paulista (SP), relata que uma das maiores emoções de sua vida foi poder escutar pela primeira vez a voz de seu filho de 3 anos, o pequeno Arthur. Vítima de surdez profunda após acidente, o paciente é o primeiro do Grande ABC a passar por cirurgia de implante coclear realizada pela disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC.

“Antes eu ouvia normalmente. Depois de tanto tempo, pra mim foi como nascer de novo. Nunca imaginei que seria tão perfeito o resultado da cirurgia. Fiquei realmente surpreso. É difícil expressar a emoção”, relata Willa Monteiro, que teve traumatismo craniano e entrou em coma em 2003 após sofrer desmaio na rua e bater com a cabeça na guia.

A esposa Simone Ferraz Lemos Monteiro conta que no dia da ativação do implante, o marido já conseguia identificar sons de carros e buzinas. “Foi impressionante a felicidade dele. Quando falou ao telefone então, não se continha de tanta alegria”, recorda a esposa, que acrescenta: “Ele pedia para eu ficar no quarto e ligar do celular para o telefone fixo de casa só para conversar e se acostumar melhor com os sons. A primeira vez que ouviu a voz dos pais, que moram no Maranhão, também foi emocionante. Até então, o único jeito de se falarem era por e-mail ou quando eu ouvia por telefone e tentava passar alguma coisa para o Willa”.

Alta tecnologia: O implante coclear, mais popularmente conhecido como ouvido biônico, consiste na colocação de aparelho eletrônico de alta complexidade tecnológica, utilizado nos últimos anos para restaurar a função da audição nos pacientes portadores de surdez profunda que não se beneficiam do uso de próteses auditivas convencionais.

Na área externa da cabeça, mecanismo preso pouco acima da nuca, no osso temporal, é responsável pela captação dos sons ambientes. Por meio de computador e de 22 conexões em forma de pequenas esferas de metal, o som é transformado em estímulo elétrico e transmitido até o implante fixado cirurgicamente na cóclea – que é o canal responsável pela audição. “Ativamos o sistema cerca de 30 dias após a cirurgia e o paciente começa a ouvir de novo”, garante a professora Titular de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina do ABC e coordenadora da Regional ABC da Central Brasileira de Implante Coclear (CBIC-ABC), Dra. Priscila Bogar Rapoport.

Pacientes submetidos ao implante coclear seguem em acompanhamento com fonoaudiólogo para treinamento auditivo. “O treinamento é fundamental para crianças pequenas que nunca ouviram e que, portanto, não sabem o significado de nenhum dos sons que passam a escutar. No caso de pacientes que perderam a audição, o treinamento é necessário pois o som proveniente do implante é diferente do que se ouve normalmente. Tem característica metalizada, como se fosse um som robotizado”, detalha a fonoaudióloga da FMABC, Marisa Ruggieri Marone.

Serviço de ponta: Considerado de alta complexidade, o implante coclear é indicado a pacientes que perderam totalmente a audição funcional, ou seja, que não conseguem ouvir bem mesmo usando aparelhos auditivos. O problema pode ser genético ou aparecer em decorrência de traumas (acidentes), infecções ou em recém-nascidos por complicações durante a gestação, entre outras causas. “A partir de 6 meses de idade, qualquer paciente com surdez profunda é candidato ao implante coclear. São realizados diversos exames e avaliações para confirmar a viabilidade da cirurgia, mas as principais restrições são quando a cóclea está fechada, impedindo a colocação do implante. Isso ocorre geralmente em consequência de quadros infecciosos como de meningite”, explica Dra. Priscila Bogar Rapoport.

Poucos centros públicos do país estão habilitados à realização da cirurgia e mesmo em serviços particulares o procedimento não é rotineiro devido à alta especialização necessária e ao custo elevado – somente o equipamento implantado custa entre R$ 60 mil e R$ 80 mil.

O primeiro implante coclear do Grande ABC ocorreu em 12 de março último e a ativação do mecanismo em meados de abril. O trabalho esteve sob responsabilidade da professora Titular de Otorrinolaringologia da FMABC, Dra. Priscila Bogar Rapoport, da fonoaudióloga da faculdade, Marisa Ruggieri Marone, do otorrinolaringologista do Hospital Estadual Mário Covas, Dr. Raul Zanini, e contou com participação do Presidente da Central Brasileira de Implante Coclear, Dr. Robson Koji.

Mesmo em fase de adaptação, Willa Costa Monteiro já faz planos para voltar a estudar. O paciente terminou o primeiro ano de Mecatrônica e interrompeu o curso devido ao acidente. Assim que se adaptar melhor ao implante e reconhecer os sons com maior facilidade, garante que retomará o curso.

Por Informações à Imprensa com Eduardo Nascimento - Comunicação Fundação do ABC
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