NOTÍCIA ANTERIOR
''Os Incríveis 2'': Pai fica com as crianças enquanto mãe salva o mundo em trailer
PRÓXIMA NOTÍCIA
Com show majestoso, Phil Collins promove bailão da saudade e faz SP dançar
DATA DA PUBLICAÇÃO 23/02/2018 | Cultura
Phil Collins emociona e põe público para dançar no Maracanã
Phil Collins emociona e põe público para dançar no Maracanã  O guitarrista Daryl Stuermer é antigo colaborador de Collins. (Foto: Marcos Serra Lima)
O guitarrista Daryl Stuermer é antigo colaborador de Collins. (Foto: Marcos Serra Lima)
Grandes sucessos da carreira solo do cantor, e também hits do Genesis, animaram a plateia de pouco mais de 40 mil pessoas.

Sejamos francos: nos últimos 40 anos, poucos artistas souberam correr para a galera tão bem quanto Phil Collins. Sua sensibilidade para criar canções pop que caem no gosto do grande público já é mais que conhecida. Seu desdém em relação à crítica – sempre bastante severa com os momentos mais carregados de glicose de sua obra –, também é bem registrado. Postura que seu público também costuma seguir.

Isso ficou bem claro quando, às 21h29 desta quinta-feira (22), o eterno baterista/vocalista do Genesis pisou no palco do Maracanã para o primeiro show de sua turnê no Brasil – terra na qual não colocava os pés desde o longínquo 1977, época em que ainda caminhava no intrincado terreno progressivo.

E Collins jogou para ganhar. Logo de cara entregou "Against all odds (Take a look at me now)", canção feita sob encomenda para a trilha do filme de Taylor Hackford, "Paixões violentas", de 1985. Os acordes inicias de piano fazem com que as 40 mil pessoas pulem na palma da mão do cantor de forma imediata.

Essa impressão acaba reforçada logo em seguida quando "Another day in paradise" é apresentada. A canção do álbum "...But seriously", de 1989, teve o refrão cantado com força pelo público, já familiarizado com a letra que trata de pessoas que não têm onde morar - e que, à época de seu lançamento, se transformou em uma dor de cabeça para o cantor. Muitos consideraram uma atitude hipócrita o fato de um astro milionário da música tentar se colocar no lugar de uma pessoa sem teto.

Antes de falar sobre o restante da apresentação, cabe uma explicação. Desde que lesionou uma das vértebras do pescoço durante a última turnê do Genesis, em 2009, Collins tem grande dificuldade para andar – desloca-se com o auxílio de uma bengala e, em vários momentos da apresentação, suas expressões denotam considerável dor física.

Por conta do incidente, ele perdeu parte da sensibilidade das mãos. Desde então, não pode mais tocar piano e – talvez o maior prejuízo – precisou se afastar da bateria, seu instrumento de formação.

Por todos esses fatores, Collins permanece sentado durante todo o tempo do show em uma cadeira. Isso, no entanto, não impede que ele interaja com o público em conversas muito breves e divertidas – "Obrigado. Boa noite. Esse é todo o português que eu sei", ele disse logo assim que entrou no palco – e principalmente com sua banda, composta por velhos escudeiros, como o baixista Leland Sklar, o guitarrista Daryl Stuermer e o trompetista Harry Kim.

O novato do grupo é Nic, filho de Collins - com apenas 16 anos, ele demonstra desenvoltura na bateria.

Algumas das canções mais populares do Genesis não poderiam ficar de fora. A apresentação de hits da banda começa com "Throwing it all away", sétima faixa do álbum "Invisible touch", de 1986 – do ponto de vista comercial, o mais bem sucedido do grupo. Logo em seguida, foi a vez de "Follow you, follow me", nona canção de "...And then there were three...", de 1978.

Durante sua execução, várias imagens de shows e clipes do Genesis foram apresentadas nos telões do palco. Ao olhar para a plateia, era possível notar antigos fãs da banda emocionados ao verem registros antigos de Collins, Mike Rutherford, Tony Banks, Steve Hackett e Peter Gabriel.

Foi a saída deste último, em 1974, logo depois da turnê do álbum "The lamb lies down on Broadway", que catapultou Collins do posto de baterista – posição que ocupava desde 1971, quando entrou na banda como baterista durante as gravações de "The nursery crime" – para a função de vocalista.

Seguiram-se "Separate lives", em dueto com Bridget Bryant, e "Something happened on the way to heaven", com a tradicional presença dos metais e que transformou o Maracanã em uma gigantesca pista de dança.

Chega, enfim, um dos momentos mais aguardados do show. A sequência repetida de uma bateria eletrônica e as luzes reduzidas no palco anunciam que, enfim, é a hora de "In the air tonight". Canção mais emblemática de "Face value", primeiro álbum solo de Collins, de 1981, a composição de atmosfera e letra sombria já deu margem a várias interpretações sobre possíveis assassinatos e crimes – todas negadas pelo cantor que, durante o processo de criação da música, apenas externava a dor que sentia pelo fim de seu primeiro casamento.

O público acompanha com atenção a execução da primeira parte e, depois da marcante virada de bateria no meio da canção, começa a pular e gritar o refrão até o fim marcado pelo andamento acelarado e os gritos mais agudos de Collins.

Do peso para a leveza. Fã confesso da soul music dos álbuns da Motown, o cantor emenda "You can't hurry love", das Supremes, e "Dance into the light", canção mais conhecida do álbum homônimo – um dos menos inspirados de Collins –, lançado em 1996.

O Genesis é visitado mais uma vez – agora com "Invisible touch", canção lançada em 1986 e talvez o maior hit da banda, àquela altura já um grupo pop-rock que havia deixado definitivamente para trás o hermetismo e a complexidade do rock progressivo no qual havia mergulhado ao longo da década de 1970.

"Easy lover" – na versão original, uma parceria com o vocalista do Earth, Wind & Fire, Philip Bailey – se transformou em uma grande sessão de catarse coletiva e foi seguida por "Sussudio". Esta última, graças a uma colorida explosão de confetes e serpentinas vindas do palco, ganhou improvável sabor carnavalesco. O que não deixa de ser coerente, uma vez que, olhando-se para trás, é possível ver que o reinado de Momo ainda está ali na esquina.

Uma breve pausa antecedeu o bis, que veio com "Take me home", tradicional encerramento dos shows de Collins. Ele deixou o palco logo em seguida – com visível dificuldades para caminhar, mas ainda senhor absoluto de sua longa lista de sucessos.

Por Carlos Brito, G1 Rio
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Cultura
25/09/2018 | Encontro com o passado
21/09/2018 | ''Sou muito feminino, isso é uma grande qualidade'', diz Chay Suede a Pedro Bial
20/09/2018 | Avril Lavigne lança Head Above Water, música sobre a doença a qual sofre
As mais lidas de Cultura
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7680 dias no ar.