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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/04/2014 | Educação
Popozuda critica polêmica: ''Debate deveria ser sobre salário de professor''
Prova de filosofia do DF que citava 'Beijinho no ombro' gerou discussão.

Professor defendeu inclusão do tema na avaliação aplicada ao 3º ano.


A funkeira Valesca Popozuda voltou a se posicionar na manhã desta quarta-feira (9) a respeito da questão de uma prova de filosofia da rede pública do Distrito Federal que se referia a ela como "grande pensadora contemporânea". A entrevista foi concedida ao "Encontro com Fátima Bernardes".

"Eu acho que as pessoas tinham que se preocupar era com o salário dos professores, com as escolas que não têm mesa, não têm cadeira, não têm nem giz direito. Acho que a gente tem que cuidar da nossa educação, que está precária. Com tanta coisa para estar se preocupando, as pessoas querem gerar polêmica por isso", disse.

A pergunta foi elaborada pelo professor Antônio Kubitschek para 360 estudantes de 3º ano do Centro de Ensino Médio 03 de Taguatinga. No enunciado número 11 da prova, o professor pedia que os estudantes completem o trecho "se bater de frente", do hit "Beijinho no ombro" (veja vídeo abaixo). A resposta correta era a letra A, que traz "é só tiro, porrada e bomba". O homem dá aulas para as turmas de 2° e 3º anos.

Kubitscheck foi duramente criticado e ironizadoem redes sociais pela questão. Mas, em entrevista ao G1, o professor defendeu a inclusão da questão na prova e comentou as postagens que a funkeira fez em redes sociais sobre o assunto. "Acho que a Valesca foi muito feliz ao levantar as críticas contra o preconceito em relação ao funk e à ela, assim como quanto aos problemas dos professores", disse.
Mas isso eu vou ter que recusar, porque é um título [de grande pensadora contemporânea] muito forte e eu ainda não me sinto pronta pra isso. Prometo que vou trabalhar isso. [...] Vou ali ler um Machado de Assis e ir treinando pra quem sabe um dia conseguir ser uma pensadora de elite!"
Valesca Popozuda, comentando por rede social a polêmica sobre questão sobre ela em prova

A prova de múltipla escolha com 12 questões foi aplicada aos alunos do 3º ano na última sexta-feira. O tema da prova a “Construção dos valores e moral da sociedade”. A prova foi feita por 360 alunos.

O professor disse que o tema foi discutido com os alunos. "Partiu da discussão de sala de aula. Como se constrói um valor da sociedade?", indagou. Ele disse que já esperava que a questão fosse render reportagens e afirmou que gostaria de ver em que situações os jornalistas vão à escola.

"As discussões foram válidas. O objetivo não era se a Valesca era ou não uma grande pensadora. De acordo com alguns pensadores franceses, todo aquele que consegue produzir um conceito é um pensador. Dentro disso, sim, ela é."

Ele também afirmou que o objetivo foi mesmo provocar. "Se trouxesse Chico Buarque, a prova seria considerada mais intelectual do que provocativa. É preciso criar essa proximidade com os alunos."

Para a aluna do 3º ano Brenna Sanna, de 18 anos, a repercussão negativa em torno da questão é "sem sentido". Ela afirma concordar com a inclusão da música na avaliação.

"Antigamente era mais rígido [o processo de elaboração das provas], mas agora tem uma abertura para o que é a cultura popular. Não acho errado. O professor colocou algo que tinha a ver com o contexto da prova e a socieda está vivendo", declarou.

'Bobagem'
Em um post feito em sua página oficial no Facebook, Valesca diz acreditar que a polêmica ocorreu por terem chamado uma funkeira de "pensadora contemporânea" e diz achar a situação "uma bobagem".

"[O que] me espanta mesmo é todo mundo se preocupar com uma única questão da prova sem analisar os termos por trás disso tudo. E se o professor colocou a questão dentro do contexto da matéria? E se o professor quis ser irônico com o sucesso das músicas de hoje em dia? E se o professor quis apenas distrair a turma e fez a questão apenas pra brincar?", declarou.

Valesca disse ainda que as pessoas deveriam na verdade protestar contra as condições de trabalho dos professores e pela falta de equipamentos e merendas nas escolas.

"Parabéns ao corajoso professor que, mesmo não ganhando muito bem, é batalhador e corajoso demais pra chegar em casa e elaborar uma questão de uma prova colocando um dito popular do momento e sambando na cara de todo mundo que está a julgando por isso!".

A funkeira também afirmou se sentir homenageada. "Mas isso eu vou ter que recusar, porque é um título [de grande pensadora contemporânea] muito forte e eu ainda não me sinto pronta pra isso", riu. "Prometo que vou trabalhar isso. [...] Vou ali ler um Machado de Assis e ir treinando pra quem sabe um dia conseguir ser uma pensadora de elite!".

Patronesse
Formandos do curso de curso de Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense resolveram quebrar a tradição da faculdade e elegeram a funkeira Valesca Popozuda como patronesse. A cantora deu o nome à turma de sete alunos que concluiu curso no final de 2012.

Foi a primeira vez que o patrono de uma turma do curso não foi alguém do meio acadêmico. Em anos anteriores, personalidades como o antropólogo espanhol-colombiano Jesús Martín-Barbero e o professor de direito Milton Santos foram escolhidas como patrono. A decisão dos estudantes da turma atual de formandos surpreendeu até a homenageada.

“Eu me senti honrada! Cheguei a perguntar ao meu empresário se não era trote”, disse Valesca na época. “Foi uma surpresa enorme, fiquei muito feliz.”

Por G1, no DF
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