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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/04/2015 | Veículos
Primeiras impressões: Renault Duster 2016
Primeiras impressões: Renault Duster 2016 Renault Duster 2016 (Foto: Divulgação)
Renault Duster 2016 (Foto: Divulgação)
SUV tem mudanças discretas; preços ficam até R$ 1 mil mais em conta.

Mesmo assim, deve 'sofrer' com a concorrência mais moderna e equipada.


A missão do Renault Duster 2016 é um tanto inglória: encarar uma concorrência mais moderna, equipada e atrativa. Para isso, o vice líder do segmento se muniu de uma discreta atualização visual e uma ligeira baixa nos preços de algumas versões.

Mas será que isso é suficiente para conter o frenesi de lançamento de Honda HR-V, Jeep Renegade, Peugeot 2008 e JAC T6, além de tentar avançar sobre o líder, Ford EcoSport?

Nas lojas, o SUV da montadora francesa sofreu uma redução no número de versões, de dez para cinco. Na tabela de preços, as equipadas com motor 1.6 ficaram até R$ 1 mil mais baratas. As com motor 2.0 tiveram os valores mantidos.

Veja o preço e conteúdo de cada versão:
Expression 1.6:
ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricos, banco do motorista com regulagem de altura, rádio com Bluetooth e USB e volante com regulagem de altura.

Dynamique 1.6: mesmo conteúdo da Expression, mais faróis de neblina, central Media NAV, rodas de liga leve, retrovisor elétrico, para-choques e retrovisores da cor da carroceria, sensor de ré, banco traseiro bipartido e computador de bordo.

Dynamique 2.0: mesmo conteúdo da Dynamique, mas com motor 2.0 de até 148 cv e câmbio manual de seis marchas.

Dynamique 2.0 automático: mesmo conteúdo da Dynamique 2.0, mas com câmbio automático de 4 velocidades.

Dynamique 2.0 4x4: mesmo conteúdo da Dynamique 2.0 manual, mas com tração nas quatro rodas.

Entre os opcionais, há um kit com câmera de ré e piloto automático, por R$ 950 e bancos de couro, por R$ 1.700.

Mais harmônico
Durante aproximadamente 100 km, em Campinas (SP), local do lançamento, o G1 experimentou as opções Dynamique 1.6 manual e Dynamique 2.0 manual 4x4 por estradas de asfalto e trechos de terra sem muitos obstáculos.

Logo de cara, é possível notar que a dianteira do SUV está mais harmônica. O conjunto formado por para-choque, faróis e grade foi redesenhado, com destaque para o logotipo da Renault, que cresceu, seguindo a atual identidade visual da montadora, já adotada no Clio, no Sandero e no Logan, e agora é o elemento mais chamativo da dianteira.

Nas laterais, as únicas novidades são as rodas, redesenhadas, assim como o rack de teto, que agora leva o nome do veículo e está ligeiramente mais alto.

Na traseira, o para-choque também é novo. As lanternas, agora iluminadas por lâmpadas de LED, ganharam um rearranjo nas luzes, conferindo um visual “descolado”.

No interior, o quadro de instrumentos passa a ter 3 mostradores, contra 2 da linha anterior, e segue o padrão dos “irmãos menores”, Logan e Sandero. Já a parte central do console não acompanhou a bem-vinda mudança dos compactos: conservou o desenho, salvo pequenas mudanças em alguns comandos e detalhes em preto brilhante. Segundo a Renault, os bancos também são novos, tanto no desenho, como nos materiais.

Debaixo do capô, a Renault também fez mudanças no jipinho. A oferta de motores não mudou, mas tanto o 1.6 como o 2.0 sofreram alterações. O primeiro conserva a potência de até 115 cavalos com etanol, mas teve o torque aumentado em 0,4 kgfm, com etanol e 0,8 kgfm com gasolina, passando a oferecer, respectivamente, 16,3 kgfm e 15,5 kgfm.

Já o bloco de 2 litros ganhou em potência. Ele passou de 142 cv/138 cv para 148 cv/143 cv, com gasolina e etanol, respectivamente.

O que não mudou, mas agrada
Como não houve troca de plataforma, apenas alterações visuais mais leves, o Duster conservou as medidas. São 4,33 m de comprimento, 2,67 m de entre-eixos, 1,68 m de altura e 1,82 m de largura.

Com este "latifúndio', o espaço é mais do que suficiente para cinco pessoas e todas as suas bagagens. Em todas as versões com tração dianteira, o porta-malas é de 475 litros, o maior da categoria. Quando a tração é 4x4, o volume cai para 400 litros, ainda assim, maior do que a maioria dos rivais.

