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DATA DA PUBLICAÇÃO 21/04/2009 | Cidade
Presidente do PV nega perseguição e condena carta de Leonel Damo
A presidente estadual do PV e vereadora de Diadema, Regina Gonçalves, condenou ontem a carta de desfiliação do ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (PV) - ainda não entregue à direção do partido - em que o ex-chefe do Executivo afirma que ele e sua filha, a deputada estadual Vanessa Damo (PV), sofreram "processo de humilhação e perseguição" dentro da sigla.

"Sempre separei os assuntos do prefeito Damo da deputada Vanessa. Sempre tratei de forma diferentes. Respeito a Vanessa. Ela cresceria muito dentro do partido, sempre a ajudei muito. Não existe perseguição, apenas preocupação de resolver o impasse e preservar a imagem pública da legenda. Em momento nenhum, coloquei em discussão o mandato da deputada, nem mesmo falei sobre a saída dela", rebate Regina, que espera que a entrega do documento ocorra nesta semana.

A presidente observa que a comissão de ética que examinava a possível expulsão de Damo não entregou o parecer, que seria votado pela executiva nesta semana. "O PV estadual não provocou nada disso. Estou tranquila quanto ao meu papel. Sempre respeitei as partes envolvidas, mas nos últimos dias, eles não respeitaram as instâncias partidárias."

Regina nega que sua provável candidatura a deputada estadual tenha ligação com a suposta saída de Vanessa. "São discussões distintas. O problema de Mauá não passa pela minha candidatura. Não anteciparei qualquer conversa do partido. O enfoque e o problema central discutido não são a campanha 2010 e sim o que aconteceu nas últimas eleições e ainda acontece no PV de Mauá."

Novo presidente - A destituição de José Carlos Orosco Júnior, marido de Vanessa, do diretório municipal também não passou em branco para a presidente.

Regina afirma que a saída de Orosco da presidência não visa desestruturar a família Damo, mas renovar o partido, que sofreu desgastes após a eleição do ano passado. "O PV de Mauá passou por avaliação e a executiva enviada por Orosco para assumir o diretório, não foi aprovada pela direção estadual. Queremos um nome para buscar pessoas e agrupá-las dentro da legenda."

Para assumir o cargo, a executiva optou pelo secretário de Meio Ambiente de São Caetano, Osvaldo Ceoldo, um dos diretores estaduais do PV, que deve, segundo Regina, auxiliar na busca de unidade. "Ele foi nomeado para tentar conciliação e uma nova composição dentro do diretório de Mauá e representa o coletivo da Executiva. Tem todo o apoio da estadual", conclui.

Integrantes do diretório de Mauá reclamam de falta de diálogo

A decisão da executiva estadual pela mudança na direção do PV em Mauá rendeu críticas dos filiados da cidade e apoiadores do ex-prefeito Leonel Damo (PV).

O vereador Átila Jacomussi - parlamentar mais votado no Grande ABC pelo PV - reclamou da falta de diálogo diante da mudança de direção. "Não houve nenhuma reunião com os filiados para avisar da mudança do comando de gestão. Se querem colocar um novo presidente, deviam escolher alguém de Mauá", alfinetou.

Wilson Carlos de Campos, o Xoxa, que foi chefe de gabinete de Damo, confirmou que as especulações de expulsão, que culminaram na saída do ex-gestor de Mauá, fizeram com que toda a ex-diretoria do PV estudasse a desfiliação do partido. "Não houve respeito nenhum no caso, nem por ele, nem pelo partido na cidade. Entrego minha carta de desfiliação nesta semana. Além de mim, toda a ex-diretoria deve entregar."

Nos bastidores, militantes do PV, que preferiram não se identificar, confirmaram que a executiva estadual deu um ultimato ao ex-prefeito: caso ele não pedisse a desfiliação, seria expulso do partido nesta semana. A presidente estadual, Regina Gonçalves, e Damo negaram a versão.

Sem discórdia - Osvaldo Ceoldo, que deve assumir o diretório de Mauá e comandar a reestruturação, visitou os parlamentares eleitos pelo PV na semana passada. A intenção do integrante da executiva era buscar apoios e desfazer qualquer mal-entendido em torno de sua indicação.

Por Paula Cabrera - Diário do Grande ABC / Foto: Ari Paleta
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