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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/04/2010 | Informática
Pacotão de segurança: redes 3G e proteção do Windows 7
Chegamos a outro pacotão da coluna Segurança para o PC. Novamente, a coluna traz respostas a dúvidas deixadas por leitores. A segurança da internet 3G se compara à discada ou ao Wi-Fi? O Windows 7 é menos seguro do que o Vista? Redirecionamentos de sites na web podem ser censura? Confira!

>>> Segurança na internet 3G
O uso da internet 3G, em termos de segurança, se aproxima de uma conexão discada ou de uma conexão Wi-Fi? Dizem que a internet via rádio apresenta diversos problemas de segurança. Com a 3G é também assim?
Caio Alberto Sezinha

É bem difícil fazer com que uma conexão sem fio, que qualquer um pode capturar, tenha a mesma segurança de uma conexão com fio. Por isso, a coluna não pode afirmar, por mais segura que qualquer conexão sem fio seja, que uma seja tão segura quanto um cabo, ainda mais se levado em consideração os princípios de segurança – disponibilidade, integridade, confidencialidade. Uma conexão sem fio nem sempre está tão disponível (chuva, problemas na transmissão, etc), está bem mais vulnerável a erros e interferência e, por estar “no ar”, não é tão confidencial.

Na comparação com o Wi-Fi, fica mais complicado. A resposta é “depende”. O Wi-Fi permite um grande número de configurações diferentes. A má fama da internet “via rádio” vem em grande parte por culpa dos próprios provedores, que, em alguns casos, não aplicam nenhuma forma de criptografia.

Como exemplo, para utilizar o melhor padrão de segurança do Wi-Fi, o WPA2, o Windows XP precisa ter o Service Pack 3 instalado. Poucos provedores vão arriscar ter de enfrentar problemas de compatibilidade e obrigar clientes a atualizarem o sistema, principalmente se o Windows for pirata e isso não for possível. Por esse motivo, os provedores acabam tendo de fazer uso de recursos menos seguros, como o WPA ou até mesmo o WEP, que já é considerado “melhor do que nada, mas inútil”.

As redes 3G, por serem operadas por empresas de telefonia e terem um uso mais específico, são diferentes. Elas funcionam com uma segurança pré-determinada pelo protocolo, com base na codificação separada de cada canal de comunicação. Em outras palavras, cada usuário envia e recebe dados de forma diferente, diminuindo a interferência e, ao mesmo tempo, dando segurança para todos.

O chip que você coloca no seu modem 3G nada mais é do que a chave de segurança que você vai usar na conexão com a rede. O mesmo recurso que permite que apenas usuários pagantes façam uso da rede 3G também é responsável por proteger a comunicação. Ligações de voz por celular funcionam com o mesmo princípio.

Wi-Fi e 3G são redes destinadas para usos diferentes e, por isso, é difícil compará-las. O 3G é mais seguro do que uma conexão Wi-Fi mal configurada, mas provavelmente menos seguro do que um Wi-Fi bem configurado. O a segurança do protocolo GSM, que protege ligações de voz, por exemplo, já foi quebrada. Por enquanto, não se sabe de ataques públicos ao 3G. Mas é difícil saber até quando esse vai ser o caso. Com sorte, vai durar até outra tecnologia estar aí para substituí-lo.

>>> Segurança do Windows 7
O Windows 7 voltou com uma interface mais simples, porém menos segura que o Vista. Quais são os riscos? Ele voltaria a ser tão vulnerável quanto o XP, por exemplo?
Daniel Couto

O Windows 7 não é menos seguro do que o Vista. Ele não fez tantos sacrifícios quanto o Vista para aumentar a segurança dos usuários. Mesmo assim, ele inclui melhorias “por baixo dos panos”. Fora isso, traz consigo todas as melhorias de segurança do Vista.

A única redução no Windows 7 foi no UAC (User Account Control – Controle de Contas de Usuário), um recurso adicionado no Windows Vista que pede autorização ao usuário antes que um programa possa realizar determinadas funções. O UAC ainda existe no Windows 7, mas exige confirmação em menos casos do que no Vista. Mas isso não faz muita diferença porque a existência do Vista força os programadores a fazerem seus softwares de tal maneira que janelas do UAC não apareçam.

Só o UAC foi “reduzido” na segurança do Windows 7 em relação ao Vista. (Foto: Reprodução)No Windows, muitos programadores não estavam acostumados a criar softwares de tal maneira que os arquivos de dados fossem armazenados em pastas pertencentes ao “usuário” e não ao sistema. O UAC avisava sempre que uma pasta de sistema estava para ser modificada e, para não irritar os usuários, valia a pena modificar os programas para usar as pastas corretas, exceto quando necessário. Com isso, o Windows deu um importante passo em direção a um “ecossistema” em que os softwares respeitam os locais corretos para armazenar os arquivos, o que já acontece em outros sistemas, como o Linux, desde a sua criação.

Em outras palavras, o Windows 7 não é menos seguro do que o Vista, e nem de longe se aproxima do XP.

>>> Censura nas FARC?
Tempos atrás tentei procurar no Google o site das Farc (Colômbia). Achei e, quando tentei acessar o site, fui redirecionado para outro. Agora que li a coluna, fiz o mesmo e a experiência se repetiu. Você acha que estão censurando?
Edson Almeida

Edson, o site das “FARC” que você citou (farc-ep.org) está registrado com um serviço de anonimato na Flórida, nos Estados Unidos. Por algum motivo, me parece estranho que as FARC iriam contratar um serviço norte-americano para proteger o nome do responsável pelo site.

Na verdade, o que acontece é que empresas de internet se interessam por tráfego fácil e registram sites na internet que têm potencial de atrair visitantes. Aí, quando se faz uma pesquisa no Google, você acaba redirecionado ao site do portal. É exatamente o caso deste “site” das FARC. O endereço pertence a uma empresa interessada em alguns “cliques” fáceis, nada mais.

Outra possibilidade é que talvez esse site já tenha pertencido às FARC, mas foi abandonado. Há empresas que compram sites que expiram, seguindo a tese de que eles tinham leitores que vão tentar acessar a página. Novamente, o interesse é por tráfego fácil.

Existe muita “esperteza” desse tipo na internet, infelizmente. Normalmente, as empresas pagam terceiros, por meio de comissões, pelo tráfego. Mas não estabelecem nenhum tipo de regra a respeito de como esse tráfego será obtido. Foi daí, inclusive, que surgiram os adwares - códigos maliciosos que exibem anúncios publicitários.

Vale dizer: quando o Google censurava resultados na China, eles simplesmente não apareciam na busca. No site normal do Google, se algum processo judicial força a empresa a tirar um site do índice, um aviso aparece na página de resultados.

* Altieres Rohr é especialista em segurança de computadores e, nesta coluna, vai responder dúvidas, explicar conceitos e dar dicas e esclarecimentos sobre antivírus, firewalls, crimes virtuais, proteção de dados e outros. Ele criou e edita o Linha Defensiva, site e fórum de segurança que oferece um serviço gratuito de remoção de pragas digitais, entre outras atividades. Na coluna “Segurança para o PC”, o especialista também vai tirar dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários. Acompanhe também o Twitter da coluna, na página http://twitter.com/g1seguranca.

Por Altieres Rohr* - Especial para o G1
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