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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/12/2007 | Política
Padre do caso Cressoni é agredido
O padre da paróquia Nossa Senhora Aparecida, em São Caetano, Geraldo Vicente Voltolini, 72 anos, foi assaltado e agredido em sua residência na noite de sábado. O religioso ficou conhecido na mídia após ter seu nome envolvido no caso Cressoni. Voltolini chegou a ser internado em um hospital da cidade, mas foi transferido para uma nova unidade, cujo endereço é mantido sob sigilo.

O caso aconteceu por volta das 21h30, quando três rapazes renderam o funcionário da paróquia, Cláudio Benetti. Eles pediram ao refém para que fossem levados à casa paroquial, onde reside Voltolini. Presente no local, a sobrinha do padre, Elizabeth Maria Voltolini, abriu a porta sem desconfiar do que estava acontecendo. Ao entrar, os bandidos renderam os três dentro da casa do pároco.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado no DP Sede da cidade, os três foram amarrados e amordaçados por cerca de uma hora. Tempo em que os bandidos permaneceram no local. Segundo se apurou, pouco antes de fugir, um dos assaltantes desferiu coronhadas nas costas do religioso – o boletim cita apenas uma.

Entre os pertences levados estavam R$ 7 mil em dinheiro, sendo R$ 3 mil oriundos do dízimo da igreja e o restante do religioso. Os criminosos também roubaram um revólver calibre 38 da marca Taurus. De acordo com o boletim de ocorrência, a arma estava no nome de Voltolini.

Os bandidos levaram, também, o porte de armas que o padre possuía. Além disso, os criminosos carregaram o computador de Voltolini, seu anel de ouro, dois relógios, três aparelhos telefônicos e os celulares da sobrinha e de Benetti. O veículo do funcionário da igreja, um Volkswagen Fox, também foi levado. A polícia já possui alguma descrição dos três rapazes. As investigações policiais seguirão nesta semana.

Saúde - O padre deu entrada às 9h de domingo no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Caetano. Foi encaminhado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde recebeu medicação e ficou sob observação até as 16h.

Depois disso, a pedido da família, foi levado por seu médico particular José Luiz Ghiotto para um local sigiloso, não informado pela direção do hospital. Durante o período de sete horas em que permaneceu na unidade, padre Geraldo estava com o estado de saúde estável.

De acordo com informações de funcionários do hospital, o religioso não tinha marcas de agressão. A internação foi decorrente da elevação de sua pressão arterial.

Três padres estiveram no hospital: Gino e Alex, que conversaram com o religioso, e o padre Rodrigo. Segundo o padre Alex, Geraldo estava bem, acordado e conversando normalmente.

Pároco de Santo André foi assaltado em junho

Em 24 de junho, dois assaltantes invadiram a Paróquia Nossa Senhora das Dores, na Vila Palmares, em Santo André, e fizeram o padre Rubens Chasseraux refém. O caso aconteceu por volta das 7h, quando o pároco abria as portas da igreja.

Na ocasião, o padre contou que os homens já estavam de plantão e perguntaram a ele se havia algum bufê naquela rua. Em seguida, ainda de acordo com o religioso, o assalto foi anunciado. Ele foi ameaçado com uma arma e teve a boca tapada.

No depoimento, o padre falou que os assaltantes queriam entrar na casa para pegar dinheiro, talvez da quermesse realizada dias antes.

Ameaçado, o religioso tentou fugir e abriu um dos quartos da casa paroquial em busca de ajuda. O sobrinho ouviu, levantou e enfrentou um dos assaltantes, que assustados com a movimentação acabaram fugindo sem levar nada.

Aos 69 anos, padre Rubens é uma das figuras mais carismáticas e polêmicas da Igreja na região. Durante as décadas de 1960 e 1970, lutou ativamente pelos direitos dos excluídos. Dedicou os 53 anos de sacerdócio às pastorais sociais e, ano passado, para surpresa dos fiéis, foi ‘convidado a se retirar’ do Hospital São Caetano, onde prestava apoio religioso.

Moradores do bairro estranham o acontecido; bispo não comenta

Domingo à tarde, o Diário tentou contato com a sobrinha do religioso na igreja, Elizabeth Maria Voltolini. Visivelmente transtornada, ela não quis dar declarações e limitou-se a dizer que tudo estava bem. “O susto já passou”, disse, enquanto se afastava da reportagem.

Em torno da paróquia, no Bairro Barcelona, moradores estranharam o fato. Um comerciante que pediu para não ser identificado disse ter achado “estranho que o sino não tocou nos horários previstos”. “Aí fui perguntar para os vizinhos”, conta. “Ele era uma pessoa reservada, mas não tinha inimigos por aqui”, explicou. Já um morador indagava sobre os recentes acontecimentos. “Depois de tudo o que o Diário publicou sobre ele, acontece um negócio desses?”

Procurado, o bispo Nelson Westrupp, por meio da irmã Maurínea, disse que não concederia entrevista. “O Diário foi culpado porque o padre foi pressionado físico e moralmente. É desrespeito envolver nome de sacerdotes dessa maneira”, disse. (Colaborou Luciana Yamashita)

Religioso depôs duas vezes no Ministério Público
Juliana de Sordi Gattone - Diário do Grande ABC

A denúncia sobre um suposto esquema de fraudes em licitações em São Caetano para a criação de um ‘Fundo de Reserva’ – que seria alimentado com a devolução de 25% do valor de obras pagos a empreiteiras –, durante as gestões de Luiz Tortorello (1997-2004), envolveu o nome do padre Geraldo Vicente Voltolini.

Tudo porque, o denunciante, Antônio José Cressoni, acreditava que o padre seria a testemunha ideal para comprovar a sua versão da história (que ele teria amizade com o atual prefeito, José Auricchio Júnior-PTB, de quem ele alega ter recebido R$ 500 mil sem realizar obras na cidade).

No entanto, chamado para depor no Gaerco – que investiga o caso – o religioso negou todos os fatos e afirmou não ter amizade com a família.

Meses depois, a gravação de uma conversa – entre o padre e a mulher do empreiteiro (Rita Cressoni) –, entregue ao Gaerco, deixou evidente que Voltolini havia mentido. Assim, no dia 30, o sacerdote teve de prestar novo depoimento, onde confirmou a amizade com a família e acrescentou ter escutado de Auricchio que Cressoni havia recebido R$ 500 mil sem que tivesse realizado empreendimentos na cidade.

Desde então, o padre tem se mantido afastado das atividades de sacerdote.

Repercussão - Acusado por Cressoni de integrar o suposto grupo que fradava licitações, Antônio de Pádua Tortorello, irmão do ex-prefeito Luiz Tortorello, disse não saber do ocorrido. “Padre Geraldo é uma personalidade na cidade, Desejo a ele uma recuperação rápida.”

Já Cressoni preferiu não comentar, enquanto a Prefeitura de São Caetano limitou-se a lamentar o que aconteceu com o religioso. O engenheiro afastado da administração José Gaino, também acusado por Cressoni de fazer parte do suposto esquema de fraudes, não foi encontrado para repercutir o assunto. (Colaborou Beto Silva)

Por Beto Silva e João Guimarães - Diário do Grande ABC
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