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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/11/2017 | Turismo
Pelas curvas dos Caminhos do Mar
Pelas curvas dos Caminhos do Mar Percorra os nove quilômetros de trilha e saboreie as surpresas. Foto: Nario Barbosa/DGABC
Percorra os nove quilômetros de trilha e saboreie as surpresas. Foto: Nario Barbosa/DGABC
Apesar de ser pouco explorado, o turismo no Grande ABC oferece muitas opções para os aventureiros e apreciadores da natureza. Entre elas está a trilha Caminhos do Mar, que fica dentro do Pesm (Parque Estadual da Serra do Mar), e percorre, a pé, a Estrada Velha de Santos de São Bernardo a Cubatão em meio à Mata Atlântica. A convite da Secretaria de Educação de Ribeirão Pires, a equipe do Diário fez o trajeto. Realmente vale o passeio. Não só pela aventura ou histórias que são aprendidas no meio do caminho, mas, principalmente, pelo contato tão próximo com a natureza.

Ao todo, são nove quilômetros de descida. A caminhada deve ser acompanhada por monitores capacitados, segundo exigências da Fundação Florestal, órgão responsável pela administração do parque e que está vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

A entrada no parque é feita pela portaria localizada em São Bernardo (Estrada Caminho do Mar, Km 42). Pelo caminho, paradas em pontos estratégicos são realizadas para descanso e alimentação dos visitantes. O trajeto dura, em média, cinco horas.

Os turistas têm duas opções de roteiro: um compreende o trecho de serra da Estrada Velha, na divisa entre São Bernardo e Cubatão, até o monumento Padrão do Lorena, voltando pelo mesmo portão do início. Já no segundo, a descida é completa até Cubatão, com saída pela portaria localizada próxima à Refinaria Presidente Bernardes.

Ao longo do caminho, é possível apreciar de perto fauna e flora locais. Segundo registro oficial, são cerca de 20 mil espécies vegetais, pouco mais de um terço das existentes no Brasil. Dentre elas, encontram-se a orquídea Laelia Purpurata e tipo de palmito, ameaçados na flora nacional. Além disso, a Mata Atlântica abriga mais de 1.300 espécies de animais, entre eles alguns que correm risco de extinção como macaco-prego, bicho-preguiça e anta.

Outro ponto que vale destacar é que o Pesm abriga diversas nascentes e cabeceiras de rios formadoras das bacias hidrográficas do Paraíba do Sul e Tietê, bem como mananciais que abastecem diversos municípios por onde passam, como as regiões da Baixada Santista e litorais Norte e Sul de São Paulo. Em diversos pontos da descida, estas nascentes e cabeceiras são visíveis e os visitantes conseguem apreciar de perto.

Por se tratar de local de preservação ambiental, o Pasm é patrimônio do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), do Estado de São Paulo e a área foi declarada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

Apesar de se tratar de um roteiro extenso, a descida da Serra é cansativa, mas tranquila e não exige grande preparo físico. Entre as dicas preciosas para quem quiser se aventurar, estão o uso de roupas e calçados confortáveis e próprios para a prática de caminhada. Bonés, protetor solar, repelente, capa de chuva e saquinhos para lixo são recomendados.

Lanches e água não são vendidos dentro do parque e precisam ser levados de casa. Além disso, não é permitida entrada de animais domésticos, bicicletas, skate, motos e carrinhos de rolimã, bem como o consumo de bebida alcoólica.

Para fazer o roteiro é necessário agendamento pelo www.parqueestadualserradomar.sp.gov.br com antecedência. O ingresso custa R$ 15,50 e R$ 31, sendo que visitantes com menos de 12 anos ou acima de 60 não pagam.

AULAS DE HISTÓRIA
Não são apenas as lindas paisagens que os visitantes que optarem por realizar a trilha Caminhos do Mar, com partida de São Bernardo, poderão contemplar. O trecho, localizado dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, também abriga monumentos que possuem grande importância histórica. Logo, além do contato com a natureza, o turista terminará o passeio com a sensação de também ter assistido ‘ao vivo e a cores’ a uma aula de história, o que enriquece ainda mais a experiência.

A começar pela Rodovia Caminhos do Mar, mais conhecida como Estrada Velha de Santos – que já foi a Trilha dos Tupiniquins, o Caminho de Paranapiacaba ou o Caminho Piaçaguera – é a mais antiga ligação entre o Litoral e a Capital. Em 1913, com a demanda de automóveis crescendo, foi pavimentada, tornando-se a primeira estrada asfaltada da América Latina. Está fechada para carros desde 1985, o que permite o passeio a pé pela serra.

Entre os monumentos, o visitante tem acesso ao Pouso de Paranapiacaba (ou Casa de Pedra), que significa ‘lugar de onde se vê o mar’. Fica bem no alto da trilha, antes do início das grandes curvas que levam ao Litoral. Diz a lenda que era neste lugar que Dom Pedro I se encontrava com a Marquesa de Santos, mas, de acordo com os registros, a história não passa de lenda, pois o casal terminou o relacionamento em 1829 e o pouso foi construído apenas em 1922, a mando de Washington Luís, então governador do Estado, para comemorar o centenário da independência. Local chamado de As Ruínas – restos de uma casa construída nos anos 1920 que abrigou funcionários e trabalhadores durante a construção dos monumentos do Caminho do Mar – é outro ponto de visita.

Talvez o mais emblemático de todos, a Calçada do Lorena, construída no fim do século 18, foi a primeira ligação entre São Paulo e o Litoral. Erguida sobre rochas, foi utilizada, principalmente, para transporte de produtos, mas também faz parte da história do Brasil, pois foi por ela que Dom Pedro I, em 1822, subiu para Capital para proclamar a independência. Já o Belvedere Circular, o primeiro cruzamento da Calçada do Lorena com o caminho do mar, serve de ponto de parada para os visitantes apreciarem o a vista.

Outro monumento é o Rancho da Maioridade. Localizado no km 47, seu nome faz alusão à Estrada da Maioridade, construída entre 1841 e 1846. Vale destacar que um painel de azulejos ilustra como era feita a subida da serra por figuras importantes do século 19, como Dom Pedro II.

Padrão do Lorena é o terceiro encontro entre a calçada e a estrada. Seu nome é uma homenagem a Bernardo José Maria de Lorena, governador da então capitania de São Paulo, que foi quem mandou construir a calçada, que também leva seu nome. Já na chegada a Cubatão, o Pontilhão da Raiz da Serra é o último monumento. Foi construído junto ao fim da pavimentação da estrada.

Por Vanessa Soares Oliveira - Diário Online
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