DATA DA PUBLICAÇÃO 14/10/2008 | Cidade
Oswaldo e Chiquinho fogem do debate de Mauá
Antes mesmo do resultado das urnas do próximo dia 26, o eleitor de Mauá já é o principal derrotado da eleição deste ano. Os prefeituráveis Oswaldo Dias (PT) e Chiquinho do Zaíra (PSB) fugiram do debate direto, que seria realizado nesta terça-feira, às 19h30, no estúdio do Diário.
É a segunda vez em menos de quatro anos que a democracia é deixada de lado no município. Em 2004, o eleitor não pôde votar no segundo turno, por conta da cassação do registro da candidatura do então prefeiturável Márcio Chaves (PT). Dessa vez, a população perde a chance de saber as propostas concretas daqueles que pretendem governar a cidade entre 2009 e 2012.
Curiosamente, as duas cartas, avisando sobre a ausência - e com mesmo argumento de "compromissos assumidos anteriormente" - foram trazidas pelas assessoras dos adversários, que vieram juntas, no início da tarde de segunda-feira. No entanto, na agenda do petista não há qualquer compromisso oficial para às 19h30, horário em que ocorreria o debate. Chiquinho sequer divulgou os compromissos do dia.
No último dia 7, as assessorias dos dois candidatos participaram de reunião, na sede do Diário, sobre as regras do encontro. Em nenhum momento as representantes de Oswaldo e Chiquinho alegaram incompatibilidade de agenda para o cancelamento do duelo de idéias.
O interesse na participação foi tanta que os assessores até mesmo sugeriram mudanças na regras propostas pelo jornal. Uma delas previa a participação de internautas no embate, que formulariam questões, lidas pela mediadora, a jornalista Juliana Gattone, aos candidatos. Sob alegação de que "não daria para controlar os questionamentos da população", as assessorias - capiteneadas pela representante de Oswaldo - vetaram este tópico. Também não permitiram que os jornalistas do Diário sabatinassem os candidatos sem a apresentação de temas pré-estabelecidos. Pelas normas, os candidatos também fariam perguntas entre si, com temas livres.
O desrespeito com a população de Mauá se torna ainda mais evidente quando analisados os graves problemas enfrentados pelo município e que serão herdados pelo próximo prefeito: dívida pública de R$ 1,2 bilhão, contratos superfaturados, desrespeito de decisões juidiciais e calotes em empresas. Respostas sobre esses temas e como iriam resolver os problemas poderiam ser abordados pelos candidatos, caso optassem por não fugir do debate.
Aliás, não são poucas as denúncias e críticas contra os dois, que já estiveram no poder: Oswaldo como prefeito por dois mandatos, entre 1997 e 2004, e Chiquinho como homem-forte da atual administração Leonel Damo e do governo interino de Diniz Lopes (PSDB), em 2005.
O fato é que daqui a 12 dias os eleitores da cidade irão às urnas sem saber exatamente as idéias dos candidatos a prefeito nem se estão preparados para comandar um orçamento de quase R$ 500 milhões.
Vice-prefeito - Os representantes das candidaturas petista e socialista entregaram documentos em que também cancelavam as participações dos candidatos a vice - Paulo Eugênio Pereira Júnior (PT) e Paulo Bio (PMDB), respectivamente - no debate que ocorreria na sexta-feira, às 15h. A justificativa foi a mesma.
Caso Valdirene é tabu na campanha petista
Desde o início da campanha, Oswaldo evita a todo custo dar explicações sobre um tema espinhoso: a acusação contra sua ex-secretária de Finanças, Valdirene Dardin, do sumiço de R$ 230 mil das contas da Prefeitura, entre 2003 e 2004. Segundo denúncia do MP, foram quatro saques na agência do banco Santander/Banespa. Valdirene, que ficou presa entre setembro de 2005 e janeiro de 2006, foi condenada a seis anos e oito meses em regime semi-aberto. Em julho, o TJ (Tribunal de Justiça) manteve a condenação da ex-secretária, mas reduziu a pena para quatro anos e e oito meses.
Oswaldo também nunca explicou o fato de, durante o processo, ter testemunhado a favor de Valdirene. O sumiço dos recursos foi um dos itens apontados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) para a rejeição do último ano da administração petista.
O petista também tem, em seu currículo, uma desastrosa negociação: a venda de parte de um rio que corta o município, por R$ 39,3 mil, a uma empresa da cidade. A transação só foi descoberta em junho do ano passado, quando a compradora solicitou a escritura definitiva da área.
Ex-homem-forte de Damo descola imagem
Estratégia eleitoral ou realidade? O conveniente afastamento de Chiquinho do Zaíra em relação ao prefeito Leonel Damo (PV) - que retirou sua candidatura em favor do socialista - somente passou a ser percebido após a divulgação dos altos índices de rejeição da atual administração.
Mesmo tendo sido o homem-forte do governo entre outubro de 2006 e março de 2008, o prefeiturável se exime de qualquer ação desastrosa cometida pela gestão.
Sempre que pode, Chiquinho diz que "não é o prefeito" e que não tinha poder para solucionar os problemas do município. Mas o prefeiturável nem sempre menciona que, além de garantir a governabilidade e a maioria dos votos dos vereadores, foi o responsável pela indicação das principais secretarias.
