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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/01/2013 | Esportes
Palco das Copas em 2013 e em 2014, Mineirão promete segurança à torcida
Tragédia em boate gaúcha lança discussão sobre a integridade das pessoas em espaços públicos, como os estádios de futebol

O Brasil e o mundo ainda estão abalados com a tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde 231 pessoas morreram após um incêndio numa boate, na madrugada de domingo. Em meio à comoção dos funerais e enterros de centenas de jovens, uma discussão é aberta no país que, nos próximos anos, receberá os maiores eventos esportivos do planeta: a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíados (2016, no Rio de Janeiro). Cresce a preocupação com a segurança nos espaços que receberão as competições e, consequentemente, dezenas de milhares de pessoas, entre locais e turistas.

Em Belo Horizonte, o Mineirão será o grande palco do futebol. Pronto desde o último dia 21 de dezembro, o estádio terá três jogos da Copa das Confederações e mais seis no Mundial no ano seguinte. O primeiro grande teste da arena será neste domingo, às 17h (de Brasília), no jogo de reabertura, no clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, pelo Campeonato Mineiro.

O Mineirão passou por uma completa reforma, e a promessa do consórcio responsável pela administração, a Minas Arena, e das autoridades de segurança do estado é um espaço em total conformidade com as exigências de segurança da Fifa.

Entrada e saída

Uma das maiores preocupações é a evacuação dos torcedores, em caso de uma situação de emergência. Após a reforma, o Mineirão passou a comportar 62.170 espectadores - antes, a lotação máxima era de 76.500 pessoas. Os portões de saída do estádio possuem cinco metros de largura, medida que foi calculada de acordo com o estudo de fluxo, como afirma o gerente de operações da Minas Arena, Severiano Braga. O engenheiro explicou que a esplanada, área externa ao estádio, que tem 80 mil m² e capacidade para 65 mil pessoas, é uma região estratégica porque permite uma rápida difusão dos torcedores.

- Na saída há 48 portões dispostos, espalhados pela esplanada, para que as pessoas possam sair. Como esta esplanada é muito ampla, é possível dispersar rapidamente as pessoas. Os portões ficam fechados, mas não trancados. Caso ocorra uma emergência, ele é de fácil acesso.

Antes da reforma, algumas saídas da arquibancada superior davam acesso ao anel interno, onde ficam localizados os bares e restaurantes. Os torcedores tinham que caminhar um percurso para acessar o outro lance de escada, que dava acesso à parte externa do estádio. O tetente-coronel do Corpo de Bombeiros, Alexandre Brasil, explica que as novas saídas evitam a aglomeração de pessoas e reduzem o tempo de evacuação.

- O que muda agora é o fluxo de pessoas, que sai direto para a esplanada, um local aberto e ventilado. Assim, as pessoas chegarão rapidamente a um local seguro. São dois lances de escada com um espaço curto de deslocamento. Não há risco de aglomeração de pessoas, de alguém ser espremido, de fumaça, então se garante uma segurança maior.

Ainda segundo o tenente-coronel, o estádio tem condições de ser evacuado em apenas seis minutos, dois minutos a menos que o exigido pela Fifa em palcos com capacidade maior que 45 mil lugares.

Risco de incêndio

Uma das marcas do Mineirão é o famoso feijão tropeiro. A sessão dos bares e restaurantes poderia, assim, apresentar um risco potencial de incêndio, já que os funcionários dos setores trabalham com fogo, além do manuseio de produtos inflamáveis. No antigo estádio, os cozinheiros preparavam as comidas em fogões e chapas, alimentadas por gás liquefeito de petróleo, o GLP. De acordo com Alexandre Brasil, o estádio não tem mais instalados sistemas de gás, ou seja, os alimentos serão preparados com equipamentos eletrônicos, reduzindo ainda mais o risco de incêndio.

- Hoje não há instaladas, no estádio, centrais de GLP. Serão utilizados apenas equipamentos elétricos na produção.

Assentos

Na reabertura do Castelão, um torcedor foi preso em flagrante por arrancar uma cadeira do estádio, que recebia uma partida entre Fortaleza e Sport. No Mineirão, as cadeiras estão afixadas e parafusadas nas arquibancadas. Alexandre garante que os assentos foram submetidos a um teste de resistência que assegura que não podem ser arrancados com facilidade e, assim, se tornarem armas em potencial, em caso de eventual confusão.

- As cadeiras apresentam uma certificação técnica. O fornecedor apresenta um laudo de que esse material não pode ser facilmente arrancado sem a utilização de ferramentas.

Em caso de incêndio, as cadeiras não devem representar um problema, já que foram produzidas de material incombustível. O especialista do Corpo de Bombeiros explicou que, caso as chamas atinjam os assentos, o material pode até se desfazer ou derreter, mas ele não é inflamável.

- Esse material tem que passar por um teste, é submetido a uma fonte de calor sem que entre em ignição (combustão). Então, se tiver queima de roupas ou bandeiras, esses assentos não vão incendiar.

Para fornecer mais conforto aos torcedores, o Mineirão apresenta 622 assentos (1% da capacidade total) especiais para deficientes, cadeirantes e obesos. Os lugares para torcedores que utilizam a cadeira de rodas ficam restritos às arquibancadas inferiores, já que não foi possível criar elevadores nem rampas para a saída de emergência no anel superior, sem mexer na estrutura da fachada do estádio, que é tombada pelo patrimônio histórico.

Vídeos de segurança

Os espectadores de cinema já estão acostumados a acompanhar um vídeo explicando as saídas de incêndio e orientando o comportamento do público, em caso de emergência. De acordo com o oficial do Corpo de Bombeiros, também está previsto para ser exibido nos telões do Mineirão um apresentando as saídas de emergência e os protocolos de segurança.

- A previsão é que, sempre antes dos eventos, exista a orientação audiovisual para o público sobre a localização das saídas de emergência.

Na festa de inauguração do estádio, no dia 21 de dezembro de 2012, foi possível notar muitas falhas no acabamento do estádio. Além disso, goteiras no estacionamento, partes do piso soltas nas arquibancadas e fios e sistemas elétricos incompletos foram problemas percebidos. Um mês depois, muitos pontos foram corrigidos, mas ainda é possível perceber que obras pontuais ainda são feitas. Severiano Braga explica que o estádio passará por uma operação “pente fino” nesta sexta-feira e sábado para limpar o estádio.

- Nós já estamos operacionalizando o estádio. Terminando essa parte, regulando uma porta, regulando uma lâmpada, as câmeras. Estamos preparando o Mineirão para o próximo fim de semana. Começamos a limpeza pelas cadeiras nas arquibancadas, depois passaremos pelos anéis, pelos bares e, por fim, pela esplanada.

O consórcio Minas Arena explicou, por meio de sua assessoria, que na reabertura do estádio, em dezembro, foram entregues apenas as obras de infraestrutura e que neste domingo será possível verificar o aperfeiçoamento de todos os acabamentos do Mineirão. O estádio vai receber, periodicamente, manutenção em todos os setores.

Nesta terça-feira será realizada, na sede da Federação Mineira de Futebol, às 16h, uma reunião para definir os protocolos de segurança do clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG. Ao encontro estarão presentes representantes dos dois clubes, do comando da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e do Ministério Público. No entanto, o gerente de operações da Minas Arena adiantou que não será permitida a entrada de faixas, que antigamente eram penduradas nos corrimãos, mas que bandeiras serão liberadas, mediante uma vistoria feita pela PM.

Por GLOBOESPORTE.COM - Belo Horizonte
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