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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/01/2013 | Saúde e Ciência
Papanicolaou poderá detectar câncer de ovário e de endométrio
O exame de Papanicolaou, usado para diagnóstico precoce de câncer do colo do útero, pode detectar também o câncer de ovário e do corpo do útero, diz novo estudo.

Pesquisadores fizeram o sequenciamento de DNA de células provenientes do exame e obtiveram 100% de sucesso para o câncer de endométrio e 41% de sucesso para o de ovário. Não houve resultado falso-positivo.

A pesquisa foi publicada ontem na revista científica "Science Translational Medicine" e conta com médicos americanos, da Universidade Johns Hopkins, do Instituto Ludwig e do centro Memorial Sloan-Kattering, e brasileiros do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira).

Hoje, o papanicolaou só detecta o câncer do colo do útero, via análise da aparência das células, e o vírus HPV, seu principal causador.

A nova técnica, apelidada de PapGene, não altera o procedimento pouco invasivo do papanicolaou; apenas agrega a análise de genética molecular em células do ovário e do corpo do útero que são levadas para a região onde o material é coletado.

Para Suely Nagahashi Marie, professora da USP, pesquisadora do Icesp e uma das autoras do estudo, a importância da pesquisa foi "mostrar que é possível detectar alterações moleculares via papanicolaou possibilitando diagnóstico precoce".

Na primeira fase, foram reunidas biópsias tumorais americanas e brasileiras. O material foi submetido a um sequenciamento de DNA. Ao compará-lo com código genético de células normais, os cientistas identificaram 12 genes cujas mutações indicam a incidência dos tumores.

Na segunda fase, a análise genética na coleta do papanicolaou possibilitou identificar 24 das 24 amostras de câncer de endométrio e 9 das 22 de tumor ovariano.

O câncer de ovário é bem agressivo e de difícil detecção. Segundo Jesus Paula Carvalho, professor da USP, pesquisador do Icesp e um dos autores do estudo, "na maioria dos casos, o diagnóstico é tardio e os métodos de rastreamento atuais, como as biópsias, são invasivos e trazem mais riscos do que benefícios".

Para ele, o PapGene ainda será aperfeiçoado, mas "uma luz no fim do túnel é sempre um grande alento".

Emmanuel Dias-Neto, pesquisador do Hospital A. C. Camargo disse à Folha que "a medicina genômica veio para ficar, pois é mais barato detectar precocemente via DNA do que tratar a doença".

Os entrevistados ressaltaram que outros cânceres como os de boca, pulmão, estômago e intestino poderão ser detectados por técnicas similares.

Neto-Dias diz que "em cinco anos tais técnicas estarão tão baratas a ponto de poderem ser agregadas ao SUS" e poderão ser usadas na população de modo preventivo, para identificação precoce e para controle de recidiva.

Por Marco Varella - Colaboração para a Folha
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