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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/12/2013 | Cidade
Piloto mauaense consegue licença para correr na Stock Car em 2014
Piloto mauaense consegue licença para correr na Stock Car em 2014 Foto:  Denis Maciel/DGABC
Foto: Denis Maciel/DGABC
O Grande ABC poderá ter representante na Stock Car em breve. Isso porque com o sexto lugar no Campeonato Brasileiro de Turismo, o mauaense Mauri Zaccarelli obteve a licença para correr na principal categoria do automobilismo nacional. Porém, com a necessidade de arranjar orçamento de aproximadamente R$ 1,5 milhão por ano para integrar uma equipe de médio porte, o piloto deve seguir na divisão de acesso em 2014 para angariar fundos, buscar parceiros e, enfim, em 2015, figurar na principal.

“Vou continuar. Meu plano é ficar mais um ano na categoria de acesso para adquirir mais experiência com o carro e, principalmente, buscar patrocínio”, afirmou o piloto, que já projeta como será a próxima temporada. “Não tenho pretensão de ir à Stock no ano que vem para ter maturidade maior em 2015. Vamos começar 2014 fazendo pré-temporada forte, indo para treinos nas pistas para conhecer os traçados e buscar incluir isso (testes) no pacote do orçamento, porque cada treino de um dia custa R$ 15 mil e de novo esbarra na questão orçamentária”, emendou.

Enquanto a temporada 2013 se encerrou há duas semanas em Interlagos após oito corridas, a próxima reserva novidades aos pilotos, que terão 12 etapas no calendário em oito circuitos (haverá quatro rodadas duplas, com provas aos sábados e domingos). O início está previsto para 25 e 26 de fevereiro, nos treinos coletivos em Curitiba. Um mês depois, em 23 de março, a luz verde será acionada pela primeira vez para o começo do Brasileiro de Turismo em São Paulo.

Santa Cruz do Sul (Rio Grande do Sul), Goiânia (Goiás), Cascavel (Paraná), Velopark (Rio Grande do Sul), Curitiba (Paraná) e Tarumã (Rio Grande do Sul), além da Corrida do Milhão (em local a ser definido) também receberão a categoria, que terá temporada diferenciada em razão da Copa do Mundo de futebol: está prevista pausa de corridas em maio, junho e julho.

Para atuar em 2013 na apelidada Stock Light, Zaccarelli desembolsou R$ 500 mil, ou seja, um terço do necessário para estar na primeira divisão do Brasileiro de Turismo. Em sua estreia em carros construídos especificamente para corrida – bastante diferente do modelo Línea, monobloco adaptado para competições que utilizou na Copa Fiat na temporada passada, ou do Palio usado na Fórmula Fiat e do Corsa da Copa Corsa – o mauaense de 43 anos não desapontou frente a jovens que, ao contrário dele, dão suas primeiras voltas no esporte. Mesmo assim, o piloto almeja maior rodagem.

“Tenho experiência em corridas, mas não com esse tipo de carro especificamente. Então, esses dois anos (2013 e 2014) vão ser muito importantes, como também o budget (orçamento), que é a principal limitação”, afirmou o piloto. “Ter 43 anos faz muita diferença a favor e contra. A velocidade é mais ponderada, mas ganho em experiência e maturidade. Parte dessa molecada estava andando de fórmula na Europa e não avalia muito bem uma ultrapassagem, por exemplo”, emendou.

Aliás, a idade, na verdade, serve como diferencial e até inspiração ao piloto. “Temos inúmeros exemplos de juventude que se deram bem no automobilismo, mas também casos como o do Emerson (Fittipaldi), que mesmo mais velho fazia corridas fantásticas, ganhando títulos. Portanto, no frigir dos ovos, me sinto competitivo”, comparou Zaccarelli.

Falta de patrocinadores é problema

Mauri Zaccarelli conta com algumas parcerias que permitem a ele participar do Campeonato Brasileiro de Turismo, casos da Inbra Metais, Fiat Geniali, Ace Laminados, IMM moldes e ferramentas industriais e Bardahl. Apesar disso, o piloto mauaense afirma que há muitas dificuldades em arranjar patrocinadores, que, no mercado brasileiro, privilegiam único esporte.

“Isso é cultural. Os departamentos de marketing têm cultura de que o automobilismo não é a primeira opção quando se pensa em patrocínio esportivo. O futebol pega 90% dessa fatia, enquanto o automobilismo divide com outras categorias o restante”, declarou Zaccarelli.

Um dos exemplos do pouco caso com que as empresas olham para o esporte a motor aconteceu em 2012, quando a Copa Fiat foi extinta pela montadora, que assim como as demais fábricas do ramo, deveriam ter atenção especial.

“Acredito que falta maior apoio das fábricas de automobilismo, que deveriam olhar mais para isso. Falta planejamento estratégico para o Brasil, as coisas não podem acabar pelo caminho. A Copa Fiat, por exemplo, era um projeto de cinco anos, todos se prepararam para isso, e, na terceira temporada, uma montadora como a Fiat simplesmente fala que acabou”, relembrou.

Os pilotos brasileiros que buscam trilhar na Fórmula 1 compartilham de tal crise. Em 2013, após ser anunciado como reforço da Marussia, Luiz Razia teve problemas com empresas que o ajudariam com patrocínio e perdeu espaço para Jules Bianchi.

Extinto, kartismo regional serviu para descobrir talentos

Era comum, aos fins de semana, se deparar com eventos de kart promovidos pelas ruas ou em estacionamentos de supermercados do Grande ABC. As corridas não apenas atraíam grande público, mas despertavam a curiosidade de jovens que poderiam se transformar em talentos. Aliás, as próprias competições serviam para revelar pilotos promissores. É exatamente a volta desses tipos de eventos que o mauaense Mauri Zaccarelli cobra para que o Brasil consiga novamente lançar valores.

“Quando comecei no kart, há mais de 25 anos, atraía mais público nas ruas de Mauá, Santo André e Ribeirão Pires do que muitas categorias. Eram corridas muito legais. O kart é o berço de tudo. O ideal seria ter um kartódromo na região, mas por que não viabilizar novamente as corrida nas ruas?”, questionou.

Reconhecidamente um esporte caro, o automobilismo pode ser facilitado ao se arranjar parcerias desde as primeiras voltas no kart. “Quem quer se tornar piloto deve procurar um centro para começar, adquirir experiência e buscar parceiros”, disse. “São etapas que têm de acontecer e, por isso, a importância do kartismo regional. Interlagos é muito caro e competitivo, mas o regional tem sempre grande importância, porque fica mais barato e você permite acesso a mais pessoas. Com R$ 2.000 você faz uma corrida”, concluiu.

Por Dérek Bittencourt - Diário do Grande ABC
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