NOTÍCIA ANTERIOR
Microsoft lança atualização de emergência
PRÓXIMA NOTÍCIA
Pacotão de dúvidas: como sair do Orkut, 64 bits e ''união'' entre PC e Mac
DATA DA PUBLICAÇÃO 05/08/2010 | Informática
Pacotão de segurança: Wi-Fi, vírus em programas e sistemas de celular
>>> Problemas na rede sem fio
Oi, eu gostaria de saber como resolver um problema que sempre tenho ao entrar em uma rede Wi-Fi da faculdade. O meu netbook capta o sinal sem fio, mas não consigo acessar nenhuma página da web. O status diz conectado, mas mesmo assim não abre nenhuma página. Qual é o problema?
Adalciney Garrido Oliveira

Algumas redes sem fio precisam de instruções específicas para funcionar, como uma configuração especiais de IP (endereço da rede), DNS (sistema que traduz endereços como “globo.com”) ou proxy (servidor que fica de ponte entre seu computador e a internet).

Se o seu netbook funciona em todas as redes, mas falha em uma especificamente, é mais provável que o problema seja naquela rede do que no seu netbook, a não ser que outras pessoas consigam conectar normalmente. Se o problema estiver na rede, talvez seja preciso conversar com o responsável para obter as configurações necessárias – isso, claro, se for uma rede pública.

Vale notar também que algumas redes Wi-Fi existem para prover acesso a sites ou serviços específicos dentro de uma instituição e não possibilitam o acesso irrestrito à internet de nenhuma forma. “Conectado” significa apenas à rede sem fio e não, necessariamente à internet.

>>> Vírus clássico
Como alguns vírus conseguem infectar executáveis?
O antivírus que estou usando alegou que vários aplicativos no meu pen drive estavam infectados, mas conheço todos e estão aparentemente funcionando corretamente. Imaginava que um software após compilado não poderia ser alterado e funcionar bem.
Pablo S.A.

É o contrário, Pablo. Vírus começaram se alojando em arquivos executáveis e, principalmente, setores de inicialização em disquetes, numa época em que era normal ligar o computador a partir de “discos flexíveis”. Só mais tarde é que surgiram as pragas capazes de espalhar pela rede e por documentos do Word e outros arquivos do Office.

Ou seja, arquivos executáveis podem ser sim modificados facilmente por um vírus e continuarem em perfeito estado de funcionamento, embora seja verdade que alguns vírus danificam parte dos programas que infectam, muitas vezes por causa da existência de erros de programação no código malicioso.

E é verdade que as técnicas usadas para contaminar os arquivos são várias e, algumas delas, bem interessantes e geniais.

Dois métodos simples são o append e o prepend, em que um vírus se armazena no início ou no fim do arquivo, respectivamente. Nesse segundo caso, o vírus costuma colocar uma “chamada” no início do arquivo para primeiro executar o vírus, localizado no fim do arquivo, para então voltar ao aplicativo original.

Alguns vírus ainda mais rudimentares apenas “empacotam” o arquivo original, como um arquivo ZIP. Depois de executar o vírus, ele descompacta o arquivo original automaticamente e o executa.

Já entre os mais inteligentes existe o Chernobyl, famoso por conseguir danificar placas-mãe, que ficou também conhecido como Spacefiller. O motivo do nome era sua técnica de infecção: ele enchia (“fill”) os espaços (“spaces”) que existiam dentro dos arquivos originais. Pedaços do código do vírus ficavam espalhados por todo o arquivo, e uma rotina especial era usada para juntar tudo depois.

O vírus mais interessante já criado é, para muitos – inclusive para este colunista – o Zmist, também conhecido como Mistfall. Ele “desmonta” (decompila) os arquivos executáveis, insere-se entre as peças (o código) e depois monta tudo novamente. Detectar o Mistfall foi um desafio para todas as empresas antivírus. Muitas tiveram problemas com falsos positivos e scanners lentos após adicionar uma rotina para detectar o Mistfall.

T-1000, do 'Exterminador do Futuro 2': analogia
perfeita para o vírus Zmist, segundo especialistas
da Symantec. (Foto: Divulgação)Os próprios especialistas Peter Ferrie e Peter Szor, da Symantec, usaram como analogia o personagem T-1000, do filme "Exterminador do futuro 2". T-1000 tinha a capacidade de se unir às paredes e ao piso – como o Mistfall se une aos executáveis.

