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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/12/2011 | Veículos
Primeiras Impressões: Dafra Riva 150
A Dafra começa a vender, a partir da segunda quinzena de dezembro, a nova Riva 150. Este modelo chega com a difícil missão de se tornar o principal produto da marca, como a própria Dafra afirma. A brasileira escolheu o produto entre os oferecidos pela chinesa Haojue, uma de suas parceiras. A moto que virá ao país demorou 5 anos para ser desenvolvida pela empresa.

“Trabalhamos em conjunto com a Haojue para tornar a Riva 150 realidade. Eles nos ouviram bastante, para que o produto ficasse do jeito que os brasileiros gostam”, explica Alexandre Gaspar, gerente de desenvolvimento Dafra. Ainda sem preço definido, a Riva 150 se situará entre a Speed 150 (R$ 4.990) e a Apache (R$ 5.990). Na China, a motocicleta custará 8.000 yuans, equivalente a US$ 1.259.

O modelo chega com visual moderno e adotou uma carenagem para envolver o painel, que obteve um resultado interessante e sem ser exagerado, como ocorre com a Apache. Em contrapartida ao visual contemporâneo, a moto tem só 3 opções de cores (branco, vermelho e preto) e ficou devendo a injeção eletrônica. De acordo com a Dafra, a falta do dispositivo se deve ao fato de o carburador Keihin atender às necessidades de seu público-alvo, além de que incluir a injeção faria o valor da moto subir muito.

Sobre a expectativa de vendas, a marca possui planos ambiciosos. “Queremos o mesmo que Apache e Speed vendem por mês. No começo, esperamos 2 mil motos por mês e, depois, o número deve aumentar”, explica Marcos Moraes, presidente da Associação dos Concessionários Dafra (AssoDafra). Para avaliar a nova Riva 150, o G1 foi até a ilha de Hainan, na China.

Jeitinho brasileiro
Apesar de o modelo “brasileiro” compartilhar em quase 100% as características da moto que será vendida na China, a Riva passou por mudanças para se adaptar ao consumidor local, ao clima do país, às condições de uso e ao piso das ruas. As suspensões foram recalibradas, para aguentar mais buracos, e o carburador recebeu novo ajuste, para consumir o combustível brasileiro.

Além disso, como a média de velocidade nas ruas da China é menor, cerca de 35 a 40 km/h, a Riva do Brasil possui uma relação de marchas mais longa que a versão chinesa. Para completar, as cores e grafismo para o Brasil são diferentes. “O brasileiro gosta de um visual mais limpo e cores menos extravagantes que os chineses”, explica Gaspar.
Na ergonomia, o modelo também foi adaptado, com guidão mais alto e pedaleiras menos retrasadas, pois no Brasil as pessoas possuem estatura maior que os chineses.

Durante a avaliação, a Riva mostrou um bom encaixe para o motociclista. Mesmo pessoas com mais de 1,80 m de altura, por exemplo, não terão problemas para se acomodar sobre a moto. O guidão também proporciona uma postura relaxada e confortável. O assento mostrou-se aconchegante, mas sua textura o deixa um pouco escorregadio.

Acelerando em solo chinês
O teste com a Riva ocorreu em um circuito fechado. Foram 2 trechos distintos, uma reta de 3 km em linha plana e uma pista de 5,4 km, que simulava todas as possíveis condições de vias urbanas. O motor da Riva 150 é um monocilíndrico de 149,4 cm³, 4 tempos, refrigerado a ar, com carburador.

Segundo a fabricante, este propulsor pode alcançar potência máxima de 12,1 cavalos a 8.250 rpm e 1,11 mkgf a 6.600 rpm. Em movimento, a Riva 150 desempenha o que promete e garante força para superar mesmo as subidas mais íngremes. Seu motor é contido e, apesar do carburador, mostrou estar bem acertado para rodar na cidade. O nível de vibração e ruído é médio.

