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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/01/2009 | Educação
Opinião: Poucos professores se arriscam a pôr os filhos na escola em que atuam
Um dos maiores desafios de nossos governantes é a área da educação. A escola pública anda mal das pernas há tempos. Muitas coisas precisam ser feitas e não só pensadas. Idéias boas existem, mas ações concretas e eficientes são poucas. E quando elas são tomadas parecem ocorrer de qualquer jeito.

Muitas vezes, nem os professores sabem bem o que devem fazer. Ficam distantes das decisões envolvendo o trabalho deles, sem participação ativa. Poucos se arriscam a colocar seus próprios filhos na escola que trabalham.

Tanto que, apoiados por 19 dispositivos legais, os professores da rede estadual de ensino de São Paulo podiam, caso acionassem todos eles, trabalhar apenas 27 dos 200 dias letivos, sem desconto em folha de pagamento. Diariamente, o estado registrava 30 mil professores faltosos, num total de 230 mil. São dados da Secretaria Estadual da Educação - algo inconcebível para a realização de qualquer trabalho, principalmente aquele que depende de continuidade.

Para que ocorra o aprender é necessário que o indivíduo, seja criança ou adolescente, estabeleça um vínculo, identificando-se com aquele que ensina. Isso dependerá do quanto o educador acredita e se envolve em seu trabalho, de maneira contínua. Ensinar e aprender vão além de dar e receber informações ou repetir coisas ditas pelo outro. Isso conseguimos sozinhos. A educação envolve transformação de nosso pensamento.

Mas como acontecer essa vinculação e um trabalho contínuo sem o professor em sala de aula? Não dá.

É claro que aprender não depende só do professor. Mas de sua clientela. E no caso da escola pública, parece haver pouco envolvimento de ambos os lados. O que também desanima o trabalho do professor, estimulando-o a faltar e tornando seu desafio maior. Em qualquer situação, ensinar é um grande desafio.

Redução das faltas

Uma atitude foi tomada em abril em São Paulo: a redução do número de faltas por atestado médico para seis por ano. Até então, usando atestados médicos, o professor podia faltar dia sim, dia não.

Acredito que muitos viram isso como uma punição para o professor. E essa medida não vai levar o professor a se dedicar mais ao seu trabalho. Há muitos problemas para o educador, a começar pelo salário que anda defasado e desanima. Porém, essa ação poderá contribuir para que ele seja chamado em sua responsabilidade. Como em toda área, nessa também tem o bom e o mau professor.

É preciso haver bastante empenho para que a escola pública se transforme. Para isso ela precisa de um direcionamento. Nada será milagroso e definitivo. Ensinar e aprender não é fácil. No entanto, é prazeroso e gratificante. Torcemos para que professores e alunos cresçam e modifiquem a educação.

(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)

Por Ana Cássia Maturano - Especial para o G1
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