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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/10/2015 | Cidade
Polo pode fechar sem acordo da nafta
 Polo pode fechar sem acordo da nafta Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Foto: Claudinei Plaza/DGABC
O polo petroquímico do Grande ABC corre o risco de fechamento, o que ameaçaria a continuidade de 31 mil empregos nos setores químico (11 mil) e plástico (20 mil) da região, e geraria forte queda na receita de algumas prefeituras. Mauá, por exemplo, tem 60% de sua arrecadação proveniente do segmento e, Santo André, 30%. Esse risco existe por causa da possibilidade da não renovação do contrato de longo prazo para fornecimento de nafta (derivado de petróleo) da Petrobras para o polo.

Amanhã vence acordo firmado pela estatal para suprir a Braskem desse insumo, vital para a produção de itens que estão presentes no dia a dia de toda a população: embalagens plásticas, cosméticos, tintas, peças de carros, de eletroeletrônicos, itens de higiene e limpeza e outros. “Em 48 horas, podemos ficar sem a nafta para (o polo) trabalhar”, afirmou o coordenador da área petroquímica da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Química, o deputado estadual Alex Manente (PPS).

A estatal do petróleo, que monopoliza a fabricação da nafta no País, tem dado preferência a suprir a Braskem com o insumo trazido do Exterior, deixando para utilizar sua produção para fazer gasolina. Com isso, para a renovação do contrato, a Petrobras estaria exigindo o repasse de custos de logística e importação, elevando assim o valor cobrado da petroquímica. “Isso vai causar desinvestimento, fará o setor retroagir 30, 40 anos”, disse o consultor João Luiz Zuneda, sócio-diretor da Maxiquim.

Zuneda acrescenta que o produto no Brasil sempre foi indexado à cotação internacional – no caso, a europeia, que é mais cara do que a dos Estados Unidos e de países como a Venezuela. “Agora, a Petrobras quer adicionar custo para subsidiar a gasolina. Não tem lógica, antes não tínhamos petróleo (em abundância), agora temos”, assinalou.

Ontem, a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) divulgou manifesto, relatando a necessidade do contrato. O segmento representa 10% do PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, a soma das riquezas produzidas) Industrial no País. No texto, a entidade disse que o acordo é “fundamental não só para garantir a sustentabilidade atual do setor, como para atrair novos investimentos” e, sem isso, “o risco é fechar plantas petroquímicas”. E o polo da região, por ser o mais antigo (existe desde 1972) “seria o primeiro a fechar”, na avaliação de Zuneda. Em todo o País, estão ameaçados 85 mil empregos.

PROTESTO - Por causa da ameaça de demissões, caso a estatal não renove o acordo para o fornecimento de nafta, o Sindicato dos Químicos do ABC realiza hoje protesto em frente à sede da Petrobras na Avenida Paulista, na Capital. Segundo o presidente da entidade, Raimundo Suzart, a intenção é reunir de 300 a 400 trabalhadores nesse ato.

Governo deve fazer aditivo, diz estatal

Contatada pela equipe do Diário, a Petrobras informou, por meio de nota, que o governo está apreciando as condições para a celebração de aditivo aos contratos de nafta, “viabilizando a manutenção do fornecimento durante as negociações de um contrato de longo prazo”. Por sua vez, a Braskem comunicou que continua seus esforços junto à Petrobras, a fim de que se busque um contrato de longo prazo de forma a reduzir as incertezas que já afetam gravemente o setor industrial.

Já houve três aditivos semestrais ao acordo original e, o último, que se encerra amanhã, teve duração de dois meses. Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC e prefeito de Mauá, Donisete Braga, há a expectativa de mais uma prorrogação, por um mês e meio. “A informação é que está na mesa da presidente Dilma (Rousseff) para postergar esse prazo para dia 15 de dezembro”, disse.

Apesar dessa perspectiva, há a preocupação de entidades da região com a possibilidade de perda de novos investimentos, devido ao impasse nas negociações. O setor tem perdido competitividade por causa de desvantagens tributárias e custos elevados de insumos (como energia elétrica e matéria-prima) em relação a outros países , e atualmente está com balança comercial deficitária – ou seja, importa mais do que exporta. “Muitas empresas de São Paulo estão indo para o Paraguai”, assinalou Donisete, que lembrou que, no início da década de 2000, um projeto seu viabilizou a expansão do polo petroquímico do Grande ABC naquela época.

A necessidade do contrato de longo prazo para a nafta foi levada recentemente à Câmara de São Paulo. “Para a região, essa questão é muito importante, é uma cadeia produtiva muito significativa, precisamos de algo efetivo para que a indústria se desenvolva”, disse o coordenador da área petroquímica da Frente, o deputado estadual Alex Manente (PPS).

Por Leone Farias - Diário do Grande ABC
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