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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/12/2013 | Economia
Pão francês encarece 14,68% no Grande ABC
Pão francês encarece 14,68% no Grande ABC Foto: Divulgação - Diário Online
Foto: Divulgação - Diário Online
Um dos principais itens do café da manhã, o pãozinho francês está cada vez mais pesado no bolso do consumidor. Entre a última semana de janeiro e o fim de novembro, o item encareceu 14,68%. O preço médio do quilo do pão passou de R$ 6,47 para R$ 7,42, incremento de R$ 0,95. O levantamento foi elaborado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) a pedido da equipe do Diário e com base nas padarias das redes supermercadistas.

O reajuste tem nome: trigo. Segundo o engenheiro agrônomo da Craisa e responsável pela pesquisa, Fábio Vezzá de Benedetto, a alta no preço do pão francês já era esperada neste ano. “A redução da oferta do trigo argentino (historicamente responsável por cerca de 80% das importações do grão), devido a problemas climáticos e aliado ao dólar valorizado que encarece o produto dos Estados Unidos e Canadá, foi o principal motivo de alta da farinha.” E completa com previsão pessimista. “Não creio que o valor irá abaixar, a não ser que a pressão inflacionária obrigue o governo a tomar medidas de controle.”

Vale ressaltar, contudo, que os preços do trigo no mercado brasileiro ainda estão em altos patamares frente a safras anteriores, devido às perdas nas lavouras do Paraná e da Argentina. Segundo boletim mensal do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), mesmo em pico de safra no Brasil, os valores

estão firmes e superiores aos verificados em outubro de anos anteriores, em termos nominais (sem desconto de inflação).

Em 2012, as cotações já eram consideradas mais elevadas na comparação com outros anos, devido à menor produção mundial e à quebra de safra no Rio Grande do Sul.

No caso das padarias da região, a variação de preços do quilo do pão francês foi menor: de 2,86% entre janeiro (R$ 9,79) e esta semana (R$ 10,07). A razão é o não repasse do reajuste por parte dos proprietários.

OUTRO VILÃO

Além do pãozinho, outro item foi responsável por deixar o café da manhã mais caro: o leite. Entre os mercados da região, o custo passou de R$ 1,97 (em janeiro) para R$ 2,25 (em novembro). O reajuste desde o início do ano foi de 14,21%. Nos 11 meses, o valor variou bastante e chegou a custar R$ 2,73, em agosto, seu pico. Mas a alta não é de hoje. De outubro de 2003 ao mesmo mês deste ano, o preço médio subiu 96,8%, passando de R$ 1,25 para R$ 2,46.

A explicação para a inflação do laticínio é um descompasso entre a produção nacional e o consumo, que vem crescendo anualmente. Além disso, as indústrias de laticínio estão demandando mais leite para produzir os diferentes produtos lançados, como iogurtes.

E por fim, como se não bastasse, durante o inverno os pastos ficaram secos e os produtores precisaram gastar mais para alimentar o gado com ração.

Itens que compõem a mesa tem inflação de 2 % no ano

Quem opta por fazer as refeições em casa, até para gastar menos, deverá desembolsar hoje R$ 18,01 na compra dos itens básicos para um café da manhã ou da tarde – cerca de 2% a mais do que em janeiro (R$ 17,64) – nos mercados da região. Estão incluídos um quilo de pão francês, um litro de leite, um pote de margarina cremosa (500 gramas) e um pacote de café em pó (de 500 gramas).

Dentre os itens, o quilo do pão é o mais caro (atuais R$ 7,42), em seguida estão o café (R$ 5,52); a margarina (R$ 2,82) e o leite (R$ 2,25), considerando, os preços médios.

Segundo o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio de Vezzá Benedetto, o café torrado e moído começou o ano custando em média R$ 6,40 e agora está em torno de R$ 5,50. “Mesmo com dólar alto, acredito que o surgimento de novas marcas competindo pela liderança no consumo de café de qualidade tradicional favoreceu o consumidor.”

Já quanto à margarina, acredita-se que os acordos comerciais travados entre as grandes redes varejistas e os fabricantes são os principais responsáveis pelos pequenos ajustes de preço. “Os valores estão bastante atrativos, pois as diferenças entre os mercados, realmente, variam demais neste caso”. O pote custava R$ 2,84 em janeiro e agora é vendido a R$ 2,82.

Café na padaria custa, em média, R$ 5,30

Com o aumento do preço do pãozinho e a mudança na rotina familiar, muitos optam por tomar café da manhã na padaria. Em levantamento realizado pelo Diário, o preço médio gasto para aqueles que não resistem a um pão na chapa e um pingado médio (café com leite) é de R$ 5,30.

Nesse caso, se o cliente cria o hábito de ir todos os dias fazer a refeição matinal na padaria, considerando que o mês tem 30 dias e excluindo os fins de semana, o custo mensal desembolsado será de R$ 116,60, ou seja, o equivalente a 17,19% do salário-mínimo (atuais R$ 678).

Entre os estabelecimentos, o valor do quilo do pão é maior do que o encontrado nos supermercados, isso porque o poder de compra e de negociação das grandes redes supermercadistas com os fornecedores de trigo é maior. “Além disso, as padarias com novo conceito (lugar de convivência e demais refeições) geram custos adicionais, como mão de obra, energia, estrutura”, conta o sócio-proprietário da rede Padaria Brasileira, com matriz em Santo André, Antonio Henrique Afonso Júnior.

O proprietário da Ki Pão, de Mauá, Yoshio Fujishige, conta que, mesmo pagando mais caro pela farinha, o repasse ainda não aconteceu para os clientes. “É uma situação bastante difícil, porque além do reajuste da matéria-prima, a qualidade da farinha está ruim. Neste segundo semestre ainda não tivemos aumento nas vendas, está estagnado, o que é ruim para um fim de ano.”

Ao pedir o pão na padaria, os clientes sentem mais o aumento quando solicitam em unidades, e não em quilo. “Dependendo do tamanho, um quilo equivale a cinco pães. Os mais idosos reclamam, já que vivem de aposentadoria”, explica Carlos de Souza, gerente da Monte Claro, em São Caetano.

Por Tauana Marin - Diário do Grande ABC
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