DATA DA PUBLICAÇÃO 07/04/2015 | Economia
Pirelli quer ampliar jornada de trabalho
Foto: Ari Paleta/DGABC
A apreensão permanece entre os trabalhadores da Pirelli em Santo André. Eles ainda não têm detalhes das condições do lay-off (contrato de trabalho suspenso por tempo determinado) dos 450 que serão afastados no fim deste mês nem sabem como ficará a jornada de trabalho para os 2.050 que seguirão trabalhando na fábrica.
A diretoria da empresa quer mudar a jornada semanal, dos atuais 6 x 2 (ou seja, seis dias de trabalho por dois de descanso), para 6 x 1 (com apenas uma folga) e, para isso, haverá uma turma a menos – no lugar de quatro, apenas três. Isso pode significar que, em vez de trabalhar 39,5 horas por semana, os empregados teriam de atuar durante 44 horas.
Esse plano desagradou ao Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região. O presidente da entidade, Márcio Ferreira, afirma que a reivindicação dos funcionários é de que seja mantida a carga horária atual. Essa jornada é uma conquista obtida há mais de dez anos, cita o dirigente. “Enquanto a maioria das categorias ainda luta para reduzir de 44 para 40 horas, já temos as 39,5 horas”, diz, indicando o retrocesso.
A intenção da fabricante com a mudança é, com uma turma a menos, deixar de produzir aos domingos, para diminuir estoques. Em meio ao cenário de fracas vendas no setor automotivo – no primeiro trimestre, houve retração de 15% nos emplacamentos de carros zero-quilômetro em comparação a igual período de 2014 –, a fábrica conta hoje com 900 mil a 1 milhão de pneus armazenados na unidade de Santo André, de todos os tipos (desde os de carros de passeio até os de caminhões e tratores).
Em relação ao lay-off, a direção da Pirelli se reuniu ontem com o sindicato e se comprometeu, segundo Ferreira, a cumprir a legislação, ou seja, oferecer convênio médico, transporte para o local do curso de qualificação necessário durante o tempo em que ficarão suspensos, afastamento por cinco meses e pagamento do restante dos recursos para que o trabalhador receba – somado aos R$ 1.385,91 provenientes do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) – valor equivalente ao salário líquido.
O dirigente sindical afirmou que vai entregar hoje, à fabricante de pneus, minuta de reivindicações em que pedirá a ampliação da pena, em caso de demissão dos suspensos, nesse período de cinco meses, e também por três meses depois do retorno deles à fábrica. “Em vez de um salário (previsto na legislação), queremos multa de cinco salários”, diz. Outro objetivo é que o pessoal em lay-off também receba a mesma PLR (Participação nos Lucros e Resultados) a ser paga aos outros empregados. Ele assinala ainda que esses 450 funcionários têm direito a reajuste salarial, que será negociado em breve (a data-base da categoria é em 1º de junho), após os cinco meses de suspensão.
Após a entrega da minuta, o sindicato vai aguardar o posicionamento da empresa para, então, provavelmente na semana que vem, levar à assembleia a proposta da companhia aos trabalhadores. Procurada pela equipe do Diário para comentar sobre a reunião de ontem com os representantes dos empregados, a Pirelli disse apenas, por meio de nota, que “ao fim do primeiro dia de negociação houve avanços, mas ainda não se chegou a um acordo.”
Há duas semanas, foi anunciada a venda do controle acionário da Pirelli para o grupo ChemChina (China National Chemical Corporation), por US$ 7,7 bilhões, assunto que não foi abordado ontem.
BRIDGESTONE - Ferreira avalia que a situação também não é tranquila na Bridgestone, que tem 1,1 milhão de pneus em estoque na fábrica de Santo André. Questionada, a empresa de 3.500 funcionários informou que não tem planos de colocá-los em lay-off, por enquanto.
A diretoria da empresa quer mudar a jornada semanal, dos atuais 6 x 2 (ou seja, seis dias de trabalho por dois de descanso), para 6 x 1 (com apenas uma folga) e, para isso, haverá uma turma a menos – no lugar de quatro, apenas três. Isso pode significar que, em vez de trabalhar 39,5 horas por semana, os empregados teriam de atuar durante 44 horas.
Esse plano desagradou ao Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região. O presidente da entidade, Márcio Ferreira, afirma que a reivindicação dos funcionários é de que seja mantida a carga horária atual. Essa jornada é uma conquista obtida há mais de dez anos, cita o dirigente. “Enquanto a maioria das categorias ainda luta para reduzir de 44 para 40 horas, já temos as 39,5 horas”, diz, indicando o retrocesso.
A intenção da fabricante com a mudança é, com uma turma a menos, deixar de produzir aos domingos, para diminuir estoques. Em meio ao cenário de fracas vendas no setor automotivo – no primeiro trimestre, houve retração de 15% nos emplacamentos de carros zero-quilômetro em comparação a igual período de 2014 –, a fábrica conta hoje com 900 mil a 1 milhão de pneus armazenados na unidade de Santo André, de todos os tipos (desde os de carros de passeio até os de caminhões e tratores).
Em relação ao lay-off, a direção da Pirelli se reuniu ontem com o sindicato e se comprometeu, segundo Ferreira, a cumprir a legislação, ou seja, oferecer convênio médico, transporte para o local do curso de qualificação necessário durante o tempo em que ficarão suspensos, afastamento por cinco meses e pagamento do restante dos recursos para que o trabalhador receba – somado aos R$ 1.385,91 provenientes do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) – valor equivalente ao salário líquido.
O dirigente sindical afirmou que vai entregar hoje, à fabricante de pneus, minuta de reivindicações em que pedirá a ampliação da pena, em caso de demissão dos suspensos, nesse período de cinco meses, e também por três meses depois do retorno deles à fábrica. “Em vez de um salário (previsto na legislação), queremos multa de cinco salários”, diz. Outro objetivo é que o pessoal em lay-off também receba a mesma PLR (Participação nos Lucros e Resultados) a ser paga aos outros empregados. Ele assinala ainda que esses 450 funcionários têm direito a reajuste salarial, que será negociado em breve (a data-base da categoria é em 1º de junho), após os cinco meses de suspensão.
Após a entrega da minuta, o sindicato vai aguardar o posicionamento da empresa para, então, provavelmente na semana que vem, levar à assembleia a proposta da companhia aos trabalhadores. Procurada pela equipe do Diário para comentar sobre a reunião de ontem com os representantes dos empregados, a Pirelli disse apenas, por meio de nota, que “ao fim do primeiro dia de negociação houve avanços, mas ainda não se chegou a um acordo.”
Há duas semanas, foi anunciada a venda do controle acionário da Pirelli para o grupo ChemChina (China National Chemical Corporation), por US$ 7,7 bilhões, assunto que não foi abordado ontem.
BRIDGESTONE - Ferreira avalia que a situação também não é tranquila na Bridgestone, que tem 1,1 milhão de pneus em estoque na fábrica de Santo André. Questionada, a empresa de 3.500 funcionários informou que não tem planos de colocá-los em lay-off, por enquanto.
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