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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/12/2010 | Geral
Pedágio é mais caro do que deveria
Desde 1° de julho, os motoristas que utilizam o sistema Anchieta/Imigrantes para descer a serra pagam R$ 0,10 a mais do que deveriam nos pedágios. Isso ocorre porque o governo do Estado, quando reajustou as tarifas, resolveu “arredondar” o valor cobrado nas cabines. Resultado: em algumas praças, os preços foram arredondados para mais.

Das 135 praças de pedágio do Estado, 24 ficaram de R$ 0,05 a R$ 0,10 mais caras do que previa o reajuste baseado pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado). Ou seja, o pedágio da Anchieta/Imigrantes, rodovias que cortam o ABCD, deveria custar, de acordo com o reajuste previsto pela inflação, R$ 18,40. Hoje, a Ecovias, que gerencia a rodovia, cobra R$ 18,50.

O erro no arredondamento, uma decisão do governador Alberto Goldman (PSDB) e do secretário de Transportes, Mauro Arce, foi comunicado pelas próprias concessionárias ao governo. “A decisão imposta pelo governo (...) mudou unilateralmente o critério de cálculo para reajuste das tarifas”, garante a assessoria de imprensa da Ecovias em nota oficial.

Para se ter uma ideia de como a cobrança indevida pesa no bolso da população, só no feriado de 15 de novembro, os motoristas que utilizaram o sistema Anchieta/Imigrantes no sentido litoral deixaram R$ 35 mil a mais do que deviam nos pedágios.

Em entrevista à rádio CBN nesta segunda-feira (06/12), o secretário Mauro Arce tentou se explicar. “Ninguém está pagando a mais. Pretendemos voltar, trazer, fazer ajustes. Acredito que, no próximo reajuste, em julho do ano que vem, a nova Administração diz que pretende rever os contratos e será uma oportunidade para acertar isso.”

Praças - Outra defesa do governo do Estado é de que o arredondamento atingiu apenas 18% das praças de pedágio. Mas as praças atingidas estão localizadas justamente nos trechos mais movimentados das rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares, além da própria Anchieta/Imigrantes.

Em nota, a Secretaria de Transportes afirma que o arredondamento “se mostrou benéfico para a maioria da população”. Já o ressarcimento dos R$ 0,10 pagos a mais desde julho é impossível, de acordo com a Ecovias, porque não seria possível “saber quem passou ou não pelos pedágios”.

As concessionárias afirmam que a decisão “unilateral” do governo do Estado foi uma “quebra de contrato”, o que também é negado pela nota da Secretaria de Transportes.

Por Júlio Gardesani - ABCD Maior
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