DATA DA PUBLICAÇÃO 26/07/2011 | Geral
Prefeitura vai subsidiar aluguéis para atuais moradores da Cracolândia após revitalização
O governo municipal promete subsidiar os aluguéis dos atuais moradores da Cracolândia, no centro de São Paulo, depois que a região for revitalizada no projeto da Nova Luz. A versão do plano consolidado, antes de obter licenciamentos e certificados, deve ficar pronta ainda no final deste mês. É o que disse o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem.
Chamado de Nova Luz, esse é o primeiro projeto de cidade compacta em São Paulo. O conceito, atual vedete de especialistas em urbanismo de todo o mundo, prevê que regiões das grandes cidades tenham infraestrutura completa perto de áreas muito densas, o que diminui os deslocamentos urbanos.
Na segunda parte da entrevista concedida com exclusividade ao R7, o secretário explicou o conceito usado na Cracolândia. Aparentemente mais cômodo com o assunto, Bucalem sorriu várias vezes. Leia a primeira parte da entrevista.
Em alguns momentos ensaiava um gracejo, mas, por obrigação do cargo e da seriedade do tema, se autocensurava na sequência.
R7 - A cidade compacta é uma solução para São Paulo?
Miguel Bucalem - A discussão da cidade compacta é muito positiva. Há um consenso nas cidades que esse é o caminho, mas a gente precisa antes explicar o que é cidade compacta em termos de São Paulo. Geralmente, adensamento está associado a congestionamento e não é verdade. Se você fizer o adensamento no lugar correto, vai diminuir o congestionamento. A região metropolitana cresce. Com esse novo aumento, empregos vão precisar estar localizados em algum lugar do território. A má localização deles é muito ruim para a dinâmica da cidade. Se você conseguir induzir que essa ocupação seja feita num lugar mais adequado, você tem um ganho muito grande de eficiência.
R7 - Onde a cidade compacta começa a ser implementada em São Paulo?
Bucalem - Acho que o grande desafio é criar a cidade compacta na região central. Na orla ferroviária você tem infraestrutura e tem áreas que tem baixa densidade. Então ali que você precisa trazer mais gente e trazer mais atividade econômica. Você tem uma infraestrutura de transporte grande, mas se você olhar a ocupação, às vezes você tem quadras enormes e elas são inadequadas para se ter ocupação. Outra coisa: é preciso ter áreas de lazer, de verde e área pública. A cidade compacta está muito ligada também à qualidade de caminhar e andar de bicicleta. É uma reciclagem da cidade.
R7 - Nova luz é o primeiro ensaio da cidade compacta?
Bucalem - É o primeiro. Estamos querendo permitir o adensamento dessa área, com mais empregos, mas tem que melhorar a infraestrutura. Lá é uma ilha de calor, não tem área de lazer, pedestre não consegue andar, as calçadas são pequenas, não tem ciclovia. Apesar de ter uma forte infraestrutura de transporte, o ambiente urbano não é adequado para você adensar ainda.
R7 - Como evitar a especulação imobiliária na região?
Bucalem - Você tem que criar mecanismos para dar acessos também às várias faixas de renda. Sem ter as várias faixas de renda, não há uma comunidade. No caso da Nova Luz, você tem lá as Zeis [Zona Especial de Interesse Social], mas em outros lugares, as políticas têm que prever incentivos para que você tenha as várias faixas de renda num território. Você tem que contar também que vai haver uma sobre oferta muito grande de habitação. Hoje há 5.700 unidades na região. O projeto vai produzir mais 5.200 unidades, sendo 2.500 de Zeis e 2.700 para outras faixas de renda. Nosso desejo é que todo mundo fique lá.
R7 - Na Nova Luz tem muita gente sem documentação. Como você encaixa essa pessoa?
Bucalem - A secretaria de Habitação tem todos os mecanismos.
R7 - A Nova Luz vai lidar com a Cracolândia?
Bucalem - Isso é mais urgente que a Nova Luz. Isso é uma política que está acontecendo agora e vai estar acontecendo. Espero que a Cracolândia seja resolvida no sentido de dar o máximo de atendimento para essa população mais rápido que a transformação urbana. Teve um prédio que foi feita a reciclagem dele agora, está novinho lá. E não tem nada a ver com o nosso projeto. Mas já é um reconhecimento que o centro é um lugar bom para morar.
R7 - Já foram emitidos certificados de isenção fiscal?
Bucalem - Foram emitidos. Pequenos, mas foram. Você ter um projeto para mudar, a longo prazo e com garantia, dá muita confiança para os investidores e moradores.
R7 - Qual vai ser a política de reacomodação dos moradores da região?
Bucalem - Vai ser oferecida uma possibilidade de morar na área, com aluguel subsidiado por quanto tempo quiser, compatível com a renda. Quem tem uma unidade vai ter uma outra unidade compatível com as regras que vão ser detalhadas.
R7 - O cálculo da habitação compatível será feito por valor do imóvel ou tamanho?
Bucalem - Olha, a ideia é que como isso vai ser feito logo, você vai ter uma de áreas.
R7 - Quando fica definido?
Bucalem - A expectativa é que o projeto consolidado seja divulgado até o final de julho. Aí ele vai ser licenciado, tem que passar nos diversos órgãos da prefeitura. Tem que divulgar o projeto consolidado.
