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Metalúrgicos dizem que greve geral está pronta
DATA DA PUBLICAÇÃO 22/09/2016 | Economia
Passeata dos bancários leva 250 pessoas às ruas
O Sindicato dos Bancários do ABC levou ontem cerca de 250 pessoas às ruas do Centro de Santo André como forma de protesto por reajuste salarial e melhores condições de trabalho para a categoria. Apoiadores do movimento lançaram mão de nariz de palhaço, apitos, fanfarra e carro de som.

A passeata teve início às 16h30, na Rua Senador Flaquer, e terminou por volta das 18h, em frente ao HSBC da Rua Xavier de Toledo. O movimento seguiu com apoio da equipe de trânsito da região e, durante o ato, estiveram presentes funcionários dos bancos, representantes de diversos sindicatos, como dos químicos e o dos metalúrgicos. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, compareceu.

Dentre os pleitos, está aumento de 14,78% (inflação de 9,31% mais cinco pontos percentuais de alta real), PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários mais R$ 8.317,90, piso de R$ 3.940,24 (salário mínimo do Dieese), vale-refeição de R$ 40 por dia, vale-alimentação de R$ 880 (atualmente de R$ 652) e auxílio-creche/babá de R$ 880, entre outros.

“Sinceramente eu espero que este movimento tome corpo, porque pelo visto isso não está acontecendo. Mesmo que esteja difícil de os bancos atenderem nossos pedidos, a esperança é que ao menos eles cheguem perto”, comenta o atendente bancário Willian Pereira, 22 anos, de São Bernardo.

Segundo o sindicato, a greve dos bancos, que entra hoje no 12º dia útil em todo o País, não tem previsão para acabar. “Essa é mais uma forma de pressão e de indignação. Nós geramos lucros às instituições, e isso não é reconhecido. Os bancários querem mais direitos e mais valorização. E querem, acima de tudo, dignidade”, exclama o presidente da entidade, Belmiro Moreira, durante o ato.

As falas do sindicalista eram intercaladas com gritos dos manifestantes, que variavam entre “bancários, avante, só a luta garante” e “bancário, na rua, banqueiro a culpa é sua”. Dentre as reivindicações, estavam a garantia de direitos previdenciários e palavras contra o presidente Michel Temer (PMDB). Ainda, eram tocados trechos das músicas Mamãe Eu Quero, e Me Dá Um Dinheiro Aí, além de Rosa Vermelha. Nas faixas erguidas pelos participantes estavam destacadas as palavras “manipulação”, “exploração”, “assédio moral” e “mais contratações”, entre outras.

“Da greve eu espero uma negociação justa, porque até agora não há uma proposta condizente. Hoje (ontem), aqui no movimento, espero que os banqueiros vejam a movimentação e também que haja nova negociação”, desabafa a técnica bancária andreense Ana Rute, 58.

Uma das pessoas que se dirigiram ao microfone foi o funcionário do Banco do Brasil Otonia Pedro de Lima. “Só a luta garante. Esta é uma greve histórica. Os banqueiros provocam e os bancários se movimentam todos os anos. Queremos nossos direitos, não vai faltar luta”, enfatiza.

“Eu espero que os banqueiros vejam este movimento. Infelizmente o processo está lento. Queremos pelo menos um aumento que supere a inflação. O intuito é mesmo paralisar, parar tudo”, comenta o operador de caixa bancário Gabriel Guedes, 30, de Santo André.

Moreira finalizou a passeata agradecendo ao movimento e convidou todos a comparecer na movimentação de amanhã organizada pelos metalúrgicos em São Bernardo. “A greve vai continuar, e todo mundo deve se movimentar para melhorar as garantias de todos os trabalhadores.

Amanhã (hoje) é o Dia Nacional de Paralisação e novamente estaremos presentes.”

A greve dos bancários, que teve início no dia 6, permanece em todo o território nacional. Segundo a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), a greve de 2016 é a maior da história, marco que foi alcançado na segunda-feira, com 13.071 agências fechadas.

PREJUÍZOS - Enquanto isso, consumidores são obrigados a procurar alternativas para os serviços. “Eu acho que é preciso reivindicar sempre, mas infelizmente isso nos atrapalha. No meu caso, por exemplo, eu perdi o cartão e não tem como fazer a requisição de um novo enquanto a greve durar”, comenta a funcionária pública andreense Sandra Costa, 49.

Na terça-feira, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que não há data prevista para a próxima rodada de negociação. e em nota explica que “entende que o modelo de aumento composto por abono e reajuste sobre o salário (o oferta dos bancos é de reajuste de 7% mais abono de R$ 3.300) é o mais adequado para o atual momento de transição na economia brasileira, que passa de uma inflação alta para uma inflação mais baixa”.

A Febraban afirma que há alternativas para alguns casos, e reitera aos clientes de que todos os caixas eletrônicos podem ser utilizados para agendamento e pagamento de contas (desde que não estejam vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios. Nos correspondentes bancários, como lotéricas, supermercados e Correios, também é possível ter esses serviços. Outros canais como internet banking, aplicativo mobile e telefone também estão disponíveis.

Por Paula Oliveira - Especial para o Diário
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