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DATA DA PUBLICAÇÃO 20/08/2007 | Economia
Pólo de Capuava ganhará nova feição
O Pólo Petroquímico de Capuava, no Grande ABC, caminha para ter dentro de menos de 90 dias uma nova cara. Isso porque diversas empresas do Pólo deixarão de existir e surgirá a futura CPS (Companhia Petroquímica do Sudeste).

A criação da CPS é alvo de negociação entre a Unipar e a Petrobras. Ambas planejam unir suas operações petroquímicas nessa nova gigante brasileira do segmento, que deverá ter 60% de participação do grupo privado e 40% da estatal.

A Unipar traz para a mesa de negociações algumas empresas das quais detém o controle acionário, entre elas PQU (Petroquímica União), Polietilenos União e Unipar Divisão Química, localizadas em Capuava. Além disso, a integração deve envolver atividades do grupo fora da região, como os 33% de participação na Rio Polímeros, em Duque de Caxias (RJ).

Já a estatal deverá entrar na sociedade com a fábrica da Suzano Petroquímica em Mauá, e com uma participação que pode chegar a 50% do capital da Rio Polímeros. Com a união, a expectativa é que haja ganhos de competitividade e redução de custos.

As diversas indústrias do Pólo do Grande ABC já têm fortes relações comerciais e muitas delas são interligadas por tubulações, mas a gestão única na produção de itens básicos (como eteno e propeno) e a de resinas termoplásticas (polietileno, polipropileno, por exemplo, que são feitos a partir dos produtos básicos) insere-se em uma lógica empresarial que já é seguida pela maior empresa do setor no país: a Braskem.

Competição
A meta da Unipar, ao se associar à Petrobras, é ganhar em escala (tamanho da produção) e capacidade de investimentos, para rivalizar com a Braskem e com corporações mundiais do segmento.

Segundo o vice-presidente do grupo, Vitor Mallman, a CPS deverá ter de 40% a 45% da capacidade nacional de produção de polietileno (a fatia restante é da Braskem). Em polipropileno, a CPS deverá ter cerca de metade da oferta da resina no mercado interno.

De fora
A união de operações na nova CPS, no entanto, não deverá envolver todas as operações de ambas as companhias. A distribuidora de produtos químicos Unipar Comercial, localizada em Capuava, e outras, como a produtora de cloro e soda Carbocloro (que fica em Cubatão), deverão ficar fora das conversações.

Isso porque essas empresas não estão entre as principais atividades petroquímicas (a produção de eteno e propeno e a produção de resinas plásticas).

=> Próximo passo do setor será Comperj

O próximo passo para a definição do novo perfil do setor petroquímico nacional, agora mais concentrado, se dará com um novo projeto da Petrobras: o de construção do futuro Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

Falta a definição de quais serão os parceiros da estatal nesse megacomplexo, que está orçado em mais de R$ 8 bilhões.

“Foi dado um grande passo para a consolidação do setor mas falta definir qual será a participação do capital privado no Comperj”, afirma Rodrigo Sabbatini, professor de economia da Unicamp e da Facamp, que é especialista no setor petroquímico.

A companhia estatal neste ano passa a ter participação relevante em todos os pólos petroquímicos no País, embora não seja majoritária.

Para Sabbatini, esse é um movimento que segue a tendência de mercado. Todas as outras grandes companhias mundiais de petróleo fizeram o mesmo - ou seja, ocuparam posições nesse segmento, que têm forte ligação com a área petrolífera.

O especialista afirma que, ao contrário do passado, quando (na década de 1970) a Petrobras estava no setor por uma questão de política de Estado, agora se trata de uma estratégia de negócios.

=> Para sindicatos, preocupação é com mais investimentos

Os sindicatos dos trabalhadores do Pólo Petroquímico de Capuava estão preocupados com o futuro desse conjunto de empresas. O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, afirma que a compra da Suzano Petroquímica pela Petrobras trouxe dúvidas quanto a novas ampliações do Pólo.

“Estamos com medo de que as empresas parem de injetar recursos aqui, levando-os para outros lugares, e acabem sucateado a planta do Grande ABC”, completa.

Lage conta que, por conta da compra da Suzano, foi solicitada uma audiência com a diretoria da Petrobras para saber dos próximos passos das empresas.

O diretor da Regional de Mauá do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo, Carlos Alberto dos Santos, mesmo que otimista com a ampliação do pólo, conta que não deixam de prestar atenção no movimento das empresas. “As mudanças, fusões, aquisições são muito recentes. Não sabemos qual será o futuro ainda, mas estamos de olho”, disse.

Incerteza
A preocupação dos sindicalistas faz sentido. Questionada pela reportagem do Diário, a diretoria da Unipar afirmou que uma futura nova expansão da PQU terá de ser reavaliada em conjunto com a Petrobras.

Segundo o vice-presidente da Unipar, Vítor Mallmann, a nova companhia, CPS (Companhia Petroquímica do Sudeste), terá dois grandes núcleos, formados pela fábrica da PQU e pela Rio Polímeros, em Duque de Caxias (RJ), e o cenário atual pende mais para investimentos na unidade do Rio.

“Temos de levar em conta as condições de mercado”, afirma. Ele cita acesso a matéria-prima e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) – naquele Estado, a tributação sobre a compra de resinas plásticas é menor que em São Paulo. “Esses fatores serão levados em conta”, disse. (Colaborou Leone Farias)

Por Leone Farias e Luciele Velluto - Diário do Grande ABC
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