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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/10/2012 | Informática
Opção que protege privacidade de internautas no IE 10 causa polêmica
A Microsoft está arranjando uma “briga” com a ANA e a DAA, duas associações de publicidade dos Estados Unidos que representam 90% do mercado norte-americano, e também com a Fundação Apache, desenvolvedora do software de mesmo nome que é responsável por manter no ar cerca de 60% dos sites de internet. O motivo é uma opção chamada “Do Not Track” (Não Rastrear) presente na nova versão do Internet Explorer e que, segundo a Microsoft, estará ativada por padrão.

O Do Not Track (DNT), que pode ser traduzido como “não rastrear”, é uma opção que estará disponível em todos os navegadores web. Se ativada, ela faz com que o navegador informe todos os sites visitados sobre a preferência do internauta. Cabe aos sites respeitar a opção e não gravar nem ler os “cookies de rastreamento” que permitem saber quais sites alguém visitou. Apesar de a opção estar incluída em todos os navegadores, apenas o Internet Explorer virá com ela atividade “de fábrica”.

O objetivo desse rastreamento é, principalmente, a exibição de anúncios relacionados aos assuntos que o internauta mais tem interesse. Dessa forma, quem navega muito em sites de veículos verá anúncios sobre carros, enquanto quem navega em sites de informática verá anúncios de computadores e eletrônicos.

A Associação Nacional de Anunciantes (ANA) enviou uma carta pública à Microsoft, afirmando que a decisão da empresa de ter o “não rastrear” como padrão não estaria de acordo com os interesses da sociedade. Entre os membros da ANA estão o McDonald’s, a IBM, a HP, a Apple e a própria Microsoft.

Na carta publicada, a ANA defende que anúncios publicitários viabilizam boa parte do conteúdo na internet e que, na verdade, a escolha do “não rastrear” pode reduzir o retorno desses conteúdos, considerando que o Internet Explorer é usado por 43% dos internautas.

“Se os consumidores tivessem a opção de não ver anúncios na TV, eles provavelmente escolheriam ‘sem anúncios’. Mas se 43% das famílias americanas fossem retiradas da audiência dos comerciais, os consumidores sofreriam coletivamente porque a televisão como a conhecemos hoje não seria mais um modelo de negócio”, afirma a carta da ANA. “A escolha não é ter entre ter e não ter anúncios, é entre ter anúncios e não ter televisão”.

Ainda de acordo com a carta, a ação da Microsoft “ameaça retirar informações da economia da informação”, e o texto ainda diz que essa “informação” é responsável por manter a web funcionando a um custo “baixo ou nulo”.

Já a Aliança de Anúncios Digitais (DAA, na sigla em inglês) procurou diretamente o W3C, órgão que discute o “Do Not Track”. A DAA se diz preocupada com a postura do grupo de trabalho do W3C que discute o recurso (chamado de TPWG).

Diz a carta do DAA endereçada ao W3C: “o TPWG deve se manter segundo a missão do W3C de promover o consenso sobre tecnologias de internet e não deve tentar se expandir ao âmbito de questões de políticas públicas que são melhor resolvidas em outros fóruns de política que tem a experiência e a qualificação para analisar essas questões”.

A carta da DAA é destinada ao criador da web, Tim Berners-Lee, que é diretor do W3C. O texto se opõe completamente ao Do Not Track – e não apenas ao padrão adotado no Internet Explorer. O motivo é que a DAA e outras associações de publicidade já criaram um iniciativa que permite aos internautas controlarem o rastreamento. A iniciativa se chama “AdChoices”, e o internauta pode configurá-la no site AboutAds.info. Um total de 113 agências de publicidade participa da iniciativa – a própria ANA é parte da DAA.

Além de adotar uma medida polêmica, o Internet Explorer 10 corre o risco de ser ignorado por anunciantes. De acordo com Roy Fielding, diretor da Fundação Apache, o “Do not Track” deve representar uma opção “não padrão”, feita pelo usuário, e que ter essa opção ativada significa que o usuário não fez essa escolha. “A Microsoft sabe muito bem que um sinal falso será ignorado”, afirmou ele.

Fielding introduziu uma mudança na configuração padrão do Apache que faz o servidor web ignorar o pedido de “não rastrear” caso o navegador seja o Internet Explorer 10.

Fielding é também funcionário da Adobe, que é desenvolvedora do Flash Player – utilizado em muitos anúncios na internet – e que também oferece plataformas de coleta e análise de dados de navegação pela marca Omniture, que a empresa adquiriu em 2009.

O Federal Trade Comission (FTC), órgão do governo norte-americano que fiscaliza o comércio, também é contra a adoção do “não rastrear” como padrão.

Boa vontade alheia
O “não rastrear” ainda corre o risco de ser totalmente ineficaz. Embora ele represente uma escolha do usuário, cabe aos donos de websites e das agências de publicidade respeitar as opções. Em agosto, o mesmo FTC multou o Google em 22,5 milhões de dólares (45 milhões de reais) por tentar burlar opções de privacidade no navegador Safari, da Apple.

As opções do Safari não estavam relacionados ao “do not track”, mas, enquanto a opção burlada pelo Google necessitava de uma modificação técnica, o DNT irá depender exclusivamente da boa vontade dos anunciantes. Segundo uma reportagem do jornalista Ed Bott para os site Zdnet, alguns anunciantes entendem que, mesmo com o “não rastrear”, dados ainda poderão ser coletados. Só o que não pode, nesse entendimento, é exibir anúncios direcionados.

Para o jornalista, o “não rastrear” é “pior de uma falha miserável”.

Por Altieres Rohr - G1
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