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Em nome da fé (e de Mauá)
DATA DA PUBLICAÇÃO 09/12/2009 | Cidade
Os 55 anos de uma Mauá combativa
Prefeito Oswaldo relembra momentos importantes da cidade que administra;

Mauá comemora 55 anos de existência em 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, a padroeira da cidade. Embora muito nova institucionalmente, sua história remonta ao início do século 18, conforme os primeiros documentos da região. Dessa época dos Cercados Velhos – Cassaguera, em denominação indígena para a localidade -, e dando um salto de 300 anos, sua população vem demonstrando uma notável disposição para vencer desafios.

Atualmente, o município tem perto de 410 mil habitantes e uma formação social e econômica diversificada. A Mauá dos dias de hoje é retrato de um modelo de crescimento intenso, porém desordenado. Assim como as demais regiões metropolitanas brasileiras, sofre com a equação desenvolvimento mais má distribuição de riqueza. Basta ver os muitos e imensos bairros pobres surgidos notadamente no transcorrer dos anos 1970.

A cidade, no entanto, tem uma série de bons exemplos da sua vontade de ser gestora da própria história. Ainda em 1938, o então distrito de Mauá era integrado ao município de Santo André. Mas já em 1943 surgia a necessidade de atender às demandas básicas de seus moradores começou a impulsionar a ideia de emancipação.

No processo, que durou dez anos, deu-se um dos momentos mais significativos do caráter mauaense de independência e crescimento. Em 22 de novembro de 1953, o distrito mobilizou-se para a realização do plebiscito. O sentimento foi claro: de 670 eleitores que compareceram, 658 votaram a favor da emancipação.

No ano seguinte, 1954, houve outra manifestação emblemática desse espírito libertador. No dia 3 de outubro, a população elegeu seu primeiro prefeito, Ennio Brancalion, que governaria o município de 1955 a 1959. Ennio era um trabalhador que atuou como canteiro nas pedreiras da cidade e concorreu à Prefeitura como o candidato do líder comunista Luis Carlos Prestes. Ele foi o chefe de Executivo que, por vezes, ia ao gabinete de bicicleta e que, ao término do mandato, retornou à sua profissão de origem.

Mauá também tem um histórico respeitável de defesa dos direitos civis e políticos. Uma circunstância emblemática se deu durante a ditadura militar. Em 1969, Herbert José de Souza – o sociólogo Betinho, irmão do cartunista Henfil e então militante da Ação Popular – morou no Jardim Zaíra e trabalhou na Porcelana Real usando uma identidade falsa.

Se a questão política despertou no mauaense essa disposição em inverter o estado de coisas, no aspecto econômico as iniciativas também são evidentes.

O avanço econômico da cidade tem uma porção de ícones, a começar pela estrada de ferro, fator de atração para as primeiras indústrias. Outros deles são o solo apropriado para a atividade ceramista; as pedreiras que forneciam matéria-prima para toda a região; a instalação da Refinaria Capuava, transformando a área em um complexo petroquímico; e o avanço inegável do parque automotivo.
Para um futuro próximo, farão parte desse quadro de desenvolvimento a avenida Jacu-Pêssego e o Rodoanel, integrando a região ao porto de Santos e ao complexo gerador de riqueza do pré-sal litorâneo.

Neste amplo e rico contexto econômico, social e político em que Mauá se situa é que o município tem dado mostras de que quer e poderá continuar contribuindo para o crescimento não somente dentro de seus limites, mas de toda a Região.

* Oswaldo Dias é prefeito de Mauá

Por Oswaldo Dias* - ABCD Maior
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