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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/05/2011 | Saúde e Ciência
País terá laboratório público para análise química de cigarros
O Brasil terá o primeiro laboratório da América Latina para análise química de cigarros, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Só existem cinco laboratórios públicos desse gênero no mundo.

Pesquisas usam máquinas que simulam tragada
Indústria nega irregularidades na composição de produtos

O centro de pesquisa, que será construído no Rio, está orçado em R$ 12 milhões, dos quais R$ 8,3 milhões já estão liberados. O laboratório deve ser aberto em dois anos, de acordo com Agenor Alves, diretor da Anvisa que supervisiona a área de tabaco.

Duas máquinas que simulam o ato de fumar já foram compradas, por US$ 327 mil (cerca de R$ 520 mil).

Pé atrás

O objetivo do laboratório é checar se as informações fornecidas pelos fabricantes de cigarro são verídicas.

Hoje, as empresas informam que ingredientes há em seus cigarros a partir de análises feitas em laboratórios privados dos EUA, do Canadá e do Reino Unido.

A tarefa de checagem é extremamente complexa porque o cigarro tem mais de 6.000 componentes tóxicos.

Há grande desconfiança sobre essas informações porque a indústria do tabaco tem um histórico de esconder dados cruciais sobre saúde, diz Tânia Cavalcanti, do Inca (Instituto Nacional de Câncer). As fábricas americanas sabiam desde os anos 50 que fumar causa câncer e só admitiram isso 40 anos depois.

A Folha revelou anteontem que uma pesquisa da Universidade de Lausanne, na Suíça, descobriu que os fabricantes adicionaram ou fizeram planos de incluir no cigarro drogas que inibem o apetite, entre 1949 e 1999.

Um laboratório como o que o Brasil vai construir no Instituto Nacional de Tecnologia, na Ilha do Fundão, serviria para conferir se essa prática continua. As fábricas negam usar esses aditivos.

Centros de pesquisa desse tipo já fizeram descobertas importantes sobre o fumo. Análises do Centro de Controle de Doenças, do governo dos EUA, revelaram que a concentração de nicotina no Marlboro vendido no mundo varia conforme a política de controle existente no país.

Se há órgãos reguladores atuantes, como no Canadá e no Brasil, a concentração de nicotina é menor. Nos países sem controle, o Marlboro tem mais nicotina, o que torna o produto mais viciante, segundo os pesquisadores.

Revezes

A ideia de criar um laboratório para fazer pesquisas sobre tabaco surgiu junto com a criação da Anvisa, em 1999.

O projeto original era cobrar pelo registro das marcas de cigarro e aplicar esse valor em pesquisas. O registro de cada marca custa R$ 100 mil por ano.

A Souza Cruz e a Philip Morris, que dominam o mercado brasileiro, contestam a taxa na Justiça ""alegam que ela é inconstitucional (leia texto nesta página), mas depositam o valor em juízo.

Os depósitos somam hoje cerca de R$ 70 milhões, segundo a Anvisa, mas não podem ser usados até que o mérito da causa seja julgado.

Em 2007, a agência chegou a licitar um centro de pesquisa, mas o processo foi anulado por trapalhada do órgão. A mesma empresa que fez o projeto venceu a disputa, o que é proibido por lei.

Por Mario Cesar Carvalho - Folha Online, São Paulo
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