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DATA DA PUBLICAÇÃO 09/07/2012 | Setecidades
Polícia Militar admite existir crime organizado na Região
Polícia Militar admite existir crime organizado na Região Coronel Camilli está à frente da PM do ABCD há dois meses e meio. Foto: Andris Bovo
Coronel Camilli está à frente da PM do ABCD há dois meses e meio. Foto: Andris Bovo
Coronel Hélson Léver Camilli destaca que ação varia conforme a peculiaridade de cada cidade

O coronel Hélson Léver Camilli, comandante do CPA/M-6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano 6), que abrange todo o ABCD, admitiu em entrevista ao ABCD Maior que existe crime organizado na Região. A ação de organizações criminosas era assunto antes evitado pela cúpula policial. A afirmação do comandante regional da PM mostra que é preciso admitir a existência do inimigo para poder combatê-lo. Após os recentes ataques a PMs, Camilli destacou que a polícia consegue reunir informações sobre o crime organizado nas apreensões de drogas, recaptura de procurados e flagrantes diariamente realizados no ABCD.

ABCD MAIOR - Como a PM vê os recentes ataques contra policiais e ônibus? Os casos estão relacionados?

Coronel Camilli -
O Centro de Inteligência da Polícia Militar não detectou o que aconteceu em 2006, quando houve uma organização das facções (criminosas). Hoje isso não tem acontecido. Tanto que no ABCD houve apenas um caso de ônibus incendiado (em Diadema). Na Capital, os ataques são em locais isolados e diferentes. Diante disso, nós tivemos uma operação muito forte nos últimos dias para coibir a disseminação desse tipo de comportamento dos infratores.

O caso de Diadema já foi apurado?

A investigação é feita pela Polícia Civil, mas a notícia que temos é que até agora não temos informações dos suspeitos que cometeram o ataque.

As ações no ABCD, como bloqueios nas bases e delegacias estão relacionados aos ataques?

É comum adotarmos essa conduta em determinados horários para poder nos precaver contra qualquer tipo de ação de criminosos. Temos que estar sempre atentos. Também orientamos que essa mesma conduta de polícia seja mantida em horário de folga. Até agora, 100% dos casos de ofensas a policiais têm ocorrido nas folgas.

Temos facção criminosa no ABCD?

O crime organizado existe em todo lugar. Não vou dizer que na Região não tem, seria uma utopia dizer que não temos esse tipo de infratores por aqui. A gente consegue colher informações sobre o crime organizado durante a próprias abordagens, apreensões, recaptura de procurados e flagrantes realizados diariamente. É desta forma que também conseguimos fazer um trabalho efetivo. A gente tem uma tendência de queda dos indicadores criminais. É sempre uma tendência zero, mas quanto mais cai, cada meta fica mais difícil de atingir.

O crime organizado no ABCD é diferente do na Capital?

A diferença de atuação tem a ver com a peculiaridade de cada cidade, na forma do terreno, forma de habitação, educação, trabalhos de assistência social. Tudo isso influencia na criminalidade. A Polícia Militar usa a mesma metodologia de trabalho em todo o Estado, porém essa metodologia de análise criminal surgiu no ABCD e depois foi expandida para o Estado. Talvez os resultados tenham sido melhores por aqui em virtude dessa metodologia ter sido implantada na Região desde os anos 2000.


Quais os desafios do ABCD na área da segurança?


O maior desafio é manter a redução da criminalidade na Região. O que está acontecendo. Nos dois meses e meio que estou no comando, temos conseguido manter. No mês de junho, nós conseguimos uma redução de 16% dos nove indicadores criminais da Região, nos quais analisamos os índices de homicídio, furto e roubo de veículos, estupro, entre outros. Isso é motivo de satisfação e mostra que o trabalho está sendo efetivo.

Diminuir os índices de roubo e furto da Região é visto como um desafio?

O que me causa muita preocupação é furto e roubo de veículos. Foi o que elegemos como principal foco para redução. Mas para isso é preciso contar com a parceria da população, que pode ajudar trazendo informações. Se qualquer cidadão vir na sua rua um carro estranho estacionado com pessoas dentro ou um grupo de pessoas na rua que não é de lá, com atitudes suspeitas - por exemplo, está calor e a pessoa está de blusa - deve ligar para o 190 ou Disque Denúncia, no 181. A polícia também tem investido em tecnologias. Temos os cartões de prioridade de patrulhamento em todas as viaturas. É a partir disso que os policiais sabem quais regiões têm maior incidência criminal, qual tipo de delito acontece por lá, se há quadrilhas e quais veículos são mais visados.


Quais os projetos na área de segurança para o ABCD?


Uma das prioridades é a Operação Cavalo de Aço, para averiguação de motos. Não temos dúvida de que a maioria dos crimes que ocorrem é com utilização de motos, porque há facilidade de locomoção, não só de acesso à vítima, mas também de fuga. Também pedi aos comandantes para habilitarmos mais policiais para a Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas). Este é o melhor meio para nos locomovermos. Ainda há o projeto para reduzir a permanência das viaturas nos distritos policiais e a instituição de metas de abordagens para cada viatura. Também vamos implantar em São Bernardo um pelotão de trânsito em parceria com a Prefeitura, no qual os policiais poderão aplicar infrações administrativas. Já na parte interna vamos instituir o Programa de Qualidade de Vida no Trabalho do CPA/M-6 para melhorar o estado de saúde físico e mental dos policiais.

As viaturas do ABCD estão sucateadas?

A Polícia Militar adotou um novo sistema para reparos de viaturas, no qual as empresas que ganharem os editais vão oferecer peças e serviços. Hoje também existe um planejamento para que as viaturas não ultrapassem a idade média de cinco anos de uso. A frota está sendo trocada para entrar nesse padrão.


Na sua avaliação, o ABCD precisa de mais policiais?


Nós vamos colocar mais policiais na rua. No Estado temos 96,3 mil homens, mas nem todos estão aptos para o serviço. Este número é o suficiente, então o que precisamos fazer é colocar mais policiais na rua. Para isso, é preciso enxugar a administração, tornar aptos os policiais com problemas de saúde, agilizar nas delegacias a parte burocrática para liberar mais rápido os policiais e tirar das funções do policial as atividades de outras áreas, como por exemplo a escolta de presos. Atualmente, estamos treinando e formando agentes que substituirão os policiais nesta atividade. A meta do Comando da Polícia Militar é colocar nos próximos dois meses mais 2,5 mil policias na rua no Estado. Somente no ABCD haverá mais 200 policiais na rua principalmente no período noturno.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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