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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/03/2013 | Veículos
Primeiras impressões: Peugeot 208 manual
 Primeiras impressões: Peugeot 208 manual Peugeot 208 chega partindo de R$ 39.990 (Foto: Divulgação)
Peugeot 208 chega partindo de R$ 39.990 (Foto: Divulgação)
G1 experimentou versões com motor 1.5 e 1.6 do novo hatch.

Ele parte de R$ 40 mil, mas só dá recado a partir da versão de R$ 46 mil.


O Peugeot 208 chega ao Brasil no mês que vem, menos de 1 ano depois de ser lançado na Europa, e já vem cheio de missões. A filial o chama de revolucionário, diz que ele eleva o patamar do segmento de compactos no mercado brasileiro, etc. Na prática, a Peugeot espera que este seja seu carro mais vendido neste e nos próximos anos, emplacando entre 2,5 mil e 3 mil unidades mensais.

Custando a partir de R$ 39.990, o 208 vem para ocupar uma faixa que estava “vaga” no portfólio da marca francesa no país, que começa com o 207, cujas versões atualmente disponíveis têm preço em torno de R$ 30 mil. Havia um “buraco” até a faixa seguinte, de R$ 50 mil, onde começa o 308, “carro do Guga”, considerado do segmento hatch médio.

O alvo da Peugeot com o lançamento não é só quem tem R$ 40 mil para gastar na compra de um carro, afinal o mercado vive o momento em que há mais opções de hatches nessa faixa, sendo que algumas delas são modelos novos, como o francês. E dizer que ele vem “completão” de série, com ar, direção elétrica, travas, airbag duplo e freios ABS, também não o diferencia tanto porque outras montadoras, enfim, já perceberam que o carro “pé de boi” já não é bem visto.

Masculino x feminino
Então, para quem a montadora fez o 208? Para quem quer “conforto, diferenciação e status”, diz o diretor de marketing Frederico Bataglia. O discurso soa familiar... é parecido com o que o grupo Peugeot Citroën usou para o lançamento do novo C3, no ano passado. Os hatches “primos” têm até alguns detalhes em comum, como luzes diurnas de LED (nas versões top) e as lanternas em formato bumerangue, mais “esticadas” no 208.

A PSA não nega que eles sejam concorrentes, mas achou uma maneira de diferenciá-los: o presidente, Carlos Gomes, afirma que o C3 tem um apelo mais feminino (rótulo que a PSA queria afastar na época do lançamento) e que o 208 é mais esportivo, dando a entender que por isso seria mais atraente para homens.

Assim como no C3, a Peugeot também investiu no design, mas parece querer vender mais a “sensação ao dirigir”. O volante pequeno (350 mm de largura e 330 mm de altura, sendo que, segundo a marca, a média nos carros é 370 mm de largura) e a posição do banco dão a sensação de estar num “kart grande”, e a direção elétrica responde bem. Outro diferencial para o motorista é o painel de instrumentos ter sido instalado acima do volante.

Interior equipado
Mas a ideia de estar num kart termina aí... A marca até dedica mais tempo para falar do interior do carro, de conforto e atrações, do que propriamente da dinâmica. Ela destaca os controles de som no volante, o sistema multimídia e o teto solar, que, é bom esclarecer, são oferecidos somente a partir da configuração intermediária, a Allure, com motor 1.5, que custa R$ 45.990 e representará metade da produção do hatch.

O teto não é, em si, uma grande novidade porque também é oferecido por alguns concorrentes (mas a maioria o coloca apenas na versão topo de linha ou como opcional). E cuidado para não confundir com o para-brisa panorâmico do “primo” Citroën C3 (o Zenith), que “emenda” o vidro da frente com o teto solar daquele modelo, conseguindo dar uma sensação maior de amplitude. No 208, não há o mesmo impacto.

A central multimídia com Bluetooth e streaming de áudio (é possível tocar as músicas que estão no smartphone sem precisar “espetá-lo”no carro) tem como maior ponto positivo o GPS integrado, em português – e a Peugeot promete que, mesmo que o sinal do GPS se perca, o carro continuará aparecendo no mapa porque a central eletrônica consegue “ler” os movimentos por meio dos freios ABS.

O pacote é um bom negócio para um carro de R$ 46 mil (de novo citando a versão intermediária) se for comparar com o quanto se gastaria para ter esses equipamentos nos concorrentes.

Fora isso se tem um painel “limpo” e simples, o que não quer dizer pobre, em tons de cinza e preto. Claro, há bastante plástico, mas os encaixes são bem feitos e o material é agradável ao toque. O que faz feio é a abertura dos vidros do banco traseiro ser com manivela –só na topo de linha Griffe é que o passageiro é contemplado com vidro elétrico.