A central Media NAV, que já era boa, recebeu novas funcionalidades, e ficou melhor ainda. Agora, é possível verificar como o motorista se comporta durante um trajeto, com informações de histórico de consumo. Já o GPS exibe condições de trânsito em tempo real (para 6 cidades), com informações via rádio, que não exigem uma conexão com a internet.

Outro ponto positivo do Duster, principalmente na versão 4x4 com câmbio manual de 6 marchas, é o comportamento dinâmico. Em um percurso off-road, onde os jornalistas estiveram apenas no banco do passageiro, com instrutores guiando o veículo, foi possível notar que o Duster se saiu bem em provas de nível razoável de dificuldade, como subidas e descidas íngremes e a chamada caixa de ovos, onde a rigidez torcional, a distribuição de tração o curso da suspensão são testados.

Voltando para a estrada, com as mudanças na curva de torque, o motor responde melhor em baixas rotações, diminuindo a necessidade de trocas de marcha em trechos de velocidade mais baixa. Em curvas, a suspensão multilink também proporciona estabilidade.

O que deveria ter mudado
Na versão 1.6, as impressões não foram animadoras. Os 115 cv do motor parecem se esforçar demais para colocar o veículo de 1.202 kg em movimento, e as trocas de marcha, com um câmbio de 5 velpcidades nem tão preciso, se tornam uma rotina incômoda. Nesse caso, nem melhorar o torque em regimes de rotações mais baixas parece ter resolvido o problema do anêmico Duster.

Apesar das mudanças no interior, o padrão de acabamento continua abaixo da média. Os materiais utilizados parecem vir de um carro de custo muito mais baixo, e chegam a destoar de seus pares mais modernos. Até o Ford EcoSport acaba levando vantagem neste aspecto.

Há muito plástico duro no painel, e a textura de peças com que o motorista tem contato constante, como o volante, não é das melhores, levanto em conta que este veículo bate na casa dos R$ 80 mil na versão mais cara.

O que deixa de ser condizente em uma categoria renovada é a lista de equipamentos do Duster. Em nenhuma versão há controles de tração e estabilidade, mais do que os dois airbags obrigatórios por lei, freio de estacionamento eletrônico, assistente de partida em rampas ou ar-condicionado digital, itens presentes em Renegade e HR-V.

“Ainda não foi neste ano/modelo, mas estamos trabalhando para colocar alguns itens em breve”, afirma Bruno Hohmann, diretor de marketing da Renault.

Nova concorrência
O grande apelo de venda do Duster será um preço mais baixo. Nenhum outro SUV compacto (com exceção dos chineses Lifan X60 e Chery Tiggo) custa tão pouco. Por outro lado, nenhum deles oferece tão pouco.

Com isso, a aposta da Renault vai ser nos clientes que estão ingressando no segmento. "A maior parte dos clientes vêm de sedãs compactos. Teremos um plano para trazer este cliente", completa Hohmann.

Ao que tudo indica, a Renault irá abrir mão de brigar as versões mais completas. Porém, nas duas versões que irão representar 65% das vendas (1.6 manual e 2.0 automática), o Duster leva a pior no custo/benefício.

Na 2.0 com câmbio automático, de R$ 75.990, tanto Renegade Sport 1.8 automático, de R$ 75.900, como HR-V LX CVT, de R$ 75.400, oferecem mais equipamentos e modernidade, cobrando uma conta mais baixa.

Quando a versão é Dynamique 1.6 (manual), que deverá representar metade das vendas, o Renault até custa cerca de R$ 2 mil a menos, além de oferecer mais espaço e uma central multimídia completa.

Por outro lado, essa diferença logo vai embora, ao notar que o Duster perde feio em itens de segurança, como controles de tração e estabilidade, além de oferecer um conjunto mecânico inferior.

Conclusão
A não ser que o orçamento esteja limitado em R$ 65 mil, e o pretendente não abra mão de um SUV pequeno, os vendedores da Renault terão um trabalhão em fazer com que o cliente em potencial de um Duster não saia da concessionária da marca e corra para uma distribuidora Jeep ou Honda para conhecer os novos SUVs.

Não que o Duster seja um produto ruim: ele melhorou com a reestilização e os ajustes promovidos no motor. A questão é que há novos jogadores, com melhor custo/benefício. Isso significa veículos mais modernos, com mais conteúdo e segurança, por um valor idêntico, ou muito próximo.

Talvez a Renault precise reposicionar o Duster um degrau abaixo no segmento, ou começar a pensar em rechear o jipinho de equipamentos. Caso contrário, o SUV terá que nascer outra vez para encarar de igual para igual a concorrência.

Por André Paixão - G1, em Campinas (SP)
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