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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/02/2010 | Internacional
Premiê do Haiti diz que reconstrução pode levar dez anos; 230 mil morreram
Quatro semanas após um terremoto ter devastado parte do Haiti, o governo começa a avaliar a extensão dos danos e como fazer para reconstruir uma capital que teve 75% dos seus prédios destruídos ou seriamente danificados. Segundo o premiê Jean-Max Bellerive, serão necessários três ou quatro anos para que o país caribenho retorne ao estado pré-tremor e até dez anos para reconstruir as 250 mil casas desmoronadas na tragédia.

A estimativa vem um dia depois de outro dado aterrador. Um novo balanço do governo do Haiti elevou o número de mortes do terremoto de 12 de janeiro para 230 mil e afirmou que outros corpos ainda não foram contados. O novo dado iguala os números da tragédia haitiana aos mortos no tsunami de 2004 na Ásia.

A prioridade, afirma Bellerive, é organizar os abrigos e novas casas para os cerca de 1 milhão de novos desabrigados pela tragédia --que antes já somavam um milhão. Segundo o premiê, os abrigos e tendas improvisadas com plásticos e lençóis chegam a 500 somente na capital.

"Nós ainda estamos em uma situação muito difícil", disse Bellerive à agência de notícias Reuters. "Nós ainda não temos uma visão clara de certos problemas e de como vamos realocar estas pessoas".

Bellerive, um economista que se tornou premiê apenas dois meses antes do tremor, disse que as condições estão melhorando em algumas áreas, com melhor distribuição de comida e melhores serviços de saúde.

Doadores internacionais entregaram milhões de dólares em comida, abrigos e outros suprimentos ao Haiti, onde, antes do terremoto, a maioria das pessoas vivia com menos de US$ 2 por dia.

Nesta terça-feira, governantes da América do Sul decidiram criar um fundo de aproximadamente US$ 300 milhões para ajudar em médio prazo na reconstrução do país.

A cúpula em Quito, com a presença de 4 dos 12 presidentes do Unasul (União de Nações Sul-Americanas), teve a participação do presidente do Haiti, René Preval, e decidiu promover ações conjuntas para canalizar a ajuda humanitária e impulsionar trabalhos de reconstrução mediante um plano coordenado com o governo haitiano.

Bellerive disse que abrigo continua o maior problema para o governo. Os moradores dizem que suas casas foram danificadas ou que temem voltar para aquelas que resistiram ao terremoto de magnitude 7 com medo que desabe com um novo tremor. Eles montam então abrigo improvisados nos arredores do aeroporto, na principal praça da cidade, em um campo de golfe, campos abertos e ruas.

Nos próximos quatro a seis meses, afirma Bellerive, o governo terá que levar as pessoas aos abrigos ou estabelecê-los em acampamentos com melhores estruturas. A estação de chuvas pode começar em semanas no Haiti e a temporada de furacões no caribe começa em 1º de junho.

"Em alguns lugares, eles ficarão onde estão, nós vamos apenas acomodá-los. Em outros lugares nós teremos que retirá-los. E se nós vamos retirá-los, teremos que dar a eles todos os serviços, porque eles não estarão em condição de cuidar de si mesmos", disse o premiê.

As condições sanitárias nos acampamentos, a maioria sem banheiros ou água corrente, é uma grande preocupação com a chegada da estação de chuvas. O governo espera instalar latrinas nos abrigos antes da chuva começar e está enviando trabalhadores para aconselhar os moradores sobre os riscos de dormir, cozinhar e se banhar nos mesmos locais pequenos.

Apesar da constatação de um número crescente de casos de tétano e outros alimentos, Bellerive disse que não houve grandes epidemias.

"Nós acreditamos que estamos controlando qualquer surto de epidemias no Haiti", disse. "Nós não temos nenhuma epidemia no Haiti até agora".

O governo disse que 250 mil casas foram destruídas pelo terremoto, a maioria deles na capital, e milhares de outros foram declarados inabitáveis nas semanas seguintes.

Questionado quanto tempo levará até que tudo seja reconstruído, Bellerive disse: "Um longo tempo. Eu diria dez anos. Eu diria que levará de três a quatro anos para voltar a 11 de janeiro".

Vítimas

O governo do Haiti elevou nesta terça-feira o número de mortes para 230 mil. Em 24 de janeiro, o governo havia estimado em 150 mil o número de mortos, aparentemente contando os corpos recuperados dos escombros dos edifícios derrubados em Porto Príncipe, a capital próxima ao epicentro do terremoto de magnitude 7. Depois o número foi passado para 212 mil.

A ministra das Comunicações, Marie-Laurence Jocelyn Lassegue, disse que o dado não é definitivo. Segundo a ministra, a contagem não inclui corpos enterrados por casas funerárias privadas em cemitérios privados nem os mortos enterrados por suas próprias famílias.

O terremoto devastou Porto Príncipe e localidades vizinhas, deixando centenas de milhares de desabrigados e levando ao colapso da infraestrutura do país que já era o mais pobre do hemisfério ocidental.

Por Folha Online - Reuters, em Porto Príncipe (Haiti)
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