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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/01/2015 | Setecidades
Ônibus intermunicipal comete mais de 640 infrações ao mês
Ônibus intermunicipal comete mais de 640 infrações ao mês Atrasos, superlotação, bancos e poltronas quebrados e muita dor de cabeça fazem parte do cotidiano dos usuários. Foto: Rodrigo Pinto
Atrasos, superlotação, bancos e poltronas quebrados e muita dor de cabeça fazem parte do cotidiano dos usuários. Foto: Rodrigo Pinto
Licitação da Área 5, a única alternativa de mudança no sistema, não tem data para ser publicada

Depender de ônibus no ABCD não é fácil, ainda mais quando o percurso ultrapassa os limites dos municípios. É aí que o passageiro tem de embarcar em um daqueles coletivos azuis – os intermunicipais. Atrasos, superlotação, bancos e poltronas quebrados e muita dor de cabeça fazem parte do pacote mínimo de problemas dessas linhas. Ao longo de 2014, mais de 7 mil multas foram aplicadas pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) às empresas de transporte intermunicipal que atendem a Região. Cerca de 160 veículos foram recolhidos pela reguladora em 11 meses de fiscalização.

Para a equipe de fiscalização da EMTU foi praticamente impossível sair às ruas dos sete municípios sem flagrar algum tipo de irregularidade na operação das linhas intermunicipais. Em uma média aritmética aproximada, de 1º de janeiro a 30 de novembro de 2014, foram aplicadas 645 autuações por mês às empresas. Em nota, a reguladora informou que, “quando observados problemas nas linhas, as apurações são encaminhadas ao Departamento de Planejamento Operacional para o desenvolvimento de novos estudos da oferta/demanda, visando reprogramações ou aumento de partidas da linha observada”.

O perfil precário das viagens entre municípios, porém, não tem data para ser mudado. A única esperança dos moradores do ABCD seria a reformulação da chamada Área 5 – que compreende o transporte intermunicipal das sete cidades. Persiste aí outro imbróglio.

Licitação - Somando o corredor de trólebus, a Área 5 compreende 1.033 ônibus com mais de sete anos de operação. Em média, são feitas mais de 12 mil viagens por dia, atendendo 615 mil pessoas em 120 linhas. Essa dinâmica está desatualizada há mais de 30 anos. A cada período, a EMTU tenta publicar edital público para ingresso de novas concessionárias no modal. Um empecilho diferente aparece todas as vezes que a concorrência vai às ruas. No ano recém-encerrado, novamente, a EMTU teve de suspender o processo licitatório, sem data para republicação – a EMTU não informou o motivo que levou à impugnação judicial.

Também em nota a EMTU justifica que “a nova data para a publicação da sessão pública para a entrega das propostas do edital para Área 5 ainda não foi marcada. Esta gestora está terminando as adequações do edital, baseado na impugnação apresentada, e no momento não existe nenhuma possibilidade de extinção do edital”.

Devedor - Parte das empresas que atende o ABCD integra o conglomerado do empresário Baltazar José de Souza, figura conhecida em Mauá. Só em 2014 a empresa que também faz o transporte municipal mauaense entrou em greve duas vezes. Salários atrasados e acordos trabalhistas não cumpridos por Baltazar foram os motivos apresentados pelos trabalhadores da Viação Cidade de Mauá. Todavia, foi o transporte intermunicipal que fez Baltazar ganhar destaque. Em 2011 ele apareceu no ranking de “grandes devedores da União”. O Ministério Público Federal denunciou o empresário por sonegação fiscal supostamente praticada pela movimentação financeira de suas empresas de ônibus, entre elas a Eaosa (Empresa Auto Ônibus Santo André), responsável por grande parte da operação das linhas intermunicipais do ABCD.

Empurra-empurra sem fim: viagem dentro de uma lata de sardinha
É assim mesmo que se sente um passageiro que precisa sair de São Caetano e chegar em São Bernardo de ônibus no horário de pico: dentro de uma lata de sardinha. E o exemplo pode ser estendido para boa parte das linhas intermunicipais do ABCD.

A reportagem do ABCD MAIOR acompanhou várias viagens em ônibus intermunicipais para sentir o drama pelo qual passam os usuários todos os dias. Muitas linhas seguem até a Capital. Mas duas em particular chamam atenção pela falta de pontualidade e precariedade dos veículos: 218 e 217. Esses trajetos saem da Área Verde, em São Bernardo, e desembarcam próximo ao Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo.

Os primeiros horários dessas linhas variam conforme o bom humor dos motoristas. Podem passar pela avenida Faria Lima tanto às 5h quanto às 5h20, ou mesmo às 5h40. O problema do segundo e terceiro horários é que a lentidão dos veículos piora ainda mais com o tráfego congestionado da Capital. Daí, a viagem que levava 40 minutos toma quase duas horas do passageiro para chegar até a avenida Cruzeiro do Sul. “Não estou satisfeito com o serviço prestado pela empresa de ônibus dessas linhas, pois existe um grande intervalo de tempo entre cada saída, por volta de 40 a 50 minutos, quando existe regularidade”, reclamou o estudante Luiz Carlos Ferreira da Silva Júnior, 35 anos.

Os ônibus intermunicipais também demoram muito para sair do Terminal de Santo André (Central). É o que reclama Jéssica Terceiro Amaro, 23 anos. “Uso ônibus há cinco anos para ir de casa até o trabalho. É muito difícil, não tem como se programar de forma correta porque os coletivos não respeitam horários”, criticou.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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