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DATA DA PUBLICAÇÃO 19/10/2016 | Setecidades
Pela crise hídrica, Sabesp desmatará 2 hectares em Rio Grande
Pela crise hídrica, Sabesp desmatará 2 hectares em Rio Grande Transferência da adutora Rio Grande-Taiaçupeba teve início em setembro e atinge ribeirão da Estiva. Foto: Divulgação
Transferência da adutora Rio Grande-Taiaçupeba teve início em setembro e atinge ribeirão da Estiva. Foto: Divulgação
Companhia estadual está realocando parte da adutora que liga Rio Grande -Taiaçupeba

Por hora, a crise hídrica não é mais uma ameaça, no entanto, o meio ambiente de Rio Grande da Serra segue pagando pelas obras emergenciais feitas as pressas pelo governo do Estado. Desta vez, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) está realocando um trecho da adutora Rio Grande – Taiaçupeba que liga as represas Billings (sistema Rio Grande) e Taiaçupeba (sistema Alto Tietê). E para isso tem licença ambiental para desmatar até 1,9 hectare, o equivalente a quase dois campos de futebol.

De acordo com a Sabesp, a transferência da adutora foi necessária porque a Petrobras pediu que a companhia retirasse as tubulações do seu trecho de concessão para que pudesse expandir a instalação do gasoduto, a Gasan 2, que passa por Rio Grande da Serra. A Sabesp tinha autorização da Petrobras para usar parte da faixa de concessão da estatal para a passagem das tubulações que ligam os sistemas Rio Grande e Alto Tietê. As obras de transferência foram iniciadas em setembro e devem ser concluídas até dezembro quando a Sabesp terá uma faixa exclusiva para a passagem dos dutos.

Além do desmatamento, para o ambientalista e membro do MDV (Movimento de Defesa da Vida) do ABC José Soares da Silva, a obra é ruim porque está ampliando os danos ambientais no ribeirão da Estiva, um dos trechos por onde passam as duas obras, tanto da Sabesp, como da Petrobras. “A má gestão dos recursos hídricos condenam a cidade. Estamos enterrando vivas as nossas crianças que sofrerão com a omissão dos cuidados com a cidade, a floresta e os corpos d’águas”, desabafou.

O ribeirão da Estiva é um braço da represa Billings, que abastece os moradores de Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires. A produção diária do córrego chega a 100 litros por segundo. O Estiva também integra o Sistema Rio Grande, que produz 5 mil litros de água por segundo e abastece São Bernardo, Diadema e 50% de Santo André. Em nota, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), órgão que emitiu a autorização ambiental para a intervenção da Sabesp, justificou que a obra é de interesse social.

CRISE HÍDRICA

A preocupação dos ambientalistas em relação às obras é compreensiva quando se lembra do histórico das intervenções. Já com os sistemas operando no limite, o período seco de 2014 trouxe a crise hídrica. A partir daí, vieram às obras emergenciais, feita às pressas, sem licitação ou EIA/Rima. A transposição das águas da Billings para a represa Taiaçupeba, em Rio Grande da Serra, por exemplo, causou danos ambientais como o aterro de 50 metros da Billings e de outros 50 metros do ribeirão da Estiva, além da morte de capivaras que ficaram presas entre os tubos de 1,2 metro de diâmetro instalados ao longo de 11 quilômetros entre os mananciais.

Logo após ser inaugurada, em outubro do ano passado, a transposição foi embargada pela Prefeitura de Ribeirão Pires após inundar ruas e fábricas da cidade e provocar a interdição de três casas pela Defesa Civil. Para especialistas, o Rio Taiaçupeba-Mirim não suportou receber a transferência de 4 mil litros por segundo. Para que o bombeamento voltasse a ser realizado, o governo do Estado precisou realizar uma obra de aprofundamento de calha ao longo do rio.

GASAN 2

Antes do impacto das obras da Sabesp, o ribeirão da Estiva sofreu danos durante a instalação dos gasodutos da Petrobras, a Gasan 2, iniciadas em novembro 2010 e que passou por Santo André, São Bernardo, Ribeirão e Rio Grande. Na ocasião, um relatório da equipe técnica da Cetesb confirmou os danos ambientais no ABCD. Entre elas a drenagem de um quilômetro de várzea do ribeirão da Estiva e o aterro de várias nascentes do braço Rio Grande. Na época, o órgão ambiental embargou as obras até que a Petrobras apresentasse medidas compensatórias para a área.

Procurada para falar as novas obras de expansão da Gasan 2 no ABCD, a Petrobras não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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