DATA DA PUBLICAÇÃO 19/11/2008 | Setecidades
Papai Noel perde a barba e o cachê
Vitor Sanchez Martins, 53 anos, vai ter de quebrar uma tradição que mantém há oito anos. O morador de São Caetano perdeu temporariamente a barba e os cabelos grisalhos e não vai poder trabalhar como Papai Noel neste fim de ano. Um incidente com água oxigenada no cabeleireiro deixou Martins sem as características das quais depende para trabalhar. O prejuízo: cerca de R$ 28 mil que ele previa receber com aparições públicas e propagandas.
Na sexta-feira passada, Martins, artista plástico e publicitário, se preparava para seu papel no Salão França, em São Caetano. Como tinha partes escuras na barba e no cabelo, ele foi ao cabeleireiro para uma descoloração com água oxigenada, como havia feito no mesmo local nos dois últimos anos. No entanto, segundo Martins, desta vez o proprietário do estabelecimento deixou o produto por três horas na cabeça do Papai Noel, provocando danos na estrutura capilar e a queda dos cabelos. "Fiquei desesperado. Os fios pareciam um monte de macarrão caindo", lembra Martins, que logo depois de perceber o que havia acontecido saiu do salão e foi registrar boletim de ocorrência.
O cabeleireiro Damião Antonio de Lima diz que não queria fazer o serviço porque já havia descolorido a barba e o cabelo de Martins há um mês e sabia que outra intervenção danificaria os fios. "Depois dele insistir, falei que faria, mas que a gente corria risco. Meu erro foi não ter pedido para ele assinar um termo de responsabilidade."
Lima nega, no entanto, que o produto tenha ficado por três horas na cabeça do cliente. "Não sou nenhum tonto para deixar um produto por horas no cabelo. Acredito que tenha ficado de 40 a 50 minutos, mais do que isso não ficou", diz. "Tenho 61 anos de idade e 40 de profissão. Nunca me ocorreu um caso desse."
Lima também duvida que Martins receba dezenas de milhares de reais pelo trabalho temporário. "Se isso for verdade, vou deixar a profissão de cabeleireiro e virar Papai Noel." Mas ele diz que as portas estão abertas para ambos conversarem.
Martins começaria o trabalho no sábado, no Shopping Santa Cruz, na Capital, onde iria todos os dias até 24 de dezembro. Às tardes, ele já havia agendado aparições em comerciais e em oito casas particulares. "Todos eles estão cancelando meus contratos. Arrumaram outras pessoas no lugar."
Mas mesmo para alguns clientes, a participação de Martins era essencial, já que esse Papai Noel é famoso por ter o corpo cheio de tatuagens. Por causa disso, chegou até a fazer aparições na MTV. O morador de São Caetano diz que no final do ano passado ganhou R$ 25 mil, resultado um pouco abaixo do que esperava para 2008.
Segundo Vagner Barbato, diretor do Procon de São Caetano, se for provado que houve a culpa do cabeleireiro, o incidente é maior do que uma simples defesa do consumidor. "A ação é diretamente na Justiça. Até pelo valor do prejuízo, não é nem tribunal de pequenas causas. Mas tem de ter as provas de quanto dinheiro seria perdido, como os contratos assinados."
Martins, que tem barba desde que saiu do Tiro de Guerra, conta que teve de raspar o que sobrou dos pelos faciais. "Vou deixar crescer de novo, mas ela vai começar a ficar bonita só lá para a Semana Santa. Ficar como era, só em 2011."
Na sexta-feira passada, Martins, artista plástico e publicitário, se preparava para seu papel no Salão França, em São Caetano. Como tinha partes escuras na barba e no cabelo, ele foi ao cabeleireiro para uma descoloração com água oxigenada, como havia feito no mesmo local nos dois últimos anos. No entanto, segundo Martins, desta vez o proprietário do estabelecimento deixou o produto por três horas na cabeça do Papai Noel, provocando danos na estrutura capilar e a queda dos cabelos. "Fiquei desesperado. Os fios pareciam um monte de macarrão caindo", lembra Martins, que logo depois de perceber o que havia acontecido saiu do salão e foi registrar boletim de ocorrência.
O cabeleireiro Damião Antonio de Lima diz que não queria fazer o serviço porque já havia descolorido a barba e o cabelo de Martins há um mês e sabia que outra intervenção danificaria os fios. "Depois dele insistir, falei que faria, mas que a gente corria risco. Meu erro foi não ter pedido para ele assinar um termo de responsabilidade."
Lima nega, no entanto, que o produto tenha ficado por três horas na cabeça do cliente. "Não sou nenhum tonto para deixar um produto por horas no cabelo. Acredito que tenha ficado de 40 a 50 minutos, mais do que isso não ficou", diz. "Tenho 61 anos de idade e 40 de profissão. Nunca me ocorreu um caso desse."
Lima também duvida que Martins receba dezenas de milhares de reais pelo trabalho temporário. "Se isso for verdade, vou deixar a profissão de cabeleireiro e virar Papai Noel." Mas ele diz que as portas estão abertas para ambos conversarem.
Martins começaria o trabalho no sábado, no Shopping Santa Cruz, na Capital, onde iria todos os dias até 24 de dezembro. Às tardes, ele já havia agendado aparições em comerciais e em oito casas particulares. "Todos eles estão cancelando meus contratos. Arrumaram outras pessoas no lugar."
Mas mesmo para alguns clientes, a participação de Martins era essencial, já que esse Papai Noel é famoso por ter o corpo cheio de tatuagens. Por causa disso, chegou até a fazer aparições na MTV. O morador de São Caetano diz que no final do ano passado ganhou R$ 25 mil, resultado um pouco abaixo do que esperava para 2008.
Segundo Vagner Barbato, diretor do Procon de São Caetano, se for provado que houve a culpa do cabeleireiro, o incidente é maior do que uma simples defesa do consumidor. "A ação é diretamente na Justiça. Até pelo valor do prejuízo, não é nem tribunal de pequenas causas. Mas tem de ter as provas de quanto dinheiro seria perdido, como os contratos assinados."
Martins, que tem barba desde que saiu do Tiro de Guerra, conta que teve de raspar o que sobrou dos pelos faciais. "Vou deixar crescer de novo, mas ela vai começar a ficar bonita só lá para a Semana Santa. Ficar como era, só em 2011."
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