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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/04/2012 | Veículos
Primeiras impressões: BMW G 650 GS Sertão
Motocicleta com aptidões aventureiras chega por R$ 32.800.

Com bom desempenho, Sertão peca por falta de marcador de combustível.

A chegada da BMW G 650 GS Sertão ao Brasil, com vendas previstas para o início de maio, mostra que as atenções das marcas de todo o mundo estão voltadas ao país. Além da versão vendida por aqui ser montada no Brasil, na única linha da divisão de motos da marca alemã fora de sua terra natal, a motocicleta traz em seu nome “Sertão”, mesma nomeclatura adotada em todos países que a motocicleta é vendida - como Alemanha, Itália e Espanha.

Para completar, a apresentação mundial da Sertão ocorreu no Salão Duas Rodas de 2011, em São Paulo, algo inédito para uma moto da BMW até então. Foram seis meses de espera para que o modelo chegasse às lojas por R$ 32.800.

Utilizando como base a G 650 GS, que continua disponível, a marca alemã criou uma versão mais aventureira da motocicleta para satisfazer o público que deseja fazer incursões mais difíceis na terra. Sua concorrente mais próxima, em questão de preço e apelo, é a Yamaha XT 660Z Ténéré.

Custando R$ 31.110, a Ténéré tem motor monocilíndrico semelhante ao da GS, além de aptidões para enfrentar caminhos difíceis. Mas, o grande deslize da Yamaha é não disponibilizar o sistema de freios ABS para a moto no país, enquanto a G conta com o dispositivo de série.

Do outro lado do ringue, as motocicletas trail de média cilindrada disponíveis contam com motores bicilíndricos. São os casos de Honda XL 700V Transalp, líder de vendas da categoria, e Kawasaki Versys.

Contudo, a Versys sofre mais que as outras na terra por ter uma configuração mais adaptada ao asfalto. Ainda corre por fora a Suzuki DL 650 V-Strom (R$ 32.900), que possui conjunto mais touring, ou seja, para percorrer longas distâncias no asfalto realizando o mototurismo. Também pesa o fato de a V-Strom, além de não ter ABS, já possuir versão mais moderna no exterior, mas que não está presente no país.

O G1 pôde avaliar a G 650 GS Sertão por um trecho de 144 km passando por todo tipo de terreno. Saindo de Campos do Jordão, SP, o destino foi Monte Verde, MG, e o percurso foi dividido entre terra e asfalto. Com suas novas rodas raiadas, o modelo utilizado estava com pneus off-road homologados pela marca, porém, a moto sai de fábrica com outra versão de pneus de uso misto. Assim, cabe ao usuário escolher a versão que melhor se encaixa em seu perfil.

No caso da moto testada, o pneu com cravos limita o uso no asfalto, mas melhora o desempenho no fora de estrada. Em estradas pavimentadas, o conjunto começa a vibrar a medida que a velocidade aumenta e chegando a 120 km/h a frente chacoalha bastante. As curvas também são prejudicadas, já que os cravos fazem os pneus perderem aderência. Mas passando para a terra, sua performance ganha eficácia.

Tanto em chão com cascalhos como em locais mais arenosos, a aderência ao solo é boa e garante que a moto não perca o controle, mesmo em altas velocidades e frenagens bruscas. Desse modo, a configuração com pneus off-road é indicada àqueles que utilizarão a moto principalmente na terra. Deixando de lado a fator pneu, o comportamento da Sertão melhorou nitidamente em trechos off-road, comparando com a G 650 GS tradicional.

A motocicleta recebeu suspensões com curso mais longo e, tanto dianteira como traseira, têm 210 mm. Isso somado à roda de aro 21”, na dianteira, – na G tradicional o aro é 19” – fez aumentar a capacidade de enfrentar grandes buracos, sem medo de que o chassi encoste no solo, pois a moto está mais alta. Caso isso ocorra, ainda há um protetor de alumínio no motor para absorver impactos. O fator de ter roda maior também deixou a moto mais ágil nas trocas de direções.