Ainda no cargo de secretário de Governo, Chiquinho não solucionou um grave problema enfrentado por Damo: a contração emergencial, sem licitação, de uma empresa para fornecimento de merenda escolar, a um custo três vezes maior que o convênio anterior. Hoje, o candidato do PSB diz que foi "abandonado" pelo prefeito de Mauá.
É a segunda vez em menos de quatro anos que a democracia é deixada de lado no município. Em 2004, o eleitor não pôde votar no segundo turno, por conta da cassação do registro da candidatura do então prefeiturável Márcio Chaves (PT). Dessa vez, a população perde a chance de saber as propostas concretas daqueles que pretendem governar a cidade entre 2009 e 2012.
Curiosamente, as duas cartas, avisando sobre a ausência - e com mesmo argumento de "compromissos assumidos anteriormente" - foram trazidas pelas assessoras dos adversários, que vieram juntas, no início da tarde de segunda-feira. No entanto, na agenda do petista não há qualquer compromisso oficial para às 19h30, horário em que ocorreria o debate. Chiquinho sequer divulgou os compromissos do dia.
No último dia 7, as assessorias dos dois candidatos participaram de reunião, na sede do Diário, sobre as regras do encontro. Em nenhum momento as representantes de Oswaldo e Chiquinho alegaram incompatibilidade de agenda para o cancelamento do duelo de idéias.
O interesse na participação foi tanta que os assessores até mesmo sugeriram mudanças na regras propostas pelo jornal. Uma delas previa a participação de internautas no embate, que formulariam questões, lidas pela mediadora, a jornalista Juliana Gattone, aos candidatos. Sob alegação de que "não daria para controlar os questionamentos da população", as assessorias - capiteneadas pela representante de Oswaldo - vetaram este tópico. Também não permitiram que os jornalistas do Diário sabatinassem os candidatos sem a apresentação de temas pré-estabelecidos. Pelas normas, os candidatos também fariam perguntas entre si, com temas livres.
O desrespeito com a população de Mauá se torna ainda mais evidente quando analisados os graves problemas enfrentados pelo município e que serão herdados pelo próximo prefeito: dívida pública de R$ 1,2 bilhão, contratos superfaturados, desrespeito de decisões juidiciais e calotes em empresas. Respostas sobre esses temas e como iriam resolver os problemas poderiam ser abordados pelos candidatos, caso optassem por não fugir do debate.
Aliás, não são poucas as denúncias e críticas contra os dois, que já estiveram no poder: Oswaldo como prefeito por dois mandatos, entre 1997 e 2004, e Chiquinho como homem-forte da atual administração Leonel Damo e do governo interino de Diniz Lopes (PSDB), em 2005.
O fato é que daqui a 12 dias os eleitores da cidade irão às urnas sem saber exatamente as idéias dos candidatos a prefeito nem se estão preparados para comandar um orçamento de quase R$ 500 milhões.
Vice-prefeito - Os representantes das candidaturas petista e socialista entregaram documentos em que também cancelavam as participações dos candidatos a vice - Paulo Eugênio Pereira Júnior (PT) e Paulo Bio (PMDB), respectivamente - no debate que ocorreria na sexta-feira, às 15h. A justificativa foi a mesma.
Caso Valdirene é tabu na campanha petista
Desde o início da campanha, Oswaldo evita a todo custo dar explicações sobre um tema espinhoso: a acusação contra sua ex-secretária de Finanças, Valdirene Dardin, do sumiço de R$ 230 mil das contas da Prefeitura, entre 2003 e 2004. Segundo denúncia do MP, foram quatro saques na agência do banco Santander/Banespa. Valdirene, que ficou presa entre setembro de 2005 e janeiro de 2006, foi condenada a seis anos e oito meses em regime semi-aberto. Em julho, o TJ (Tribunal de Justiça) manteve a condenação da ex-secretária, mas reduziu a pena para quatro anos e e oito meses.
Oswaldo também nunca explicou o fato de, durante o processo, ter testemunhado a favor de Valdirene. O sumiço dos recursos foi um dos itens apontados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) para a rejeição do último ano da administração petista.
O petista também tem, em seu currículo, uma desastrosa negociação: a venda de parte de um rio que corta o município, por R$ 39,3 mil, a uma empresa da cidade. A transação só foi descoberta em junho do ano passado, quando a compradora solicitou a escritura definitiva da área.
Ex-homem-forte de Damo descola imagem
Estratégia eleitoral ou realidade? O conveniente afastamento de Chiquinho do Zaíra em relação ao prefeito Leonel Damo (PV) - que retirou sua candidatura em favor do socialista - somente passou a ser percebido após a divulgação dos altos índices de rejeição da atual administração.
Mesmo tendo sido o homem-forte do governo entre outubro de 2006 e março de 2008, o prefeiturável se exime de qualquer ação desastrosa cometida pela gestão.
Sempre que pode, Chiquinho diz que "não é o prefeito" e que não tinha poder para solucionar os problemas do município. Mas o prefeiturável nem sempre menciona que, além de garantir a governabilidade e a maioria dos votos dos vereadores, foi o responsável pela indicação das principais secretarias.
Ainda no cargo de secretário de Governo, Chiquinho não solucionou um grave problema enfrentado por Damo: a contração emergencial, sem licitação, de uma empresa para fornecimento de merenda escolar, a um custo três vezes maior que o convênio anterior. Hoje, o candidato do PSB diz que foi "abandonado" pelo prefeito de Mauá.
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