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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/05/2009 | Saúde e Ciência
Painel americano recomenda mudança de remédios contra dor para idosos
Poucas pessoas pensam duas vezes antes de tomar aspirinas ou ibuprofeno. Mas, para aqueles com mais de 75 anos, as altas doses necessárias para tratar dores crônicas podem ser tão perigosas que os pacientes podem ser aconselhados a tomar opioides, conforme descobriu um time de especialistas.

As novas diretrizes de administração da dor, divulgadas pela American Geriatrics Society (Sociedade Geriátrica Americana) no fim do mês passado, removeram esses medicamentos de todos os dias, chamados de NSAIDs (sigla em inglês para medicamentos antiinflamatórios não-esteroides), da lista de remédios recomendados para adultos idosos com dores persistentes. A equipe disse que os analgésicos deveriam ser usados “raramente” nessa população, “com extremo cuidado” e somente em “indivíduos altamente selecionados”.

O paracetamol (como Tylenol) segue sendo a principal escolha para tratamento de dores crônicas. No entanto, para os pacientes incapazes de obter alívio, o próximo passo são os opioides, dizem os direcionamentos – contanto que os pacientes e seus responsáveis sejam examinados por uso de drogas anteriormente.

A recomendação, que já está se provando controversa, foi feita mesmo que os NSAIDs sejam conhecidos como bastante eficazes em condições de dores inflamatórias crônicas que frequentemente atacam adultos idosos, e mesmo que os opiáceos possam ser viciáveis.

Riscos

“Nós fomos um pouco fortes a respeito dos riscos dos NSAIDs em idosos”, disse o Dr. Bruce Ferrell, professor de geriatria na UCLA e diretor da equipe. “Detestamos descartar gratuitamente algo valioso – eles realmente funcionam para algumas pessoas –, mas é um risco bastante alto quando esses medicamentos são ministrados em doses de moderadas a altas, especialmente quando usados ao longo do tempo”.

“Parece que os pacientes estariam mais seguros com opióides do que com altas doses de NSAIDs por longos períodos de tempo”, ele continuou, acrescentando que, para a maior parte dos idosos, o risco de se viciar parece baixo. “Você não vê pessoas dessa faixa etária roubando um carro para conseguir sua próxima dose”.

Todavia, especialistas em dor afirmam ser difícil fazer generalizações, e que deve-se prescrever opióides com extrema cautela – não importando a idade do paciente. “Estamos observando um enorme aumento nacional de relatos sobre uso errado e desvios de remédios receitados e mortes relacionadas”, disse o Dr. Roger Chou, especialista em dor que não estava envolvido na criação das diretrizes para os idosos, mas que dirigiu o programa de diretrizes clínicas para a American Pain Society. “As preocupações sobre opioides são muito reais”.

Efeitos colaterais

Há também uma preocupação a respeito dos efeitos colaterais possivelmente associados ao uso de opioides, incluindo problemas respiratórios, constipação, fadiga e náuseas, disse Chou.

Muitos membros da equipe relataram ter laços financeiros com fabricantes de medicamentos, mas o diretor, Ferrell, disse não ter conflitos de interesses em relação aos remédios sob discussão e que os direcionamentos eram revisados por colegas.

Ferrel reconheceu que as evidências científicas sobre o vício entre idosos era limitada, porque poucos estudos focam pessoas com mais de 75 anos. Os riscos das NSAIDs incluem úlceras, sangramentos gastrointestinais e, com alguns medicamentos, um maior risco de ataques cardíacos ou derrames. Os medicamentos não interagem bem com remédios para problemas cardíacos e outras condições, e muitos aumentam a pressão sanguínea e afetam o funcionamento dos rins, dizem os especialistas.

As diretrizes não devem desencorajar o tratamento da dor. Especialistas envolvidos no trabalho dizem que a dor crônica cobra um grande preço nos idosos. Além disso, muitas vezes deixa de ser tratada. As novas diretrizes tampouco devem afetar as recomendações sobre tomar aspirinas infantis para proteger o coração; a quantidade da aspirina – 81 miligramas – é muito pequena, correspondendo a um quarto da dose de uma pílula para adultos.

Por Roni Caryn Rabin - ''New York Times'' - G1
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