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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/02/2008 | Geral
Primeira faculdade do Brasil completa 200 anos
A primeira faculdade do Brasil comemora 200 anos nesta segunda-feira. Fundada por dom João 6º logo depois da família real portuguesa desembarcar em Salvador (BA), a Fameb (Faculdade de Medicina da Bahia) simboliza o início da independência cultural do Brasil.

A chegada da família real portuguesa no Brasil foi fundamental para a criação da faculdade. Antes disso, Portugal não permitia a criação de nenhuma faculdade em suas colônias. Nas possessões espanholas, existiam universidades desde o século 16.

A primeira escola de ensino superior do país foi inaugurada no dia 18 de fevereiro de 1808, oito dias antes da partida da família real para o Rio de Janeiro. Ela foi instalada no Hospital Real Militar, que ocupava as dependências do Colégio dos Jesuítas, no Largo do Terreno de Jesus.

"Os primeiros professores da faculdade foram médicos militares. Só depois vieram os médicos civis", diz o médico Lamartine Lima, professor honorário da Faculdade de Medicina da Bahia, que hoje pertence à UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Naquela época, a cidade contava cerca de 50 mil habitantes e havia deixado de ser a capital da colônia há 45 anos.

Depois de fundar a Fameb, dom João fez o mesmo no Rio de Janeiro no dia 5 de novembro daquele mesmo ano. Nascia a Escola de Anatomia, Cirurgia e Medicina, a atual UFRJ (Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

"O que se ensinava na faculdade era uma medicina menos científica e mais de observação", diz o historiador Francisco Assis de Queiroz, professor da USP (Universidade de São Paulo). "Como a causa das doenças não era conhecida, buscava-se eliminar os sintomas".

Para comemorar seus 200 anos, haverá uma festa amanhã de manhã no Largo do Terreiro de Jesus, em Salvador.

Uma das atrações será um show com médicos artistas. A história da Fameb será contada por meio de cantos e solos instrumentais executados por ex-alunos da faculdade.

Incêndio

A Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, como hoje é conhecida, passou por dois incêndios. O primeiro, de 1905, acabou com o prédio. Mas ele foi reconstruído em estilo eclético com predominância de linhas neoclássicas.

O segundo incêndio aconteceu em 1952. "Com a Reforma do Ensino, de 1968, a faculdade de medicina deixou o prédio do Terreiro de Jesus em 1974", diz o professor Lima.

Mas o curso voltou para lá em 2004. O edifício, no entanto, está abandonado. "As obras de restauração estão praticamente paradas", afirma o professor.

À frente do tempo

A Faculdade de Medicina da Bahia sempre saiu na frente. Além de ser a primeira faculdade do país, foi em sua sacada que foi acesa a primeira luz elétrica em Salvador, no dia 2 de julho de 1844.

A primeira médica brasileira diplomada em território nacional, Rita Lobato Velho Lopes, se formou na Fameb em dezembro de 1887.

O primeiro Museu Médico-Legal e Antropológico do Brasil foi criado no térreo daquela escola em abril de 1900.

A medicina no começo do século 19

Antes da instalação da Fameb, a medicina era exercida por pessoas com pouco conhecimento em anatomia e fisiologia. Era a chamada medicina prática.

"A maioria das cirurgias eram feitas nas casas dos pacientes. Quando as intervenções eram no hospital, morria um em cada quatro pacientes", afirma Lima.

O cirurgião tratava de feridas e amputava, enquanto os algebristas cuidavam de membros deslocados. Mas parteiras e barbeiros também exerciam a chamada medicina prática. "Era comum que o especialista abrisse uma veia do paciente para que através da incisão se extraísse a doença do corpo", diz Queiroz. "O método era mais debilitante do que recuperador."

Com o cirurgião, trabalhava um auxiliar adolescente que aprendia tudo com seu mestre para se tornar seu substituto. Os poucos formados na colônia tinham cursado medicina na Europa. "Em muitos casos, as pessoas confiavam muito mais nos curandeiros", diz o historiador.

Ele lembra que no período colonial era muito comum a utilização de plantas e simpatias para tratar dos doentes.

Por Wanderley Preife Sobrinho - Folha Online
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