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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/09/2007 | Setecidades
PMs batem em alunos e comandante cai
Oito detidos, dezenas de feridos, móveis quebrados, trocas de acusações entre alunos e policiais e o afastamento do tenente-coronel Jairo Bonifácio, comandante do 10º Batalhão da Policia Militar. Esse foi o saldo da desocupação, por força policial, dos cerca de 400 alunos do prédio da reitoria da Fundação Santo André, no início da madrugada de sexta-feira.

O objetivo dos universitários que se instalaram no gabinete do reitor Odair Bermelho era protestar contra os reajustes das mensalidades, segundo eles, de até 100% no ano que vem. A decisão de ocupar o prédio foi tomada por volta das 19h30, em assembléia. Meia hora depois, os alunos invadiram a reitoria.

A polícia chegou em seguida e tentou negociar a desocupação. Após cinco tentativas de acordo, houve o confronto entre os policiais e os alunos, à 0h30. A ordem para invasão partiu da própria fundação.

“Fomos acionados pela reitoria, por volta das 20h. O representante do reitor, de nome Domigos, nos informou da situação e fomos para lá a fim de negociar a desocupação, e também assegurar a integridade de todos”, disse o aspirante Marques, que intregou a tropa comandada pelo capitão Wilson Pett.

Mas essa não é a versão apresentada pelos alunos, que acusam os policiais de truculência e abuso de autoridade. “Nossa manifestação era pacífica. Eles entraram, nos agredindo com cacetetes e bombas, nos tiraram o direito democrático de reivindicar”, disse uma estudante de História, que não quis ter o nome publicado.

Muitos alunos ficaram encurralados em um estreito corredor entre dezenas de cadeiras, usados como barricada, e a Força Tática. Para fugir dos policias e das bombas de gás lacrimogêneo, alguns chegaram a invadir uma casa ao lado e destruíram parte do telhado. O dono do imóvel registrou boletim de ocorrência por invasão de propriedade.

Marques contou que, pouco antes da 0h30, a tropa se posicionou em frente à porta de entrada da reitoria, já equipada com cacetetes e colete e escudo. “Foi quando eles (universitários) começaram a arremessar objetos contra a gente.”

Os alunos detidos foram levados ao 4ºDP de Santo André, onde assinaram um TC (Termo Circunstanciado) por invasão de propriedade, danos ao patrimônio e resistência.

Por volta das 2h, cerca de 50 alunos chegaram na frente do distrito, com as mãos para cima, como forma de aviso de que a manifestação seria pacífica. Muitos mostravam escoriações e roupas rasgadas.

Os detidos foram: Fábio de Paula, José Dalmo Vieira, Rodrigo Monteiro, Matozinho Alves da Silva, Lourival Luiz Scarebello, Lucas Alves Ruy, Fernando José Guergolet e Suellen Rodrigues.

PM instaura inquérito para apurar "possíveis abusos e excessos"

Além do afastamento do comandante da operação, a Polícia Militar informou sexta-feira, por nota, que já instaurou inquérito policial militar para apurar a atuação dos policiais na desocupação dos alunos da Fundação Santo André. “Os possíveis abusos e excessos que tenham ocorridos durante a ação policial não são admitidos pela Polícia Militar.”

Em outro comunicado, porém, a PM disse que havia justificativas para desocupar a reitoria poucas horas após a invasão. “O comandante da operação, após avaliação e constatação dos crimes que ocorriam no local e no comportamento violento dos invasores, os quais promoviam agressões através de arremessos de pedras, paus, cadeiras e outros objetos, decidiu pela retomada do prédio e restabelecimento da ordem dentro dos preceitos legais e na integridade física das pessoas.”

O documento também diz que participam da ação 14 policiais militares. Mas professores e alunos da Fundação disseram que o número era bem maior: passava de 50.

Ouvidor-adjunto das polícias diz que houve arbitrariedade

O ouvidor-adjunto das Polícias do Estado de São Paulo, Júlio César Neves, garantiu que será aberta uma investigação para apurar possíveis excessos da Força Tática contra os alunos da Fundação Santo André. “Existem penalidades. Pode haver suspensão e até expulsão. Se for constatado excesso, os policiais que participaram da ação de desocupação podem até ser expulsos.”

Chamado por alunos e professores da Fundação, Neves demonstrou preocupação com o que viu no prédio da reitoria. “Existiam muitos objetos derubados e eu vi sangue. Quando há sangue, é sinal de que houve confronto. Mas vamos apurar os fatos.”

Ele disse que a polícia não mostrou mandado judicial que justificasse a invasão. “Se não houve essa ordem, caracteriza arbitrariedade da polícia.”

Por Lola Nicolas e Sérgio Vieira - Diário do Grande ABC / Foto: AE
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