Na reta de 3 km do complexo, foi possível alcançar velocidades mais altas e a moto se manteve estável. De acordo com a Dafra, a velocidade máxima é de 103 km/h. Contudo, o painel chegou a registrar 115 km/h, o que indica imprecisão do velocímetro. Com garupa, a velocidade máxima diminuiu, registrando 95 km/h no painel.

Desconforto na garupa
Por sinal, a Riva não é uma anfitriã muito receptiva com o passageiro. O posicionamento das pedaleiras é muito alto e faz o garupa ficar com as pernas arqueadas. Além disso, o assento não reserva muito espaço ao passageiro.

As suspensões calibradas para o piso brasileiro são firmes e absorvem bem os impactos. Já os freios de duplo disco (240 mm) com dois pistões, na dianteira, e o disco simples (130 mm), na traseira, não puderam ser bem avaliados, devido às chuvas na ilha de Hainan. O piso escorregadio fazia com que as rodas travassem com facilidade, fazendo frente e traseira escorregarem. Em parte, isto ocorreu por causa dos pneus da Riva.

A versão avaliada estava com pneus tailandeses da marca CST, que serão utilizados na China. No Brasil, a motocicleta receberá o item da Pirelli. Assim, esta é a única diferença do modelo que o G1 experimentou na China em relação à versão que chegará ao Brasil, além do combustível chinês. Os pneus também comprometeram a Riva nas curvas, território no qual mostrou o pior desempenho.

Ao entrar nas tangências, a motocicleta não proporciona uma sensação muito natural e tende a deitar de maneira não progressiva. Isto, somado aos pneus destinados ao mercado asiático e ao piso molhado, fazia com que perdesse a frente de maneira constante. Quando chegar ao Brasil, o G1 reavaliará o modelo para constatar as diferenças.

Briga boa no segmento
Com a chegada da Riva, o nicho de motos de 125/150 cm³ terá uma nova representante de peso. Suas concorrentes diretas são Yamaha YBR 125 Factor, CG 150 Fan e Suzuki 125 Yes, que possuem desempenho e preços semelhantes. Já a Dafra Apache corre por fora neste segmento, por seu visual mais extravagante e posicionamento esportivo.

A CG 150 Titan está um patamar acima de suas rivais em termos de preço, assim como a Suzuki GSR 150i. Dependendo do valor pelo que for comercializada, a Riva 150 será uma concorrente à altura das marcas japonesas. Os únicos deslizes da Dafra foram a não inserção da injeção eletrônica, que seria um diferencial no segmento, e a falta do corta corrente no punho direito.

Com um acabamento bom e atrativos visuais ao consumidor, como o spoiler inferior e as carenagens ao lado do tanque, este modelo pode ser um divisor de águas para a Dafra no país, fazendo-a assumir o 3º posto de vez no mercado brasileiro, posição que tem alternado com a Suzuki no ranking de vendas. “Esta moto vem para roubar clientes de Honda e Yamaha”, disse Marcos Moraes, da AssoDafra.

Com a Riva, Haojue quer fortalecer a marca no Brasil
Há 2 anos como parceira da Dafra no Brasil, a Haojue tem grandes expectativas com a Riva 150 no país. Com seu 2º produto para o Brasil, além do scooter Smart, a maior fabricante de motos da China ê o Brasil como grande oportunidade para fortalecer as exportações.

“As vendas de início não serão importantes. Queremos mostrar ao público brasileiro que os produtos chineses são bons e fortalecer a imagem da Haojue. Sabemos que o Brasil é um mercado em ebulição e vemos que o setor de duas rodas ainda tem muito para crescer”, explicou Henry L. F. Su, gerente de exportações da Haojue.

O G1 questionou Su se a parceria com a Dafra não seria uma porta de entrada para a marca ter a própria subsidiária no Brasil e o executivo não descartou a possibilidade. “Não temos como saber o amanhã, mas no futuro isso pode acontecer”, finalizou.

Por Rafael Miotto - Do G1, em Hainan, na China - O jornalista viajou a convite da Dafra
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