NOTÍCIA ANTERIOR
Mauá quer realizar ação antienchente no Tamanduateí
PRÓXIMA NOTÍCIA
Caminhão desgovernado mata criança em Mauá
DATA DA PUBLICAÇÃO 25/07/2011 | Cidade
População carente da Capital depende de serviços de Mauá
Para os números ímpares, Mauá; para os pares, São Paulo. No meio, a rua Cidade de Mauá, que não possui asfalto, conta com iluminação precária e é tomada pelo lixo que não é recolhido, cenário comum às periferias. Nos limites entre as duas cidades, moradores do Parque das Flores, na Zona Leste da Capital, afirmam depender quase integralmente dos equipamentos públicos dos bairros Jardim Zaíra e Nova Mauá, em Mauá.

Os cerca de 25 mil moradores do Parque das Flores podem recorrer às escolas, postos de saúde, terminais de ônibus, entre outros, no Jardim Santo André, bairro também pertencente à Subprefeitura de São Matheus, ou mesmo às unidades de São Matheus. No entanto, a alternativa é desvantajosa. Os serviços da Capital ficam mais distantes, o acesso dentro do bairro é precário, e a informação de como e quando usar esses serviços não chega.

Colado no Parque das Flores, o complexo do Jardim Zaíra compreende 23 unidades de serviços públicos, que vão desde quadras poliesportivas a UBSs (Unidades Básicas de Saúde). A caminhada para utilizar esses serviços é de 15 a 30 minutos para os moradores da fronteira, enquanto para o atendimento na Capital fica, de acordo com as famílias, a pelo menos uma hora.

O montador José Gilberto da Rocha, 63 anos, mora na divisa das duas cidades há 15 anos. Os dois filhos de Rocha estudam em escolas municipais no Jardim Zaíra, e sempre que a família precisa de atendimento médico é no Hospital Nardini, em Mauá, que tentam o atendimento. “O Hospital São Matheus é mais longe e está sempre muito lotado. Já ficamos sem atendimento lá muitas vezes, então nem tentamos mais.”

Uma rua, duas cidades - Para quem mora exatamente na divisa, na rua Cidade de Mauá, a situação é ainda mais dramática. Há dois anos, os dois lados da rua pertenciam a Mauá. Um novo estudo da área foi feito, e o lado de casas com números pares ficou sob a responsabilidade do governo municipal de São Paulo. Famílias contam que o carteiro, que antes atendia os dois lados, chega apenas para o lado de casas de Mauá, e que todo o lixo é depositado nas ruas do Jardim Zaíra, onde é recolhido. Do contrário, ficará depositado no Parque das Flores sem data para ir embora.

“Aqui, todos já se habituaram a ir ao Nova Mauá ou ao Zaíra 4 para resolver qualquer coisa que seja. Até mesmo para fazer compras, é tudo em Mauá. É algo natural e inevitável. A única vez que vimos agentes públicos aqui foi quando o pessoal da Habitação veio selar as casas para fazer a contagem, e só”, afirma Edivânia Castro Aviles, 34 anos, líder comunitária.

Truque - O vice-prefeito e secretário de Saúde de Mauá, Paulo Eugênio, confirma que a procura nas unidades de saúde do município pelos moradores do Parque das Flores é grande, e que com frequência moradores utilizam endereços de amigos e parentes que residem em Mauá para marcar consultas nas UBSs.

“Os moradores me procuraram no ano passado para que colocássemos o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e o PSF (Programa de Saúde da Família) à disposição do bairro, e eu disse que eles tinham procurado a prefeitura errada. Mauá, que está entre as dez cidades mais pobres do estado, ajudando a cidade mais rica do País. Não tem a menor condição, já temos uma demanda sobrecarregada”, afirmou o secretário.

Área está ‘congelada’ pela Secretaria de Habitação - De acordo com a Secretaria de Habitação de São Paulo, 5.500 imóveis foram selados pela secretaria no Parque das Flores. Destes, 700 estão em área de risco alto ou muito alto, e indicação para remoção imediata.

Os moradores desses móveis serão atendidos com aluguel social e receberão termo de atendimento definitivo em oito empreendimentos da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo) que estão em construção.

Há também, de acordo com a Sehab, um plano para urbanização da área. Os projetos foram concluídos no início de 2010 e, agora, está aberto processo de licitação para início das obras. No planejamento feito foram reservadas áreas passíveis de receber equipamentos públicos. À exceção das famílias com indicação para remoção imediata, não há previsão de outras remoções.

Com a dinâmica das obras é possível que áreas instáveis, com possibilidade de solapamento, escorregamento ou deslizamento, tenham seus riscos eliminados e as moradias sejam consolidadas. Por conta de um deslizamento em 2009, 450 famílias já deixaram a área e passaram a receber aluguel social. Dessas, 100 já estão em moradias definitivas em unidades da Cohab em Itaquera.

Por Carol Scorce - ABCD Maior
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Setecidades - Clique Aqui
As últimas | Cidade
06/04/2020 | Atualização 06/04/2020 do avanço Coronavírus na região do ABC Paulista
03/02/2020 | Com um caso em Santo André, São Paulo monitora sete casos suspeitos de Coronavírus
25/09/2018 | TIM inaugura sua primeira loja em Mauá no modelo digital
As mais lidas de Cidade
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7712 dias no ar.