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DATA DA PUBLICAÇÃO 14/03/2011 | Geral
Parque do Ibirapuera vira ponto de encontro de tribo ''gay nerd''
Uma balada com pista de dança bombando, mas com fliperamas com games como Super Street Fighter 4 por perto. A mistura dos gritinhos da personagem-diva do jogo Chun Li com as batidas marcantes de Lady Gaga é o que faz a cabeça dos queer nerds, como são chamados os rapazes assumidamente homossexuais e assumidamente nerds.

A fim de entender melhor o que pensa e como se comporta essa nova tribo que vem virando moda em São Paulo, o R7 marcou encontro com dez queer nerds. O local escolhido inicialmente seria na rua Frei Caneca, que concentra várias baladas gays. Depois de algumas discussões, e nisso eles são bons, o local decidido foi o bar Ludus Luderia, que oferece jogos de tabuleiros aos clientes. Alguns deles, bastante nerds.

Durante duas horas, o R7 conversou com o grupo sobre anime (desenho japonês), balada, tecnologia, relacionamento, games, sexo, internet. No bate-papo ao vivo com a reportagem, eles esclareceram que, embora a forma mais comum de conversa entre a tribo seja pelo computador, como com qualquer nerd que se prezer, o grupo mantêm a amizade também com encontros no mundo real. O queer nerd e colunista da revista Offline Jefferson "PenPen" Melo, 27 anos, explica melhor:

– O que diferencia os queer nerds de outras comunidades é que a gente não é só um nome. Nós efetivamente nos encontramos. A maioria dos usuários adicionam as comunidades só para falar de suas preferências.

No mundo virtual, os contatos são feitos por meio de uma comunidade no Orkut que tem mais de 700 membros. No plano real, a principal reunião do grupo é o chamada picQueernic, um piquenique que acontece sem periodicidade fixa no parque do Ibirapuera. O próximo está previsto para ocorrer neste domingo (13).

Preconceito

Outra característica do grupo é a propensão, durante as conversas, de que o tema original tome rumos inesperados. No encontro com a reportagem, uma pergunta sobre preconceito acabou passando por vídeos virais de YouTube, pegação entre membros da tribo, RPG (jogo de interpretação de papéis, na sigla em inglês), jogos de tabuleiros e sucção.

O servidor público Bruno Cavalcante, 30 anos, foi um dos poucos que conseguiram tratar sobre o assunto preconceito com o R7 sem se perder muito.

– No momento, ser nerd não é tão preocupante. Ser nerd está na moda. Mas ser gay é uma coisa que sempre foi e sempre vai ser complicado.

Segundo Jefferson, a situação dos queer nerds é ainda mais grave porque há também preconceito dentro da própria comunidade gay. Ele afirma que o grupo não se sente à vontade nem mesmo dentro de baladas conhecidamente gays. O grupo conta que quem é só nerd ou só gay acaba rumando para comunidades específicas.

A origem

A palavra "queer", em inglês, chegou a ser usada como termo pejorativo, era algo como "bicha louca", na gíria norte-americana. Mas com o passar do tempo, o termo foi perdendo o peso e passou a ser aceito. O mesmo aconteceu com a palavra "nerd".

Segundo informações do próprio grupo que conversou com o R7, a comunidade dos queer nerds nasceu em 2005 no Orkut. Desde então, se passaram nove gerações. Metódico, Rafael Abib, 27 anos, o proprietário da comunidade no Orkut, dividiu a história do grupo de acordo com eventos e comportamentos de um determinado período, uma organização inspirada no RPG Vampiro: A Máscara. Cada geração tem um nome. Existe a era Renascentista, da Balbúrdia, Expansionista, entre outras.

A expansão queer nerd já chegou a outros Estados - há comunidades específicas para usuários do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Por João Varella e Daia Oliver - R7
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