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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/06/2014 | Economia
Preço do seguro deve cair 25% com lei do desmanche
Preço do seguro deve cair 25% com lei do desmanche Foto: Celso Luiz/DGABC
Foto: Celso Luiz/DGABC
O preço do seguro do carro no Grande ABC deve cair. Essa é a expectativa do setor com novas legislações federal e estadual que regulamentam a atividade de desmanche e que têm como objetivo coibir crimes de roubo e furto de veículos. A redução do custo das apólices deve girar em torno de 25%, estima Arnaldo Odlevati Júnior, ex-diretor regional do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros) e sócio da Odlevati Corretora.

“Tudo vai depender da intensidade da fiscalização realizada nos desmanches (a cargo da Polícia Civil). E também de quanto a medida vai inibir furtos e roubos. Estimo redução de 25% porque, na composição do preço do seguro, leva-se em conta, ainda, os índices de colisão, de reposição de peças – que são afetados, por exemplo, pela alta do dólar – e de danos causados por enchentes”, justifica o especialista.

Em 1º de julho entra em vigor lei sobre o tema no Estado de São Paulo que foi sancionada pelo governador Geraldo Alckmin em janeiro, e que estabelecia 180 dias para os estabelecimentos do ramo de peças de carros desmontados se adaptarem às novas normas.

Entre as exigências fixadas estão que essas empresas tenham registro de todos os veículos adquiridos e seus componentes, que devem ser identificados por notas fiscais eletrônicas e por sistema de rastreabilidade – gravação nas peças e partes, para que o governo estadual tenha informações sobre cada etapa do processo de desmontagem, da compra do veículo em leilão, por exemplo, até a venda ao consumidor final.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, na Argentina, onde medida semelhante foi implantada, os índices de roubo e furto de veículos caíram 50%.

Segundo o assessor do Sindseg-SP (Sindicato das Seguradoras, Previdência e Capitalização do Estado de São Paulo) Adhemar Fuji, a perspectiva é positiva, pois a regulamentação ajudará a combater o crime dos ‘salvados’ (termo que designa os carros que tiveram perda total, ou que não compensa o conserto, e que são ‘recuperados’ com peças de modelos semelhantes roubados).

O diretor regional do Sincor-SP, Sady José Viana Sobrinho, tem avaliação semelhante, ao citar a forte relação entre o volume de roubos e os preços do seguro. “Deveremos sentir (os reflexos) daqui a uns três meses”, estima.

A questão é importante especialmente para o Grande ABC, onde o índice de roubos e furtos de veículos vem em escalada. No primeiro trimestre, foram 6.706 ocorrências desses tipos, 22% mais que no mesmo período do ano passado. Só em São Caetano, a alta foi de 50%. Por causa desses crimes, também estimulados pelo fácil acesso às rotas de fuga, que cruzam as cidades da região, como a Via Anchieta e a Av. dos Estados, tradicionalmente é mais caro ter o veículo segurado no Grande ABC do que na Capital.

O Sindseg participou do grupo de trabalho criado para a concepção da nova lei. Fuji cita que um dos focos foi envolver diversos órgãos para o controle do desmonte: além da fiscalização feita pelo Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), haverá o acompanhamento pelas secretarias da Fazenda, de Segurança Pública e do Meio Ambiente. Uma das regras é que itens de segurança (como sistema de direção, freios e airbag) não podem ser comercializados, e há necessidade de retirada de líquidos contaminantes.

Colaborou Soraia Abreu Pedrozo

Governo federal se inspira em SP

Inspirada na nova legislação paulista, o governo federal acaba de criar lei que amplia o controle sobre os desmanches. Sancionada no fim de maio pela presidente Dilma Rousseff, e com entrada em vigor daqui a 12 meses, a medida prevê a criação de banco de dados que terá o registro de todas as peças retiradas dos veículos desmanchados e informações sobre a destinação final da peça: se será para reposição ou para sucata.

A implementação e a gestão do banco de dados ficarão a cargo do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que vai regulamentar a norma e detalhar sua execução.

Além disso, por essa medida, empresas de desmontagem também deverão ter registro junto ao órgão de trânsito, possuir alvará de funcionamento, estar regular perante o Registro Público de Empresas e não poderão realizar nenhum outro tipo de atividade em seu estabelecimento.

Para o assessor do Sindseg-SP Adhemar Fuji, a lei federal ajudará ainda mais a coibir o roubo e furto de carros. “Hoje, cada Estado tem uma legislação diferente do outro”, diz. No entanto, ele ressalva que essa medida não terá eficácia se o consumidor não colaborar e não passar a exigir peças certificadas, que mostrem sua procedência. “O bandido não vai deixar de roubar carros porque existe a lei”, afirma.

Para associação, medida permitirá melhoria dos negócios do setor

As novas legislações para regulamentar as empresas de desmanche podem beneficiar empresários interessados em atuar de forma séria no mercado de venda de peças usadas. Isso porque a atividade, que concentra cerca de 250 empresas no Grande ABC, tem apelo junto ao consumidor final, por causa dos preços mais em conta que os itens novos. A avaliação é do diretor executivo da Adera (Associação Brasileira de Desmontagem e Reciclagem Automotiva), Eduardo Santos. “Há oportunidades de melhoria do negócio”, diz.

Para ele, a rastreabilidade das peças é algo saudável, que vai dar mais clareza e transparência sobre a procedência desses componentes. “Não é só o mercado final que tem interesse, o setor de remanufaturados também tem. Já tem até montadora remanufaturando peças usadas, que têm o seu valor”, cita. Ele exemplifica que um retrovisor de caminhão Mercedes-Benz que custa R$ 8.000 a peça original, sai por R$ 3.000 no desmonte.

Santos tem dado consultoria a empresários do ramo, para esclarecer a nova norma estadual, sobre como providenciar documentação e quais os níveis de exigência. “Uma parte é o inventário de peças, outra é a ambiental (de descontaminação, como a retirada de líquidos dos carros), que a maioria desconhece”, afirma.

No entanto, ele salienta que nem sempre o problema está no desmanche. Isso porque, segundo ele, há casos de veículos adquiridos em leilão que deveriam estar regularizados e que têm números de chassis ou de motor raspados.

POPULAR

O assessor do Sindseg-SP Adhemar Fuji cita ainda que a Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, trabalha para regulamentar o seguro popular de veículo que poderá permitir a utilização de peças usadas no reparo de veículos segurados. “Faltava esse credenciamento e a rastreabilidade das peças”, diz.

Por Leone Farias - Diário do Grande ABC
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