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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/08/2012 | Setecidades
Pessoas sem religião são mais de 220 mil no ABCD
Pessoas sem religião são mais de 220 mil no ABCD Michel Mindrisz: religião negava sentimentos humanos. Foto: Amanda Perobelli
Michel Mindrisz: religião negava sentimentos humanos. Foto: Amanda Perobelli
IBGE mostra 8,7% da população de ateus e agnósticos, total só inferior a católicos e evangélicos

Nos bairros, vilas, grandes e pequenas avenidas, é possível encontrar uma imensa variedade de igrejas. Os templos, sejam evangélicos, católicos, espíritas, estão espalhados pelo ABCD. Mas o que pouca gente sabe é que os que decidem não seguir religião, os ateus e agnósticos, são comunidade expressiva na Região.

Ao todo, de acordo com dados do Censo 2010, do IBGE, há na Região 223.437 mil ateus e agnósticos, que no Censo são somados e identificados apenas como sem religião. Agnósticos são pessoas que acreditam que fé, religião e metafísica não expressam a realidade por não terem comprovação científica. Já os ateus não acreditam na existência de Deus ou deuses.

O dado de 2010 revela que 8,7% da população das sete cidades são sem-religião. Em números absolutos são mais que São Caetano e Rio Grande juntas. Em 2000 eram 7%.

Essa comunidade invisível de não religiosos é a terceira maior na Região, ficando atrás apenas dos católicos e evangélicos, e na frente de judeus, seguidores de religiões afro, como a umbanda e o candomblé, espíritas e adeptos de religiões orientais.

Rio Grande lidera os sem-religião - Proporcionalmente, Rio Grande da Serra é a cidade da Região com mais pessoas que se declaram sem religião, sendo 14,4% da população, ou 6.346 pessoas.

Diadema possui 38.511 pessoas (10%) que não têm religião, e em Mauá 10,4% dos moradores são ateus e agnósticos.

Os dois maiores municípios da Região, Santo André e São Bernardo, contam ambos com 8% da população que não segue nenhuma doutrina religiosa.

Ribeirão segue a tendência e possui 9,6% da população, ou 10.928 moradores, que não seguem religião. Em São Caetano, são 5,3%, ou 8.009 habitantes.

“Religião é como nome, os pais dão aos filhos” - De família judia, o especialista em políticas públicas Michel Mindrisz, morador em Santo André, passou a se considerar um agnóstico ao longo da juventude, mas o período da vida determinante para que sua visão sobre fé e religião se formasse foi dos 13 aos 17 anos.

“No judaísmo, é mais ou menos nessa fase que acontece o bar-mitzva, que é uma espécie de primeira comunhão. E aí existe uma preparação e tudo mais. Nessa época surgiu o sentimento de contestação, de tentar entender aquela situação segundo a qual Deus põe e você dispõe, e incoerências que existiam naquilo. Era complicado compreender por que a religião negava sentimentos humanos. Me tornar um ateu ou agnóstico, que para mim é a mesma coisa na prática, foi um processo natural, de entendimento de como as coisas de fato são.”

Mindrisz afirma que possui amigos que também não pertencem a nenhuma religião, e que não sofreu resistência e preconceito de familiares e pessoas próximas, inclusive sobre a decisão de não educar a filha dentro do judaísmo.

“Religião é como nome, os pais dão ao filho e você carrega aquilo para o resto da vida. Acho que não sofri e não sofro preconceito porque muita gente me encara como judeu. Mas é uma escolha levar uma religião adiante ou contestar isso.”

Por Carol Scorce - ABCD Maior
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