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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/06/2014 | Setecidades
Paralisação do Metrô altera rotina
Paralisação do Metrô altera rotina Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
A greve dos metroviários, que entrou ontem no quinto dia seguido, obrigou moradores do Grande do ABC que trabalham em São Paulo a mudarem suas rotinas. A paralisação será suspensa hoje, mas poderá ser retomada na quinta-feira caso não haja avanço nas negociações entre trabalhadores e empresa (leia abaixo).

Na impossibilidade ou dificuldade de chegar ao local de trabalho, a saída encontrada por muitos foi a de prestar serviços a distância, o chamado home office. É o caso da produtora de conteúdo para redes sociais Danielle Feltrin, 23 anos. Moradora de São Bernardo, ela trabalha no Jardim Paulista e, em dias normais, faz o trajeto em uma hora e meia com um ônibus intermunicipal até a estação ferroviária de Santo André, um trem até o Tamanduateí e o Metrô até a Estação Consolação.

Ciente das dificuldades que os moradores de localidades mais distantes teriam para chegar no horário, o patrão decidiu, desde o início da paralisação, liberar a jovem para trabalhar de casa, assim como outros funcionários que residem na região. No entanto, a situação não é confortável. “O home office não é vantajoso nem para mim nem para quem me contrata, afinal, as alternativas de comunicação ficam muito limitadas e isso é primordial para o que eu faço”, frisa.

O analista de sistemas Vilson Laerte Dalgallo Filho, 21, também de São Bernardo, é outro que fez de sua casa escritório temporário. Mas a presença virtual não substitui a presencial, na opinião dele. “As reuniões estão sendo atrasadas ou remarcadas e, com isso, os clientes estão ficando nervosos. Isso vai debilitando o trabalho cada vez mais, pois precisamos fazer reuniões para acompanhar o andamento dos projetos, manter as informações internas e externas atualizadas e, com a greve, é complicado”.

Para Dalgallo Filho, a greve é uma forma legítima de reivindicação, porém, acha injusto que o protesto passe por cima dos direitos das outras pessoas. “Um dia de greve é aceitável, mas já estão forçando por tanto tempo que chegou ao ponto de se tornar teimosia”.

MARATONA

Quem não teve alternativa a não ser bater o ponto no trabalho está enfrentando verdadeira maratona. Antes da greve, a assistente administrativo Lucianne Karine Leite de Souza Leandro, 34, de Diadema, pegava duas conduções (ônibus e Metrô) e levava 40 minutos até o escritório no bairro da Aclimação. Agora, o percurso é feito em dois coletivos e demora três horas. “Na sexta, fui pegar um ônibus em frente ao Terminal Jabaquara e só consegui entrar no quarto veículo, pois os motoristas não paravam, já que não havia condições de entrar mais ninguém. Com isso, todos os funcionários estão chegando atrasados e outros nem estão indo trabalhar”, relatou.

O advogado Fernando Rodrigues Bertoncello, 26, preferiu fazer o trajeto São Bernardo-Avenida Paulista de carro e também tem demorado três horas para chegar ao serviço. “Antes da greve, eu fazia o trecho em uma hora: 30 minutos de carro até a estação do Metrô e mais meia hora para chegar ao destino”, relata. O acréscimo no tempo em que gasta até a empresa o obrigou a acordar bem mais cedo. “Eu saía de casa às 8h e estou tendo que sair às 5h30, para chegar às 9h”, relata.

Prejuízo no sono e também no bolso. “Os estacionamentos na Avenida Paulista são caríssimos. Na sexta-feira paguei R$ 35”, exclamou.

Diante do caos, ele procura não estressar. “Tento manter o autocontrole, mas percebo que muitas pessoas estão bastante irritadas nesse trânsito, o que, ao meu ver, é uma besteira. Ficar irritado não resolve o problema, somente piora”.

Metroviários suspendem paralisação até amanhã

Após reunião entre o governo do Estado e os metroviários terminar sem acordo, a categoria decidiu, em assembleia, suspender, até amanhã, a greve iniciada na quinta-feira. Sendo assim, eles irão trabalhar normalmente hoje e amanhã, quando os trabalhadores se reunirão novamente para deliberar sobre a continuidade do movimento. A reunião está marcada para 18h30.

Os metroviários criticam as demissões anunciadas pelo Executivo estadual, na manhã de ontem, dos funcionários que não voltaram a trabalhar após a greve ser considerada abusiva pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, 42 destituições já foram processadas. Outros 13 casos, de funcionários detidos durante confronto, ainda estão em análise e eles também podem ser desligados. De acordo com o titular da Pasta, os que foram dispensados não serão readmitidos.

As demissões têm amparo legal, segundo profissionais. “A Constituição Federal assegura o direito de greve, mas diz que abusos cometidos serão punidos na forma da lei e autoriza o empregador a contratar substitutos para os grevistas”, explica a professora da Faculdade de Direito de São Bernardo Ivani Contini Bramante, especialista em Direito do Trabalho.

Ontem, quinto dia de greve, a maioria das estações já estava funcionando. No período noturno, 50 das 65 paradas operavam com normalidade.

Pela decisão judicial, o reajuste salarial dos trabalhadores ficou em 8,7%, índice oferecido pelo Metrô, ante inflação de 5,81%. Os metroviários pediam 12,2%. O TRT determinou ainda multa de R$ 500 mil para cada novo dia parado, e de R$ 100 mil para os quatro dias anteriores ao julgamento. O último reajuste da categoria foi de 8% frente a um INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 7,2%, no ano passado. O piso atual é de R$ 1.323,55).(com Agências)

Por Vanessa de Oliveira e Fábio Munhoz - Diário Online
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