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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/12/2012 | Saúde e Ciência
''Órfãos'' de hospital ficam sem consulta
''Órfãos'' de hospital ficam sem consulta
A mudança do perfil de atendimento do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, deixou centenas de pacientes ‘órfãos' no Grande ABC. Em abril, a unidade passou a cancelar as consultas com especialistas para focar em emergência e cirurgias, a fim de zerar fila de espera na região. No entanto, os usuários que deixaram de ser atendidos na unidade não conseguem agendar consultas com especialistas nos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), também do Estado, porque dependem da Prefeitura para fazer o procedimento.

É o caso da aposentada Maria do Carmo Jesus Souza, 59 anos, moradora do bairro Condomínio Maracanã. Ela tem sarcoidose pulmonar (inflamação que forma nódulos no pulmão) e bronquite asmática e fazia acompanhamento mensal com pneumologista no hospital estadual. Passou por consulta em setembro e agendou retorno para o dia 29 de outubro, sem ter qualquer informação sobre a mudança. Ela conta ter recebido ligação avisando que não haveria mais especialista no hospital nove dias antes da data marcada.

Desde então, enfrenta via-sacra em busca do especialista. Sofre com dores, falta de ar e tosse forte e intermitente. "Só na semana passada tive de ir três vezes ao Pronto Atendimento da Vila Luzita porque não aguentava de dor no peito. Passam remédio, mas a consulta não vem."

Maria do Carmo perdeu a conta de quantos remédios toma. No armário da cozinha simples da casa onde vive há prateleira só para os medicamentos, como expectorantes, analgésicos, alenia e spiriva, os dois últimos que ela toma há mais de quatro anos para o controle das doenças. "Nem sei se ainda fazem efeito. Queria perguntar isso para o pneumologista, mas não consigo marcar a consulta."

A aposentada também procurou o Centro Hospitalar Municipal em uma das crises. Lá, o médico fez encaminhamento de urgência para o pneumologista e disse que ela está com obstrução grave dos pulmões. Com o documento na mão, disse ter esperado duas horas e meia em um banco de concreto para passar pela assistente social na Secretaria de Saúde. "Disseram que preciso aguardar a marcação na UBS do Jardim Carla, onde apresentei o encaminhamento. Lá me disseram que pode demorar até dois anos." A aposentada também passava pelo cardiologista na unidade estadual e teme os mesmos problemas.

O Hospital Mário Covas informou que a mudança no perfil foi exigência do Consórcio Intermunicipal para zerar as filas de espera por cirurgia. A unidade aponta ainda que a responsabilidade por atender os pacientes que deixaram de passar por consultas no local deve ser da rede pública de Saúde. A Prefeitura não se manifestou.

Em abril, dez especialidades foram canceladas pelo Estado

Na semana passada, o Diário mostrou que pacientes que precisam de reumatologista e eram atendidos pelo Hospital Estadual Mário Covas também encontram dificuldades para marcar consultas.

Em abril, o hospital parou de agendar atendimentos nas áreas de dermatologia, endocrinologia, geriatria, pneumologia, cardiologia, neurologia, reumatologia, gastroenterologia, nefrologia e alergologia. A promessa foi que pacientes que já faziam acompanhamento com esses especialistas iriam concluir o tratamento. De acordo com orientação do Estado, os novos pacientes precisam passar pelo posto de Saúde, pegar guia de encaminhamento e fazer agendamento da consulta em um dos dois AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) da região, situados em Santo André e Mauá.

É aí que começa o problema, já que os agendamentos feitos pelas UBSs estão demorando meses para serem concluídos, deixando os pacientes sem opções de atendimento na região.

Por Camila Galvez - Diário do Grande ABC
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