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DATA DA PUBLICAÇÃO 01/01/2012 | Economia
Polo Petroquímico espera benefícios com o Brasil Maior
Polo Petroquímico espera benefícios com o Brasil Maior   Foto: tyba.com.br
Foto: tyba.com.br
Fernando Figueiredo, presidente da Abiquim, diz que a política do governo deve incluir o setor

O Polo Petroquímico de Mauá é um dos principais do setor no País. Além de localização privilegiada, próximo ao porto de Santos, está perto dos principais centros consumidores. Mesmo assim, não há previsão de novos investimentos. A avaliação é do presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), Fernando Figueiredo, que disse ao ABCD MAIOR que jogou suas expectativas no Plano Brasil Maior, anunciado pela presidente Dilma Rousseff. Para Figueiredo, o governo federal deve dividir com a indústria do setor os riscos da inovação com financiamento a fundo perdido de novas plantas piloto. Para o dirigente, o setor químico tem um potencial de investimentos até 2010 de US$ 167. A grande questão é transformar a meta em realidade.

ABCD MAIOR - Como estão os investimentos do setor químico no ABCD?

FERNANDO FIGUEIREDO -
Na área química, a característica é de investimentos fortes e altos em determinados momentos, como o de Camaçari, Triunfo, Mauá. A característica do investimento é essa, faz rápido e depois fica um tempo sem investir. O investimento é feito sempre pensando no futuro. O polo de Mauá é da década de 1950. Alguns dos nossos associados devem ampliar as suas fábricas neste espaço, mas não comentamos investimentos de associados. Mas, de uma forma geral, há um consenso que esse polo é muito importante para a indústria química no Brasil e deve receber investimento, porém, não com a mesma magnitude dos novos polos.

A Região é considerada atrativa para investimentos do setor?

O ABCD é privilegiado em muitos aspectos. Geograficamente é excelente porque o mercado está perto. O porto de Santos, que é o melhor, também está próximo. E a finalização do Trecho Sul do Rodoanel será fundamental porque o transporte químico vem sendo feito pelo modal rodoviário. As condições se não são as ideais, são as melhores que temos, então é uma região bem atrativa e forte.

Como foi o fechamento do ano, já que o setor reclama um déficit registrado ao longo de 2011?

O problema continuará já que a previsão até 2015 é de as empresas investirem apenas US$ 2,3 bilhões. Na verdade, o setor tem potencial para investir US$167 bilhões até 2020, conforme estudo que já realizamos. O problema da indústria química é o baixo investimento em relação ao potencial de mercado, por conta da falta de competitividade e que está atrelada a uma série de fatores.

E quando o setor poderá ser considerado superavitário novamente?

Estamos conversando muito com o governo e com os sindicatos, todos nós estamos preocupados com a indústria química. O Brasil pode ser líder do setor no futuro, mas com a situação atual está difícil visualizar essa possibilidade. O déficit com certeza este ano será acima de US$ 25 bilhões, e não tem como acabar no ano que vem e nem no outro. Porque se construímos uma planta agora aqui, ela vai começar a operar em 2015, no mínimo. Tudo é em longo prazo, então o déficit continuará nesses anos.

A expectativa é de que com a exploração do pré-sal esse quadro se reverta?

O nosso plano é de os empresários investirem o valor potencial até 2020. Esse investimento é dividido em quatro blocos. E contando com a perspectiva do Brasil crescer 4%. Se essa perspectiva se confirmar, a indústria química crescerá 5,25% nesse período. Conforme os estudos, para acompanhar esse crescimento, os investimentos precisariam ser de US$ 80 bilhões. Para a química de renováveis, US$ 20 bilhões. E o nosso projeto prevê que a indústria química seja superavitária com a descoberta do pré-sal, então precisamos de um investimento de mais US$ 45 bilhões para esta área. E para aproveitar matéria-prima do pré-sal, mais US$ 15 bilhões.

E quais são os investimentos para a inovação no País?

Este é outro problema enfrentado pelas companhias. A indústria química é movida com pesquisa e desenvolvimento, então, nós também precisamos ter uma política de incentivo de desenvolvimento como a de outros países. Existem as plantas-pilotos em outros países, que são próprias para fazer testes para ver se o produto funciona em larga escala e para ver se de fato tem mercado para aquela inovação. Essas plantas-pilotos recebem imenso financiamento e subsídio do governo, praticamente o governo divide com a indústria o risco da inovação. Então, esse é um dos temas que temos tratado para a necessidade de criar uma política para instalar plantas-pilotos. Aqui, existe, sim, investimento para pesquisa, mas é muito baixo ainda. Nas universidades são poucos investimentos e o empresário prefere não assumir os riscos e faz muitas vezes em outros países por ter este incentivo.

O Plano Brasil Maior prevê incentivos para as indústrias que investirem em inovação. Então, não é o momento para investir em plantas-pilotos?

O Plano Brasil Maior prevê crédito para financiamento de pesquisa e desenvolvimento. Nós achamos que não pode ser com aumento de recurso para financiamento porque se não der certo, o empresário tem que pagar do mesmo jeito, deveria ser recursos a fundo perdido como existem em outros países, mas aqui não existe. Uma planta-piloto não custa barato, hoje o projeto sai da bancada para a produção comercial e o empresário assume o risco de arcar com os prejuízos ou ele resolve acabar com a pesquisa na bancada.

E o que deve ser abordado no conselho de competitividade do Brasil Maior?

Pretendemos discutir todos esses pontos, e entregamos no início do ano o regime especial para a indústria química para desonerar investimento, para construção de fábricas, e desoneração tributária para a empresa que quiser investir em pesquisa e desenvolvimento. Nós calculamos que nesse parque industrial da indústria química no Brasil existe um potencial de pesquisa US$ 32 bilhões. Isto até 2020, o que é uma característica da indústria química em que tudo é em longo prazo. Com esse conselho de competitividade, estamos otimistas que vamos conseguir avançar nesses pontos. Outro ponto abordado será sobre o transporte de produtos químicos nas ferrovias, visto que é menos perigoso ter acidentes.

Por Michelly Cyrillo - ABCD Maior
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