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DATA DA PUBLICAÇÃO 14/12/2011 | Cultura
Playback, rebolado e histeria marcam festival de k-pop no Brasil
No que depender do rebolado, o estilo coreano k-pop é de tirar o fôlego. Mais preocupadas em manter a sincronia e sensualidade dos passos, as meninas do 4Minute, grupo que abriu o festival United Cube Concert, no Espaço das Americas, em São Paulo, nesta terça-feira (13), até esqueciam de dublar. O foco estava mesmo nos quadris.

Durante mais de duas horas o público de 4 mil pessoas gritou as letras de praticamente todas as músicas – principalmente das canções interpretadas pelos meninos do grupo Beast. Surpreendidos com tamanha dedicação, os integrantes da banda - a última a se apresentar - não pouparam declarações de amor aos brasileiros.

“Já fizemos muitos shows em diversos lugares do mundo. Mas foi aqui no Brasil que encontramos o nosso lugar. Valeu à pena voar mais de 30 horas por vocês”, disse Hyunseung, um dos seis cantores do grupo, enrolado na bandeira do Brasil.

Tão performáticos e sensuais quanto as meninas do 4Minute e a cantora G.NA , os jovens suaram o figurino de couro. Dançaram durante as 13 músicas, com direito a passos inspirados em Michael Jackson. O resultado: deixaram o palco com ursinhos de pelúcia, flores e brindes ofertados pela platéia.

Sempre falando em coreano, todas as interações com o público eram traduzidas com overdoses de entusiasmo. Ao final das frases, a histeria era coletiva. Quando a cantora G.NA, a segunda apresentação da noite, perguntou: “Eu sou a única solteira presente?” foi possível perceber que o público masculino também era bastante engajado.

Festival de sucessos
Cada grupo permaneceu no palco por mais de 30 minutos. Os hits consagrados “Huh”, “I My Mine” e “Mirrror Mirror”, das garotas do 4Minute, abriram o festival no Espaço das Américas.

Do set list da cantora G.NA, as músicas “Goodbye I´ll be back” e “Top Girl” mantiveram o público embalado. Mas foi ao som das canções dos rapazes do Beast que a casa de show se transformou em uma micareta-pop.

“Estão prontos para pularmos juntos?”, foi o jeito coreano de incitar a platéia a tirar o pé do chão. Difícil era reconhecer qual música do grupo era a mais ovacionada.

Desidratação

Embora sobrasse espaço nas laterais, era debruçado no palco que as pessoas queriam ficar. Por conta do calor, muitas meninas foram levadas pelos bombeiros até a enfermaria em macas e cadeira de rodas.

Além da máquina fotográfica, após a primeira hora de show, passou a ser imprescindível segurar uma garrafa de água. No bar, apenas suco, água e frozen de frutas eram vendidos. O público, entretanto, não era tão infantil.

Daniela Rocha, 22, comprou três copos de água para aliviar o mal-estar. Fã do estilo coreano há sete anos, ela chegou ao local do show às 10h. Queria garantir um bom lugar. “Achei que estaria bem mais cheio, pois tinha gente dormindo na porta há dois dias. O único problema é que está muito abarrotado perto do palco. As pessoas estão empurrando demais, o calor abaixou minha pressão, desisti de acompanhar tão de perto”, explica enquanto passa gelo na nuca.

Estudante de psicologia, ela descobriu as bandas através de pesquisas na internet. Quando adolescente, gostava de desenhos japoneses. Começou a buscar mais informações sobre música e artes asiáticas e gamou no K-pop. Desde 2004 a jovem aguardava ansiosa a vinda das bandas para o Brasil.

Apesar da devoção, Daniela confessa que não contava com o uso do playback. “Gosto muito deles, sou fã dos três grupos desde a época em que ninguém no Brasil os conhecia. Todos são muito bons, mas achei que eles cantariam.” A frustração, porém, não a impediu de ficar rouca por cantar todas as músicas.

Percalços
As gêmeas Bianca e Ligia Belline, 30, encararam quatro horas de estrada. Deixaram a cidade de Rio Preto, interior de São Paulo, para assistir ao festival. Por conta de uma doença genética, ambas nasceram paraplégicas. A limitação física, embora dificulte o lazer devido a falta de acesso no país, não as impediu de vibrar com todas as músicas da banda Beast, grupo preferido das irmãs.

“Deu trabalho, é cansativo, mas valeu à pena. Acho esses meninos excelentes, super dedicados. Eles treinam mais de 18 horas por dia, cantam, dançam bem e são lindos. Eu adoro”, comenta Ligia.

Ela revela que conheceu o grupo assistindo às novelas coreanas, conhecidas internacionalmente como “dramas coreanos.” Muitas das canções dos rapazes fazem parte da trilha sonora desses seriados.“São novelas muito boas. Gostava das músicas que tocavam, e fui atrás pra saber os nomes das bandas. Comecei a escutar o Beast há mais de um ano e virei super fã.”

Tamanho empenho e deslocamento nunca foi feito por nenhuma banda brasileira ou americana. As duas gostam mesmo é de ouvir canções de culturas “mais diferentes”. Além do k-pop, no Ipod das duas também há espaço para música indiana.

“Saímos bastante, estamos sempre aproveitando. Mas todo esse trabalho de vir a São Paulo, cidade que eu detesto, passar duas noites em um hotel, só fizemos pelo k-pop", afirma Ligia, satisfeita com o festival.

Por Lívia Machado - G1, em São Paulo
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