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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/05/2015 | Economia
Por falta de dinheiro, associações comerciais ‘'pulam'’ datas festivas
 Por falta de dinheiro, associações comerciais ‘'pulam'’ datas festivas Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
Ao alegar falta de dinheiro, as associações comerciais do Grande ABC dizem que irão focar esforços para organizar campanhas atrativas ao consumidor somente nas datas festivas do último trimestre, como Dia das Crianças (12 de outubro) e Natal (25 de dezembro), consideradas mais rentáveis para o comércio. Com isso, ocasiões como Dia dos Namorados (12 de junho) e Dia dos Pais (neste ano em 9 de agosto) – assim como foi no Dia das Mães (10) – receberão menos destaque em 2015.

Presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo) e vice-presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Valter Moura conta que, na semana passada, iniciou reuniões com as demais entidades do segmento na região para formatar campanha unificada no Grande ABC para as datas festivas de 12 de outubro e 25 de dezembro. “O principal objetivo é fazer com que o consumidor da região faça as compras por aqui.” Ainda não há estimativa de gastos com a ação. A intenção é contratar agências de publicidade para aumentar a visibilidade do projeto e buscar patrocinadores.

Embora as entidades não representem só lojas de ruas, mas também estabelecimentos situados em shoppings, os complexos de compras levam vantagem na hora de atrair o consumidor pelo fato de, em toda data sazonal, lançar mão de campanhas que, neste ano, a fim de driblar a crise econômica e estimular compras, têm adotado sistema ‘comprou-levou’. Dos nove shoppings da região, sete distribuíram algum mimo, além do cupom, para concorrer aos sorteios a partir de determinado valor gasto – o que, de certa forma, atrai público e intensifica a concorrência.

Questionado sobre o porquê de a ação não ser feita para os eventos do meio do ano, Moura não detalha os motivos. Responde apenas que não daria tempo e que o Natal foi escolhido para ser foco em razão de a data ser mais lucrativa para o comércio. Ele salienta que, além da campanha unificada, cada associação fará suas ações individuais. Os cerca de 2.500 associados ativos pagam média de R$ 40 por mês – o que dá R$ 480 no ano por empresa e, portanto, receita de R$ 1,2 milhão.

O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Robles Dotto, diz que, em 2014, a entidade fez campanha no meio do ano, mas que os resultados foram acanhados. “No fim do ano, o comércio adere mais, pois, como a população está com mais renda por causa do 13º salário, os lojistas têm expectativa de faturar mais.”

Ele destaca que a Acisa também está atrás de patrocínios para a realização de ação para impulsionar as vendas no Natal. A intenção é sortear carros e bicicletas. Sobre a ausência de campanhas de fôlego ao longo do ano, Dotto justifica que a falta de recursos é um dos principais obstáculos. No ano passado, a entidade arrecadou R$ 3,5 milhões, aproximadamente, e teve ganhos de R$ 100 mil. Grande parte da renda, segundo o presidente, vai para o pagamento de fornecedores. “A gente compra e vende certificados digitais. Para as análises de crédito, compramos informações da empresa Boa Vista. Além disso, tem os impostos que pagamos, os salários dos funcionários”, complementa. A Acisa tem cerca de 2.400 associados ativos e, segundo Dotto, a mensalidade mais cara custa R$ 48 (R$ 576 no ano).

Para o Dia dos Namorados, a Aciarp (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires) planeja ações simples, como elaboração de faixas para serem espalhadas pela cidade incentivando as compras no município. “Não temos verba para fazer campanha bem montada”, lamenta o presidente Marcelo Dias Menato. A entidade possui cerca de 450 associados ativos, que pagam mensalidade média de R$ 20 (R$ 240 anuais), o que gera faturamento de R$ 108 mil.

Já a ACE (Associação Comercial e Empresarial de Diadema) informa que são feitas campanhas somente para Dia das Mães, Dia das Crianças e Natal, pois geram maior movimentação de vendas. “Dia dos Pais e Dia dos Namorados não têm o mesmo impacto no comércio, mas fazemos promoções publicitárias para alavancar as vendas dos associados, isso significa campanhas institucionais sem a distribuição de brindes, mas com outdoors, faixas, releases e e-mail marketing”, explica a gerente Carla Sortino Bassi. A associação teve ganhos de R$ 203,5 mil em 2014, 92% a mais do que no ano anterior.