Veja diferenças entre a G 650 GS e a nova Sertão:

Desativando o ABS

Além das mudanças já mencionadas, a Sertão ganhou para-brisa mais alto que mostrou-se eficaz para afastar pedras e poeira no deslocamento na terra. Além disso, deve agradar as pessoas de estatura mais alta, já que, em autoestradas, gera menor turbulência na cabeça do motociclista. O assento também tem maior altura, apresenta 860 mm e possibilidade de expandir a 900 mm.

Apesar de ter assento confortável e boa disposição do guidão, pessoas com mais de 1,80 metros podem sentir as pernas flexionadas em demasia. Outra novidade é o protetor de mão, mais um item importante para o off-road. Somam-se a estes dispositivos, os mesmos itens de série da G 650 GS standard: freios ABS e aquecedor de manoplas. Para os deslocamentos na terra é indicado desabilitar o sistema de freios ABS por meio de um botão no punho esquerdo da moto – procedimento deve ser feito com a moto parada.

Painel é completo, mas ficou devendo marcador de combustível. No lado esquerdo do painel estão os botões para o acionamento do aquecedor de manopla (Foto: Divulgação)

No off-road, o ABS não tem o funcionamento desejado, assim, é mais seguro realizar a frenagem de modo convencional. Com acionamento suave, os freios da G são bons de dosar na terra, porém, este mesmo detalhe não funciona muito bem no asfalto, onde passam a impressão de necessitar de força demais para parar. Contudo, nesse momento o ABS faz seu trabalho.

“Coração” segue o mesmo
Com projeto BMW e produzido pela Loncin, na China, o “coração” da moto segue o mesmo monocilíndrico de 652 cm³. Este propulsor, com injeção eletrônica e refrigeração líquida, é capaz de gerar 50 cv de potência e 6,11 mkgf de torque máximos, segundo divulga a fabricante. Na prática, seu funcionamento é o típico de um “mono”. Com bom torque, garante que a moto não necessite de trocas de marchas excessivas e tem força para rodar em baixas rotações, mesmo em terreno irregulares.

Contudo, nesta mesma faixa de giros, ele vibra bastante e possui som característicos que pode agradar alguns, mas outros nem tanto. À medida que o ponteiro do mostrador de rotações por minuto aumenta, o motor perde um pouco de seu brilho e força, momento em que as rivais com motor de dois cilindros devem se sobressair. Mesmo assim, a Sertão é uma boa opção para autoestradas e pode manter boa velocidade de cruzeiro – a máxima declarada pela fábrica é 170 km/h.

Tanque da Sertão e sua traseira

Pontos negativos

Os pontos negativos são a falta de um marcador de gasolina e o tanque de 14 litros, localizado sob o assento, é pequeno para as ambições da motocicleta - confira os tanques dos concorrentes na tabela acima. Além disso, durante a avaliação, houve um problema no para-lama dianteiro da Sertão avaliada pelo G1. A peça se soltou sem motivo aparente e isto ocorreu em outros exemplares utilizados pela imprensa.

A BMW declarou que as motos utilizadas pertenciam a um primeiro lote de produção e apresentaram um erro ocasionado por um fornecedor na fabricação. Segundo a marca, o problema já foi resolvido e todas motos que serão entregues a rede estarão sem este defeito.

Versão que faltava
Quando lançou a versão mais recente da G 650 GS, em 2010, na Europa, ficou nítido que a BMW havia dado um caráter mais on-road à moto, sobretudo, com a adoção das rodas de liga-leve. Assim, faltava na linha da fabricante uma moto com caráter mais esportivo na terra, como é o caso da Sertão. A BMW espera vender 500 unidades do modelo montado em Manaus, em parceira com Dafra, até o final de 2012.

Desse modo, são cerca de 60 unidades ao mês, enquanto a G 650 GS tradicional emplaca média de 200 motos por mês. Mantendo a mesma base sólida do modelo standard, a Sertão mostrou que é uma moto simples e de funcionamento correto que deve agradar os fãs de motocicletas que procuram aventura.

Por Rafael MiottoDo G1, em Monte Verde (MG)
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