Depois de tantos jeitos criativos de se unir a executáveis para se espalhar – a ideia era o vírus se disseminar quando as pessoas compartilhavam arquivos -, isso deixou de ser importante. Pragas passaram a se espalhar pela internet e terem fins lucrativos, sendo o objetivo mais importante permanecerem invisíveis no sistema, e não mais se disseminarem aleatoriamente por meio de disquetes.

>>> Tendências na área de segurança
Recentemente comprei um smartphone com o sistema Android. Estou gostando muito. Gostaria de saber se o Android, em termos de segurança e funções em geral, já é melhor do que o iOS (Apple), Windows Mobile, entre outros. Se não, a tendência no futuro é esta?
Diego

O Windows Mobile está praticamente abandonado. O novo sistema da Microsoft deve ser o Windows Phone 7. Mas ainda há outros concorrentes no mercado de sistemas móveis – o Symbian, da Nokia, o Maemo do N900 (que deve se transformar no MeeGo), o BlackBerry da Research in Motion (RIM) e o webOS, da Palm (agora pertencente à HP).

Não dá para comparar a segurança desses sistemas. Além de uma série de desafios, é preciso perceber que eles partem de ideias diferentes. O Android, por exemplo, é um sistema aberto para desenvolvedores, enquanto o iPhone é um sistema fechado. O Maemo, além de aberto, também usa tecnologias familiares, o que significa que programadores terão mais facilidade, tanto para criar e adaptar programas como vírus e códigos maliciosos.

De modo geral, é um mercado novo, mas com características próprias interessantes. Um sistema pode falhar ou fracassar dependendo do suporte das operadoras de telefonia. Em alguns locais, telefones Symbian, por exemplo, já foram vendidos com antivírus, porque o Symbian é o líder mundial em sistemas de smartphone e, claro, programadores de vírus não perderam a oportunidade de desenvolver pragas para o sistema.

De um jeito ou de outro, é muito difícil falar em tendências. Um sistema vai ficar popular muito antes de seus problemas de segurança serem adequadamente conhecidos – é exatamente quando ele se transformar no mais popular e atrair a atenção de programadores de vírus e especialistas que será possível fazer qualquer tipo de avaliação. Comparar, ainda assim, é muito complicado.

Para plataformas bem estabelecidas, como é o caso do Windows, há diversas ferramentas que auxiliam os pesquisadores a encontrarem brechas. A base de conhecimento acerca do sistema é muito grande. No caso dos celulares, a estrutura dos processadores, que são da arquitetura ARM e, portanto, bem diferentes dos usados nos PCs, ainda impede que especialistas trabalhem com a mesma eficiência. A escassez de ferramenta e a dificuldade em se adquirir hardware para testes também contribui.

Já é possível ver alguns sinais disso com o iPhone, que teve uma falha gravíssima revelada esta semana. A popularidade atrai interessados em encontrar problemas, mas a plataforma, além de fechada, ainda é difícil de ser analisada pela falta de ferramentas e conhecimento.

Por ora, não há nenhum ataque relevante registrado contra qualquer smartphone, apenas incidentes isolados. A aposta mais simples é que o mais popular será o mais visado.

*Altieres Rohr é especialista em segurança de computadores e, nesta coluna, vai responder dúvidas, explicar conceitos e dar dicas e esclarecimentos sobre antivírus, firewalls, crimes virtuais, proteção de dados e outros. Ele criou e edita o Linha Defensiva, site e fórum de segurança que oferece um serviço gratuito de remoção de pragas digitais, entre outras atividades. Na coluna “Segurança para o PC”, o especialista também vai tirar dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários. Acompanhe também o Twitter da coluna, na página http://twitter.com/g1seguranca.

Por Altieres Rohr - Especial para o G1*
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Informática
19/09/2018 | Grupo Renault Nissan terá sistema operacional Android em seus carros
18/09/2018 | A corrida para a criação do computador mais poderoso da história
11/06/2018 | Google tira ovos de emoji de salada para agradar veganos
As mais lidas de Informática
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7690 dias no ar.