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DATA DA PUBLICAÇÃO 28/09/2012 | Saúde e Ciência
Poluição por agentes químicos pode desencadear novo tipo de doença
Para chegar à “tireoidite química autoimune”, endocrinologista Maria Angela Zaccarelli Marino avaliou mais de 6.000 pacientes em 15 anos

Professora de Endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), Dra. Maria Angela Zaccarelli Marino teve aceito para publicação em um dos periódicos mais conceituados do mundo estudo realizado durante 15 anos com moradores da Capital paulista e de quatro cidades do Grande ABC. Ao todo foram avaliados mais de 6.000 pacientes e o resultado sugere a descoberta de um novo tipo de doença: a tireoidite química autoimune.

A partir de observação empírica da grande quantidade de casos de tireoidite crônica autoimune na divisa entre Santo André, Mauá e São Paulo – região onde estão instaladas diversas indústrias do segmento petroquímico –, a docente da FMABC decidiu dar início em 1989 à pesquisa que será publicada no Journal of Clinical Immunology. Os moradores estudados foram acompanhados a partir de consultas médicas e exames laboratoriais de sangue com dosagens dos hormônios tireoidianos.

De 1989 a 2004, 6.306 homens e mulheres entre 5 e 78 anos foram avaliados. Os pacientes foram divididos em 2 grupos segundo o local de moradia. Na região próxima ao parque industrial petroquímico estavam 3.356 pacientes do grupo 1. Já o grupo 2 foi composto por 2.950 de região predominantemente residencial – ou seja, afastada de área industrial –, nas divisas entre São Caetano, Santo André e São Bernardo.

Os resultados são alarmantes. Em 1992, somente 2,5% da população do grupo 1 sofria de tireoidite crônica autoimune. Em 2001, o mesmo grupo já apresentava taxa de 57,6%. Já a população que vivia longe da área químico-industrial não teve aumento significativo no período. “Na comparação geral dos 15 anos, o grupo 1 apresentou 905 pacientes com a doença, contra somente 173 do grupo 2. A região que concentra as indústrias petroquímicas tinha 5 vezes mais casos de tireoidite crônica autoimune na comparação coma a área residencial estudada”, afirma a autora do trabalho, Dra. Maria Angela Zaccarelli Marino.

Poluição como gatilho: A partir da constatação, a pesquisadora sugere a identificação de um novo tipo de doença. Trata-se da tireoidite química autoimune, cuja ocorrência está diretamente ligada a fatores ambientais, principalmente à poluição por agentes químicos. “A poluição pode ser o fator desencadeante para formação de anticorpos anti-tireoideanos, que são substâncias que agridem a glândula tireoide ocasionando a tireoidite crônica autoimune. Os poluentes funcionariam como gatilho para desencadear o problema”, detalha Dra. Maria Angela.

Vale ressaltar a associação da tireoidite crônica autoimune com outras doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, artrite reumatoide, diabetes tipo 1, hepatite crônica autoimune, vitiligo e lúpus eritematoso sistêmico. “Em crianças, o aumento de casos de tireoidite crônica autoimune foi acima de 40% no período estudado. São dados preocupantes, visto que a doença é a maior causa de hipotireoidismo primário, que se não for tratado adequadamente pode levar a danos irreversíveis”, alerta a médica.

Por Informações à Imprensa com Malu Marcoccia - Comunicação Fundação do ABC
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