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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/01/2012 | Saúde e Ciência
Pílula do dia seguinte está inacessível
Pílula do dia seguinte está inacessível  Acompanhada da avó, Nathália Silva deixa a Unidade Básica de Saúde São João, em Mauá, onde tentou, em vão, pegar pílulas anticoncepcionais. Foto: Luciano Vicioni
Acompanhada da avó, Nathália Silva deixa a Unidade Básica de Saúde São João, em Mauá, onde tentou, em vão, pegar pílulas anticoncepcionais. Foto: Luciano Vicioni
UBSs encaminham mulheres para consulta que demora pelo menos 15 dias

Embora as farmácias do SUS (Sistema Único de Saúde) ofereçam de graça contraceptivos de emergência, conhecidos como pílula do dia seguinte – que previne a gravidez se ingerida até 72 horas após o ato sexual –, o acesso a esses remédios no ABCD é limitado e depende, muitas vezes, da boa vontade de funcionários das Unidades Básicas de Saúde.

A reportagem do ABCD MAIOR percorreu unidades públicas de saúde de São Bernardo, Diadema, São Caetano, Santo André e Mauá, e em nenhuma delas conseguiu ter acesso à pílula. Isso porque as farmácias do SUS exigem prescrição médica para liberar o remédio e em todas as unidades visitadas pelo jornal não havia médico disponível para assinar a receita. Os funcionários indicam que a paciente marque uma consulta com o clínico geral. No entanto, a consulta com data mais próxima que a reportagem encontrou era para mais de 15 dias.

Em São Bernardo, questionada sobre a urgência que esse tipo de tratamento demanda, a funcionária da farmácia da UBS Demarchi indicou a ida até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde seria possível passar no mesmo dia com o médico. Para ir e voltar até a UPA mais próxima, no próprio Bairro Demarchi, seria preciso utilizar dois ônibus, o que representaria gasto de R$ 5,80. A caixa do contraceptivo custa em torno de R$ 10.

Sem informação
Na UBS da Vila Nogueira, em Diadema, a funcionária da farmácia não soube informar se esse tipo de medicamento era distribuído e, após checar os estoques, afirmou espantada que de fato a pílula está disponível na unidade. A funcionária, que se apresentou como Rosa, disse que nunca entregou o contraceptivo a nenhum paciente e sequer sabia qual era o procedimento nessa situação. Após consultar a diretora da unidade, Rosa disse que seria preciso marcar uma consulta para conseguir a receita. Nesta unidade, a vaga mais próxima para o atendimento era na última semana de janeiro.

Em São Caetano, funcionários da Unidade de Saúde Central afirmaram que o medicamento não era distribuído na unidade e não souberam informar onde seria possível encontrá-lo na cidade.
A UBS da Vila São Jorge, em Santo André, foi outra em que a reportagem não encontrou o contraceptivo. A farmacêutica da unidade afirmou que há cerca de seis meses não recebe mais a pílula do dia seguinte.

Governo cumpre seu papel, afirma ministro

Questionado sobre a ineficácia da política de contracepção de emergência encontrada na rede pública de saúde, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) são uma alternativa nesses casos, e que a função do governo federal, que é de fornecer o medicamento, está sendo cumprida.

“Estamos reforçando as diretrizes que acompanham a questão da gravidez na adolescência, por exemplo”, lembrou o ministro.

Em relação à pílula do dia seguinte, Alexandre Padilha ressaltou que, a entrega do medicamento às pacientes depende de outras instâncias. “Dependemos também dos procedimentos que as secretarias municipais de saúde implementam nas suas unidades”, afirmou Padilha.

Anticoncepcional comum também falta nas UBSs

Em Mauá, a reportagem do ABCD MAIOR encontrou a jovem Nathália Silva, 20 anos, que tinha ido à UBS (Unidade Básica de Saúde) São João buscar anticoncepcionais na farmácia. Nathália afirmou que não é todos os meses que o remédio está disponível, e que nos meses em que há falta do medicamento, ela fica sem a proteção.

“Alguns meses eu tomo, outros não, não sei nem se funciona fazendo desse jeito. Já tentei pegar a pílula do dia seguinte em um desses meses que fiquei sem o anticoncepcional, mas não tinha”, disse a jovem.

Por Carol Scorce - ABCD Maior
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