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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/05/2010 | Política
Presidentes do PT e do PSDB prometem não lançar ''ficha suja''
Câmara retoma nesta terça votação de destaques ao projeto ficha limpaCâmara rejeita mudanças e adia conclusão do projeto ficha limpaNa esteira da discussão no Congresso do projeto de lei que pretende instituir um critério de ‘ficha limpa’ para candidatos a cargos eletivos no país, os presidentes do PT, José Eduardo Dutra, e do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disseram que seus partidos não lançarão candidatos com condenações na Justiça nas eleições deste ano.

As declarações foram dadas em debate promovido na manhã desta segunda-feira (10) promovido pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Questionados durante o evento, eles garantiram que não terão candidatos ‘ficha suja’. Depois do debate, disseram que a atitude de aderir à idéia do projeto - independente de sua aprovação ou não no Congresso - não surgiu no momento, mas que já eram discutidas internamente.

Segundo Dutra, o PT fará o controle dos antecedentes dos candidatos por meio de um termo de compromisso que eles assinaram para disputar as eleições. “Todas as pessoas que são candidatas são conhecidas. Não existe essa história de que o cara caiu de paraquedas. Dentro do partido, todo mundo se conhece e sabe quem porventura caísse nisso”, disse, rejeitando a hipótese de que algum candidato omita um processo ou condenação.

Segundo ele, o critério será a condenação por órgão colegiado por crime com pena superior a dois anos e doloso (quando há a intenção de cometer o delito). “Se a pessoa quiser ser candidato, pode se utilizar do recurso, mas isso faz com que, em contrapartida, o processo dele seja acelerado. Então isso, ataca exatamente a intenção daqueles que querem buscar uma candidatura para se escudar na imunidade e fazer com que o processo seja protelado. Aquele cara que quer ser candidato para ter imunidade acaba dando um tiro no pé”, disse.

O presidente do PSDB pretende adotar também o critério de condenação em órgão colegiado, a segunda instância. Ele disse que um núcleo irá avaliar as indicações de candidaturas. “A gente tem consciência, não vamos entrar nessa campanha com essas vulnerabilidades”, disse. Segundo ele, essa orientação não precisará ser referendada pela Executiva Nacional do partido.

No debate, Guerra e Dutra trocaram críticas sobre a atuação dos partidos nos governos FHC e Lula e sobre seus candidatos à Presidência da República, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Numa discussão polarizada, com direito a ironias e “réplicas”, os dois se alfinetaram ao relembrar escândalos dos governos tucano e petista como a aprovação da emenda da reeleição no governo FHC e os casos do mensalão e dos cartões corporativos, que vieram à tona no governo Lula. "Tenho certeza de que não vai aparecer dossiê esse ano e que não vai aparecer nenhum aloprado no mercado", provocou Guerra, numa referência ao episódio ocorrido nas eleições de 2006 quando petistas foram acusados de produzir um dossiê contra os tucanos em São Paulo.

Dutra recebeu críticas de que o PT radicaliza na oposição e que promoveu o aparelhamento de órgãos públicos. Ouviu que a ex-ministra Dilma Rousseff não tem liderança política e que nunca disputou nenhuma eleição. "Não desqualificamos a ministra Dilma, o fato é que ela não tem liderança. Se não fosse o presidente Lula, ela jamais seria candidata à presidente da República", disse o tucano. O petista respondeu que o PSDB busca desqualificar Dilma e citou sites criados por lideranças do partido que fazem críticas a Dilma. Ele argumentou que o ex-presidente Fernando Henrique, antes de se lançar candidato ao Planalto, também não tinha diversas eleições no currículo.

Eles também trocaram acusações sobre episódios dos últimos anos como a crise econômica internacional e a derrubada da CPMF no Senado e sobre fatos recentes como o Plano de Direitos Humanos e a paralisação de obras pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Guerra e Dutra também debateram a proposta de Serra de convidar PT e PV para fazer parte de um eventual governo tucano, caso ele seja eleito. Na semana passada, Dilma afirmou que estranhava a ideia do tucano. "As pessoas que estranham isso é porque têm uma cultura de aparelhamento do Estado", criticou o presidente do PSDB. O petista, por sua vez, disse que a oposição agora procurar "atenuar" seu discurso e citou exemplos de que o PT já abrigou tucanos em seu governo.

O presidente do PSDB disse ainda que o partido não se preocupa com Lula, mas "com o PT sem o Lula e o PT com a Dilma." Por diversas vezes, ele ironizou a fala de Dutra. Disse que o “nunca antes nesse país”, frase dita com freqüência pelo presidente Lula, é “uma fraude”. Por outro lado, ouviu que a emenda que aprovou a reeleição significou uma mudança das regras do jogo “no meio do jogo”.

Ambos procuraram se defender de cada ataque e utilizaram tempo de resposta de temas diferentes para retomar assuntos anteriores. Guerra, por exemplo, ironizou o fato de o governo ter lançado um navio na semana passada. Ele afirmou que a embarcação "está no mar, um dia, navega". Dutra respondeu: "Isso reflete a desconfiança que alguns setores têm da nossa capacidade, isso vem do governo anterior, não se acreditava na capacidade da nossa indústria nacional."

O presidente do PT disse que o argumento utilizado pela oposição de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu continuidade total à política econômica do governo FHC é "falacioso". Segundo ele, a crise econômica mundial mostrou o contrário. "Diziam que ele (Lula) era homem de sorte porque não tinha enfrentado uma grande crise, como a do México, da Rússia, dos países asiáticos, como seu antecessor. Enfrentamos a maior crise no capitalismo desde 1929. E, pelo fato de nossa política econômica não ter sido mera continuidade, conseguimos sair da crise. Nós fizemos uma desoneração tributária quer permitiu ao país sair da crise muito mais rápido do que outros países."

Por Maria Angélica Oliveira - G1, em São Paulo
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