R7 - E o projeto final?
Bucalem - Antes do final do ano. É a nossa expectativa.
R7 - A licitação será feita em lote?
Bucalem - Provavelmente será um editalzão, mas com um cronograma longo. Vai ser complexo.
Chamado de Nova Luz, esse é o primeiro projeto de cidade compacta em São Paulo. O conceito, atual vedete de especialistas em urbanismo de todo o mundo, prevê que regiões das grandes cidades tenham infraestrutura completa perto de áreas muito densas, o que diminui os deslocamentos urbanos.
Na segunda parte da entrevista concedida com exclusividade ao R7, o secretário explicou o conceito usado na Cracolândia. Aparentemente mais cômodo com o assunto, Bucalem sorriu várias vezes. Leia a primeira parte da entrevista.
Em alguns momentos ensaiava um gracejo, mas, por obrigação do cargo e da seriedade do tema, se autocensurava na sequência.
R7 - A cidade compacta é uma solução para São Paulo?
Miguel Bucalem - A discussão da cidade compacta é muito positiva. Há um consenso nas cidades que esse é o caminho, mas a gente precisa antes explicar o que é cidade compacta em termos de São Paulo. Geralmente, adensamento está associado a congestionamento e não é verdade. Se você fizer o adensamento no lugar correto, vai diminuir o congestionamento. A região metropolitana cresce. Com esse novo aumento, empregos vão precisar estar localizados em algum lugar do território. A má localização deles é muito ruim para a dinâmica da cidade. Se você conseguir induzir que essa ocupação seja feita num lugar mais adequado, você tem um ganho muito grande de eficiência.
R7 - Onde a cidade compacta começa a ser implementada em São Paulo?
Bucalem - Acho que o grande desafio é criar a cidade compacta na região central. Na orla ferroviária você tem infraestrutura e tem áreas que tem baixa densidade. Então ali que você precisa trazer mais gente e trazer mais atividade econômica. Você tem uma infraestrutura de transporte grande, mas se você olhar a ocupação, às vezes você tem quadras enormes e elas são inadequadas para se ter ocupação. Outra coisa: é preciso ter áreas de lazer, de verde e área pública. A cidade compacta está muito ligada também à qualidade de caminhar e andar de bicicleta. É uma reciclagem da cidade.
R7 - Nova luz é o primeiro ensaio da cidade compacta?
Bucalem - É o primeiro. Estamos querendo permitir o adensamento dessa área, com mais empregos, mas tem que melhorar a infraestrutura. Lá é uma ilha de calor, não tem área de lazer, pedestre não consegue andar, as calçadas são pequenas, não tem ciclovia. Apesar de ter uma forte infraestrutura de transporte, o ambiente urbano não é adequado para você adensar ainda.
R7 - Como evitar a especulação imobiliária na região?
Bucalem - Você tem que criar mecanismos para dar acessos também às várias faixas de renda. Sem ter as várias faixas de renda, não há uma comunidade. No caso da Nova Luz, você tem lá as Zeis [Zona Especial de Interesse Social], mas em outros lugares, as políticas têm que prever incentivos para que você tenha as várias faixas de renda num território. Você tem que contar também que vai haver uma sobre oferta muito grande de habitação. Hoje há 5.700 unidades na região. O projeto vai produzir mais 5.200 unidades, sendo 2.500 de Zeis e 2.700 para outras faixas de renda. Nosso desejo é que todo mundo fique lá.
R7 - Na Nova Luz tem muita gente sem documentação. Como você encaixa essa pessoa?
Bucalem - A secretaria de Habitação tem todos os mecanismos.
R7 - A Nova Luz vai lidar com a Cracolândia?
Bucalem - Isso é mais urgente que a Nova Luz. Isso é uma política que está acontecendo agora e vai estar acontecendo. Espero que a Cracolândia seja resolvida no sentido de dar o máximo de atendimento para essa população mais rápido que a transformação urbana. Teve um prédio que foi feita a reciclagem dele agora, está novinho lá. E não tem nada a ver com o nosso projeto. Mas já é um reconhecimento que o centro é um lugar bom para morar.
R7 - Já foram emitidos certificados de isenção fiscal?
Bucalem - Foram emitidos. Pequenos, mas foram. Você ter um projeto para mudar, a longo prazo e com garantia, dá muita confiança para os investidores e moradores.
R7 - Qual vai ser a política de reacomodação dos moradores da região?
Bucalem - Vai ser oferecida uma possibilidade de morar na área, com aluguel subsidiado por quanto tempo quiser, compatível com a renda. Quem tem uma unidade vai ter uma outra unidade compatível com as regras que vão ser detalhadas.
R7 - O cálculo da habitação compatível será feito por valor do imóvel ou tamanho?
Bucalem - Olha, a ideia é que como isso vai ser feito logo, você vai ter uma de áreas.
R7 - Quando fica definido?
Bucalem - A expectativa é que o projeto consolidado seja divulgado até o final de julho. Aí ele vai ser licenciado, tem que passar nos diversos órgãos da prefeitura. Tem que divulgar o projeto consolidado.
R7 - E o projeto final?
Bucalem - Antes do final do ano. É a nossa expectativa.
R7 - A licitação será feita em lote?
Bucalem - Provavelmente será um editalzão, mas com um cronograma longo. Vai ser complexo.
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