Os associados pagam de R$ 35 a R$ 100 mensais (R$ 420 a R$ 1.200 por ano), montante que varia conforme o pacote de serviços. O mais básico dispõe de consulta de negativados, cursos e exemplar da revista da entidade; se incluir locação de auditório, o montante sobe.

Com orçamento de R$ 800 mil, a Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá) não fará ações para alavancar o comércio no Dia dos Namorados. Segundo o presidente, Luiz Augusto Gonçalves de Almeida, as campanhas também serão focadas no Natal. As mensalidades variam de R$ 22 a R$ 100 (R$ 264 a R$1.200), conforme o tamanho e o faturamento do associado – são 700 ativos.

SEM ESTÍMULO - Já a Aciargs (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Rio Grande da Serra) não planeja ações específicas nem para o Natal, já que alega não ter renda suficiente. “A alta inadimplência por parte dos comerciantes em campanhas passadas desencoraja a entidade em fazer essas ações; existe até certo apelo por elas, mas, como a Aciargs não possui recursos para assumir os custos, fica inviável organizar sem o compromisso dos parceiros”, justifica o diretor administrativo da associação, Noel Aparecido Horacio. São cobrados dos 45 associados R$ 30 mensais (R$ 360 por ano) que, se estivessem em dia, renderiam receita de R$ 16,2 mil por ano. No entanto, 48% estão em falta com os pagamentos.

Entidades destacam ações institucionais

Apesar da pouca quantidade de campanhas para impulsionar as vendas em datas especiais, as associações comerciais da região destacam que o papel das entidades é executar ações institucionais e de apoio ao lojista. Entre os principais benefícios oferecidos aos comerciantes estão consulta de CPFs e CNPJs para análise de crédito, certificação digital, treinamento e capacitação de trabalhadores, convênios em geral, principalmente nas áreas de Educação e Saúde e empréstimos por meio das cooperativas de crédito das entidades.

“A associação comercial visa defender os interesses dos associados em todos os níveis. Por exemplo, se o Congresso quer aprovar uma lei que aumenta impostos, nós pressionamos deputados e senadores para que não deixem passar”, diz o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo) e vice-presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Valter Moura. “Além disso, orientamos e capacitamos o empresário para que ele possa exercer melhor a atividade, aprimorando e qualificando os funcionários por meio de seminários, cursos e palestras.” Na região, cerca de 15 mil lojistas são filiados às associações do setor.

O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Robles Dotto, destaca que, no ano passado, foram feitos 52 eventos na entidade para treinamento aos associados. “Desses, 97% foram gratuitos para os participantes”, garante.

A gerente da ACE (Associação Comercial e Empresarial de Diadema), Carla Sortino Bassi, acrescenta que as entidades também atuam diante de temas mais abrangentes. “Encaminhamos bandeiras que são comuns independentemente de cidades, como é o caso do Impostômetro, para expor o tamanho da carga tributária no País e assumimos posições importantes em defesa das micro e pequenas empresas, da livre iniciativa, da democracia, da simplificação do sistema fiscal, das reformas tributárias, da responsabilidade fiscal, do repúdio à corrupção, entre outras.”

Em Diadema, ACE sorteou 30 brincos no Dia das Mães

Para atrair maior número de consumidores no Dia das Mães, a ACE (Associação Comercial e Empresarial de Diadema) sorteou 30 brincos de ouro de 18 quilates com pérola. A entidade informa ter distribuído cerca de 70 mil cupons durante o período da ação. Os brindes serão entregues nos dias 22, 25 e 26. Também foram sorteadas cinco cadernetas de poupança com R$ 200 cada. Essa foi a única associação da região que realizou sorteios para fomentar o comércio durante a data.

No ano passado, para o Natal, a entidade fez sorteio cujos prêmios continuam sendo entregues durante este ano. Dois sorteados receberam vale-compras mensais de R$ 500 no supermercado Clube de Campo e, outro, um bolo por mês na loja da Sodiê Doces em Diadema.

As associações comerciais da região planejam campanhas de fôlego para o Natal, mas a definição sobre a realização só poderá ser feita depois que forem firmados contratos de patrocínio para que os prêmios possam ser disponibilizados aos clientes.

Por Fábio Munhoz - Diário do Grande ABC
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