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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/02/2009 | Saúde e Ciência
Plásticas no pós-parto têm mais complicação
A mulher do cantor norte-americano Usher, Tameka Foster, 37, que sofreu uma parada cardiorrespiratória quando era anestesiada para uma lipoaspiração na última sexta, deu à luz um bebê há dois meses, o que pode ter aumentado o risco para o incidente na cirurgia.

A cirurgia seria realizada no Hospital São Rafael, em São Paulo, pela equipe do cirurgião plástico Silvio Sterman, responsável pelo ambulatório de cirurgia plástica do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Especialistas ouvidos pela Folha dizem que alterações hormonais naturais da gravidez causam uma predisposição a problemas de coagulação do sangue. Assim, nos primeiros meses após o parto, há maiores chances de embolias e tromboses durante uma cirurgia.

"Há o risco de um coágulo se desprender e entupir um dos vasos do pulmão, provocando embolia pulmonar e parada cardiorrespiratória. Esse risco também existe em mulheres fumantes, que tomam anticoncepcionais, que têm varizes ou que fazem uma viagem muito longa", diz Fausto Viterbo, chefe do departamento de Cirurgia Plástica da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

A Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) recomenda que cirurgias plásticas sejam feitas após seis meses do término da amamentação.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não tem uma recomendação sobre o tempo de espera para o procedimento. "Vai depender de cada mulher. Mas é raro uma mulher estar totalmente recuperada após dois meses do parto", diz José Tariki, presidente da entidade.

Já a assessoria de imprensa de Silvio Sterman informa que o bebê de Foster tem dois meses e, como ela não o amamentava, estava com o peso adequado e não tinha nenhuma alteração clínica, não haveria riscos.

Segundo o ginecologista Soubhi Kahhale, professor da USP, o outro motivo pelo qual as plásticas são contraindicadas diz respeito ao corpo da mulher, que precisa de um período para voltar ao normal. O útero, que está dilatado, vai se contrair, e a pele ainda pode diminuir. "O planejamento de uma plástica logo após a gravidez não terá sucesso. Muitas mulheres têm que ser reoperadas."

Kahhale afirma que muitas mulheres que procuram cirurgias plásticas logo após o parto o fazem motivadas pela mídia. "Elas veem atrizes com a forma física que tinham antes da gravidez e querem o mesmo milagre. Mas não levam em conta que as atrizes se prepararam durante toda gravidez."

De acordo com Lydia Masako Ferreira, professora titular de cirurgia plástica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), é incompreensível a realização de uma cirurgia em um período tão próximo ao parto. "A mulher precisará ficar em jejum, vai sofrer um trauma anestésico, enfrentar um pós-operatório. Se isso for associado à recuperação do parto, pode ser algo exacerbado."

Indicação de amiga

Segundo a assessoria de imprensa de Sterman, Foster chegou ao Brasil na quarta-feira, acompanhada de uma amiga que já havia feito um procedimento cirúrgico com ele. Todos os exames pré-operatórios foram feitos no Brasil.

Foster sofreu uma parada cardíaca ao receber a anestesia geral, e a lipoaspiração não foi feita. Depois disso, foi transferida para o Sírio-Libanês, onde permanece internada.

Por Cláudia Colluci, Fernanda Bassette e Amarílis Lage - Folha de São Paulo
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