Brasileiro x europeu
Com 3,96 m, o novo hatch é 94 mm mais comprido que o 207 nacional e o entre-eixos também é 98 mm maior (2,54 m), resultando em bom espaço interno, com ganho de 80 mm para as pernas no banco de trás, segundo a fabricante. Ali, o espaço é razoável para duas pessoas, nada demais. Com a linha de cintura alta, ponto comum com vários carros lançados recentemente, a janela traseira é estreita, por isso o teto solar aberto dá um “alívio”.

O hatch feito em Porto Real (RJ) tem índice de nacionalização de 84% e a mesma estrutura do europeu, diz a Peugeot. As principais mudanças estão na calibragem da suspensão, que deixou o carro 10 mm mais alto em relação ao francês, entrada de ar maior para dar conta do clima mais quente do país, refrigerando melhor o motor e melhorando a atuação do ar-condicionado, a moldura das placas (mais largas no Brasil), a localização “mais protegida” do farol de neblina e a ponteira do escapamento mais visível. Por dentro, os ponteiros de temperatura e nível de combustível foram substituídos por indicadores em LED. Além daqui e da França, o 208 só é produzido na Eslováquia.

Desempenho
As opções de motorização também, são, claro, exclusivas do Brasil. As versões de entrada (Active) e intermediária (Allure) são equipadas com o 1.5 de 4 cilindros, 8 válvulas, que desenvolve 93 cavalos de potência quando abastecido com álcool. O torque máximo de 14,2 kgfm aparece a 3.000 rpm. A versão topo de linha (Griffe) leva o propulsor 1.6 de 122 cv (com etanol), cujo torque máximo é 16,4 kgfm a 4.000 rpm. Os dois são flex, mas o 1.6 conta com o sistema que dispensa o tanquinho, inaugurado no 308.

Inicialmente parece uma bobagem ter como opções um 1.5 e um 1.6, pela pouca diferença de cilindradas. O primeiro se mostra esperto tanto em rodovia quanto no trânsito anda-e-para (o G1 experimentou as versões por cerca de 200 km cada, na região de Búzios (RJ) e até o Rio de Janeiro). Não chega a ser indispensável, mas os 29 cavalos do 1.6 e o torque privilegiado em rotações mais baixas o fazem combinar mais com a proposta do carro esportivo, que atende prontamente ao comandante, assim como o câmbio manual. A versão é boa de retomada e abre caminho na estrada.

A Peugeot não disponibilizou o carro com câmbio automático para avaliação, mas diz que ele chegará às lojas em abril, junto com as demais versões. Além do motor, as principais diferenças da Griffe para as demais configurações são o ar-condicionado bi-zone, que permite que motorista e passageiro utilizem o sistema de forma independente, sensor de estacionamento, acendimento automático dos faróis e o piloto automático (que mantém uma velocidade média pré-determinada). Isso por cerca de R$ 4,5 mil a mais. Com câmbio automático, entrarão em cena também as “borboletas” (paddle shifters), para troca de marchas ao volante, e a diferença para a versão intermediária sobre para quase R$ 9 mil.

Conclusão
Com esse preço –e, de novo, esqueça o 208 de entrada, é a partir da versão de R$ 46 mil que ele diz ao que veio -, dificilmente será o “primeiro carro” de alguém, tampouco o da família. A Peugeot está certa no discurso de que, no Brasil, ele vai flertar com quem já passou da fase do básico e quer agora um carro que chame a atenção, com alguma coisa que renda uma conversa entre amigos. A questão é que tem muita gente de olho nesse cliente –até o líder Volkswagen Gol, modelo básico que chega a ter versão com controles ao volante.

Há muita concorrência para o 208 e ele não é tão revolucionário assim (mesmo para o segmento), mas seu trunfo é ir bem tanto em dinâmica e equipamentos quanto no visual, enquanto concorrentes pendem para um ou outro lado –ou cobram mais para entregar tudo. Por outro lado, a montadora francesa ainda luta para desfazer a imagem de careira no pós-venda. O 208 terá revisões a preços fixos, sendo R$ 810 para as três primeiras (ou 30 mil km) do 1.5 e R$ 890 para o 1.6, e a fabricante promete preço “acessível” nas peças de reposição.

A Peugeot diz que seus carros são vendidos mais com base na emoção do que na razão, mas, no caso do 208 e de sua concorrência, vale a pena não deixar a calculadora de lado.

Por Luciana de Oliveira Do G1, em Búzios (RJ)
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